Espinosa, meu éden

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

2528 - 80 anos do Rei Pelé, o melhor jogador da História do Futebol

Assim como foi com o ícone da música John Lennon, neste mês de outubro comemoramos os 80 anos de vida de outra lenda, desta vez do futebol, o Rei Pelé, ou Edson Arantes do Nascimento no registro em cartório. O mais célebre jogador de futebol do mundo e o cidadão brasileiro mais conhecido no planeta "octogenariou" exatamente hoje, dia 23 de outubro de 2020. 



A bem-sucedida e encantadora trajetória do craque e astro da bola todo o mundo já conhece, mas alguns detalhes pessoais e uns recortes da história deixam sua vida ainda mais interessante. 

Será que todos sabem quem afinal de contas colocou o seu famoso apelido de Pelé? O curioso é que foi o próprio Pelé quem inventou o seu apelido, de maneira impensada e apesar de inicialmente detestá-lo. É que ainda garoto, com uns 8 anos de idade, ele gostava de jogar bola com seus amiguinhos da cidade paulista de Bauru também pegando no gol, pois era admirador do goleiro Bilé, companheiro de seu pai Dondinho no Vasco de São Lourenço (MG). Atuando no gol, queria ser chamado de Bilé, mas ele próprio só conseguia pronunciar o nome Pelé, o que lhe causou intensa gozação dos companheiros. Da gozação da meninada, o nome de Pelé acabou se firmando como apelido, mesmo contra sua vontade. Daí em diante não havia mais como refutar a alcunha, mesmo pedindo para ser chamado de Edson ou Dico, e só restou a ele aceitar o "batismo" que iria lhe fazer mundialmente conhecido como um Deus da bola. 

Bauru Atlético Clube, o Baquinho onde Pelé começou

Quando foi jogar no Santos, aos 15 anos de idade, já chegou "batizado" com o nome de Pelé. Na apresentação ao clube santista, foi a primeira vez em que ele usou uma calça comprida na vida, parte do terno confeccionado com todo cuidado pela sua mãe, Dona Celeste. O primeiro jogo e o primeiro gol profissional de Pelé no Santos aconteceu no Dia da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1956. No feriado nacional, o Santos fez uma partida amistosa contra o Corinthians de Santo André e o técnico Lula resolveu colocar o menino para jogar no final do jogo. O placar já estava elástico, 5 x 0, mas o esperto e endiabrado garoto meteu mais um gol, tocando a bola por baixo das pernas do goleiro Zaluar. Até hoje o Zaluar tem a honra e o orgulho de se apresentar como o goleiro que tomou o primeiro gol do Rei. 

O Rei Pelé com a primeira chuteira

O pai de Pelé, Dondinho, era goleador famoso na região do Sul de Minas pelos muitos gols marcados, sobretudo de cabeça, e jogou com a camisa do Atlético Mineiro em uma única e terrível oportunidade. Em teste no clube alvinegro, que mirava sua contratação para substituir o grande atacante Guará, Dondinho não teve sorte e saiu contundido, após sofrer uma contusão séria que afetou seus meniscos, fruto de uma entrada forte do zagueiro Augusto. Assim perdeu sua chance de ser contratado pelo Atlético e talvez ter se tornado um astro. Conta Pelé que, quando menino, ele foi repreendido severamente pelo pai por estar tirando sarro de um garoto gordinho nas peladas. Dondinho o criticou firmemente e o ensinou a respeitar todos os adversários, sem humilhar ninguém, coisa que o Rei jamais se esqueceu. Outros ensinamentos fundamentais foram o de se dedicar com afinco no treinamento de chutes com ambas as pernas e o de deixar de lado as firulas desnecessárias, sempre jogando com objetividade, procurando o gol e a vitória. 

Pelé, seu pai Dondinho e seu irmão Zoca

O Rei, um craque jamais igualado, era um gênio com a bola nos pés. E atraía a atenção, a mira e a raivosidade dos zagueiros adversários, impossibilitados de impedir seus movimentos, seus dribles e seus gols. A pancadaria corria solta. Para tentar amenizar um pouco essa dura realidade, Pelé costumava conversar com os jogadores adversários, especialmente os zagueiros, de maneira bastante amistosa, na tentativa de ser menos espancado dali há pouco, durante a partida. Quase nunca a tática funcionava. 

Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagalo na Seleção Brasileira

Pelé e a Seleção Brasileira de 1966 perderam a chance de ver, ao vivo, uma apresentação especial do famoso quarteto de Liverpool. É que durante a preparação para a Copa, a Seleção ficou concentrada na cidade de Liverpool, terra dos Beatles. John Lennon, ao encontrar Pelé nos anos 70 em uma escola de idiomas em Nova Iorque em que ambos estudavam, confidenciou ao Rei que eles, os Beatles amantes do futebol, queriam se apresentar gratuitamente para os jogadores brasileiros na concentração, mas que um dos comandantes da delegação barrou a ideia.

Arte de Luís Bueno

Pelé é amado, idolatrado e respeitado no mundo inteiro. Mas a sua trajetória impecável de astro do esporte mundial tem uma mancha pesada na biografia: a rejeição à sua filha Sandra Regina, falecida em 2006, aos 42 anos de idade. Pelé aceitou tranquilamente outra filha, fruto de um outro relacionamento fugaz, a Flávia, mas se recusou a reconhecer a Sandra. A alegação divulgada para reações antagônicas em casos iguais é a de que, enquanto Flávia tentou uma aproximação serena, amigável e distante da badalação da mídia, Sandra Regina fez exatamente o contrário, o que enfureceu Pelé. Problemas familiares são complicados e difíceis de palpitar, mas não há como concordar com o Rei nesta situação. Então, prevalece o respeito, o carinho e a admiração por tudo o que o Rei Pelé representa para o mundo e para todos nós no esporte e na vida, com a ressalva e crítica a esta atitude desastrosa. Ninguém é perfeito, nem mesmo o Rei!


Um grande abraço espinosense e longa vida ao gigante craque Rei Pelé!