Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

3887 - Ditadura assassina, nunca mais!

Antes de tudo, esclareço que defendo a Democracia e repudio qualquer forma de ditadura, seja de esquerda, centro ou direita! Dito isto, reafirmo que continuo detestando ódio, violência, covardia, falsidade, canalhice, antiética e a velha e perene hipocrisia. E a maldita ditadura que maltratou penosamente o Brasil por longos e truculentos 21 anos, de 1964 a 1985, teve como rotina estas malditas condutas no comando autoritário da Nação.
Neste próximo dia 25 de outubro de 2025 completam-se 50 anos da farsa tosca e medonha montada pelos criminosos torturadores da ditadura militar brasileira para tentar escamotear a razão verdadeira do brutal, covarde e violento assassinato do jornalista iugoslavo Vladimir Herzog. Vlado, como era seu verdadeiro nome de batismo, foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e diretor de jornalismo da TV Cultura. Nascido aos 27 de junho de 1937 em Osijsk, Iugoslávia, hoje Croácia, filho do casal Zigmund Herzog e Zora Wolner, o jornalista, professor e dramaturgo Vlado foi procurado no dia 24 de outubro no local de trabalho pelos agentes da repressão, sob a suspeita de ligação com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), então na clandestinidade. Estando fora naquele momento, apresentou-se espontaneamente na manhã do dia seguinte na sede do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna), na Vila Mariana, zona Sul de São Paulo. Ali, inocente, foi torturado de maneira tão bárbara que acabou assassinado brutalmente. Para encobrir o assassínio, os agentes da ditadura forjaram um atestado de óbito como se fosse um ato de suicídio. O jovem fotógrafo Silvaldo Leung Vieira foi chamado para fazer uma imagem do cadáver pendurado à janela da cela por uma tira de pano. A cena era tão grotesca, inusitada e inverossímil que logo chamou atenção e suscitou dúvidas de todo o mundo. Como um homem alto poderia ter se suicidado por enforcamento com os joelhos dobrados, com uma tira de pano instalada a uma altura tão próxima do chão? A farsa montada pelo regime facilmente foi desmascarada logo que o corpo de Vlado foi examinado e as marcas da pesada tortura que sofreu foram identificadas.
Vlado deixou a esposa Clarice Ribeiro Chaves Herzog e seus dois filhos: Ivo e André.


  
Naqueles tempos sombrios de repressão e de chumbo, os adversários e críticos do regime totalitário eram perseguidos de forma dura, firme e violenta, sem direito a qualquer defesa legal, sendo torturados, assassinados e feitos "desaparecidos". Os detidos não tinham direito à presença de advogados e os familiares não tinham quaisquer informações dos locais onde eles estavam presos ou sobre suas condições físicas e de tratamento. A Lei que deveria protegê-los não tinha valor algum.
Após o assassinato de Vlado, na Missa de Sétimo Dia, cerca de 8 mil pessoas da sociedade civil, compromissadas com a Democracia, a Liberdade e a Verdade, participaram de um emocionante culto ecumênico em memória de Herzog na Catedral da Sé, fazendo um contundente protesto silencioso e corajoso contra o maldito regime de exceção.


 
Em 1978, ainda no período da ditadura, a Justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. O atestado de óbito forjado só foi retificado 15 anos depois, em março de 2013, quando a família finalmente recebeu o documento corretamente preenchido. Aguarda tramitação no Congresso o Projeto de Lei 6.103/2023, de autoria da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que pretende tornar o dia 25 de outubro, data do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, como Dia Nacional da Democracia. Que assim seja! E  que jamais nos esqueçamos destas barbaridades para que nunca mais ocorram em nosso país!
Para relembrá-lo e homenageá-lo na data que completa 50 anos da sua morte, a TV Cultura produziu um documentário que será lançado na 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em 24 de outubro, hoje, às 19h, na Cinemateca Brasileira. O filme "A Vida de Vlado – 50 Anos do Caso Herzog" será exibido na TV Cultura, a partir das 23h do dia 25 de outubro. Além disso será realizado um ato inter-religioso na Catedral da Sé, no sábado, dia 25, a partir das 19h, com a presença de familiares, amigos, artistas, líderes religiosos, políticos e autoridades. O evento é organizado pela Comissão Arns, pelo Instituto Vladimir Herzog e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). O evento promete ser muito emocionante. Morasse em São Paulo, certamente eu estaria presente. Ditadura nunca mais! Democracia, Paz e Justiça, sempre!
Um grande abraço espinosense.

