Espinosa, meu éden

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quarta-feira, 27 de março de 2024

3420 - Tia Lia subiu aos Céus

A manhã da quarta-feira despontou quente e ensolarada, mas com uma triste e desoladora notícia vinda de Espinosa: Tia Lia faleceu. Maria Geralda Tolentino Vieira, minha tia de verdade, irmã da minha Mãe Juvercina (Zu), era conhecida, amada e tratada por todos, mesmo os que não eram familiares, como Tia Lia. Foi uma mulher batalhadora por todo o sempre, desde o início. Resiliente, serena, amorosa, trabalhadora e dedicada aos que amava de forma total e admirável. Tia Lia era uma fortaleza gigante no corpo frágil, sempre se sacrificando nas mais diversas tarefas para garantir a sobrevivência própria e da família. Com renda pequena e insuficiente do emprego público de merendeira de escola, empenhava-se com obstinação, talento e esmero na produção de biscoitos, bolos, iguarias cozidas e assadas que atraíam fregueses e elogios. Manteve seu barzinho ou barraca em vários locais da cidade, com a presença constante das pessoas amadas por perto. Realizou sonhos de construção da casa própria por vezes, fruto de sua incrível força e pertinácia. Passou pelas mais difíceis vicissitudes da vida, mas sempre mantendo a alegria, a aura de pura e a esperança de dias melhores. Adorava estar entre gente, em especial os amigos e fregueses fiéis. Amava conversar, atender bem as pessoas, ser reconhecida pela sua mão de fada na cozinha, estar entre gente animada e, claro, de vez em quando, também participar da farra tomando uma cervejinha gelada como todos nós fazíamos. Tia Lia exalou amor por todos os poros, em tempo integral, até o suspiro final. Estava acamada há um bom tempo, sofrendo bastante, o que jamais mereceu pela sua trajetória de Paz e Amor neste mundo terreno. Descansou, finalmente. Que Deus a receba de braços abertos em seu Reino de Amor e Justiça.
Aos meus primos Carlos Magno (Magrão), Marco Aurélio (Lelo) e Júlio César, bem como aos demais familiares, os meus mais profundos sentimentos de tristeza e dor pela perda irreparável. Que o Senhor Deus Todo-poderoso lhes conceda a necessária força, fé e resignação para suportar momento tão penoso.
Tia Lia era para mim uma segunda mãe, uma das tias que mais amo, assim como Tia Cleide. Vou guardar para sempre o amor que sempre tive por ela, que me tratava tão bem e me chamava carinhosamente de "Meu Fiim". É difícil explicar, mas o sentimento de imensa tristeza que me invade o coração por sua partida se junta a uma sensação de alívio por saber que ela deixou de sofrer tanto, indo finalmente, agora sem dor ou sofrimento, encontrar-se com o nosso Criador. Que descanse na mais completa paz, findada a sua caminhada neste mundo, certamente com a missão cumprida com louvor.
Obrigado por tudo, Tia Lia! Amarei-te eternamente.
Um grande abraço espinosense.