3886 - A incrível cidade de Chongqing

Um exemplo extraordinário de convivência harmoniosa entre tradição e modernidade, sob um panorama agitado da mais alta tecnologia, é a magnífica cidade chinesa de Chongqing, também conhecida como Xunquim. Incrustada em uma região montanhosa, numa península sobre o Rio Yangtse, no centro-sudoeste da China, Chongqing tem mais de 3 mil anos de existência e foi transformada, em 14 de março de 1997, em município de nível provincial sob a administração direta do governo central, o quarto a ser estabelecido depois de Pequim, Xangai e Tianjin, separando-se da província de Sujuão. A partir daí, a cidade vivenciou um desenvolvimento extraordinário, com investimentos pesados em construções de edifícios, avenidas, terminais de transporte, pontes e estradas. 
Distante 2.250 km do mar, na confluência dos rios Yangtze e Jialing, limitando-se com as províncias Hubei, Honã, Guizhou, Xianxim e Sujuão, a cidade foi nomeada Chongqing (duplamente abençoada) em 1189 sob a dinastia Nan (Sul) Song (1127-1279 dC), funcionando como capital da China Nacionalista durante a Guerra Sino-Japonesa (1937-1945). 
Rica em mananciais de água mineral, com grandes depósitos de carbono, gás natural, alumínio, estrôncio, mármore e mercúrio, Chongqing atingiu um crescimento exponencial em pouco tempo, com uma mega infraestrutura de transporte com muitas pontes sobre o rio Yangtze, uma paisagem urbana deslumbrante de arranha-céus imponentes, com várias indústrias de maquinaria, química, petroquímica, farmacêutica e metalurgia, além da riqueza agrícola, com a grande produção de cereais, laranja, tabaco e seda. Depois de um vigoroso programa de modernização implantado pelo governo, com maciços investimentos, a cidade tornou-se um dos portos mais importantes da China, mesmo após uma destruição relevante da cidade pelos bombardeios japoneses durante a guerra, no período de 1938 a 1942.




 
Chongqing é conhecida por várias denominações, como a "Cidade das Montanhas", a "Cidade dos Rios" ou a "Cidade da Neblina". As montanhas cobrem 76% da área, as colinas respondem por 22% e os vales dos rios representam apenas 2%. O ponto mais alto da cidade é o Pico Yintiaoling na Montanha Jieliang, com seus 2.796,8 metros.
A cidade de luzes brilhantes e coloridas refletidas em seus edifícios gigantescos e modernos tem muitos atrativos para os turistas, como Cavernas Jiefangbei e Hongya, Dazu Rock Carvings, Shapingba – Becos Antigos e Ecos Industriais, Escadas Antigas de Shibati, Wulong Karst, Três Gargantas no Rio Yangtze, Teleférico do Rio Yangtze, Segunda Fábrica E'ling, Parque Cultural e Criativo de Beicang, Rua Velha do Longmenhão, Rua Velha de Danzishi, Trilha da Cidade da Montanha, Rua de Graffiti de Huangjueping, Ponte Guanyin, Parque Florestal do Templo de Hong'en, Ópera de Sichuan e o Metrô de Liziba. Outras opções de visitas são o Aeroporto Internacional de Chongqing-Jiangbei, que atende voos domésticos e internacionais, e as grandes estações de trem Chongqing North e Chongqing West.
Ao contrário do que imaginam os ignorantes e mal informados, a China é uma potência econômica mundial com um desenvolvimento incrível nas últimas décadas, depois de investimentos sólidos e consistentes em tecnologia, que trouxeram à sua imensa população uma melhor qualidade de vida, com muita segurança, liberdade, paz, saúde e educação.
Um grande abraço espinosense.