Os resultados da 29º rodada do
Campeonato Brasileiro de Futebol parecem
confirmar a incontestável conquista da equipe tricolor das Laranjeiras,
que aumentou a sua diferença para o segundo colocado, o Atlético
Mineiro, para nove pontos, diferença esta quase impossível de ser
revertida em apenas nove rodadas que ainda faltam. O time do Fluminense
parece iluminado. Mesmo quando joga mal, levando sufoco dos adversários,
ainda assim consegue vencer, com atuações impecáveis do artilheiro Fred
e do excelente goleiro Diego Cavalieri. As seguidas vitórias
conseguidas fora de casa pelo time carioca, em uma campanha
extraordinária, estão fazendo a diferença no confronto direto com o
Atlético na busca pelo título.
Além
de seu excepcional desempenho dentro de campo, indiscutível, o
Fluminense ainda leva imensa vantagem nos bastidores sórdidos do futebol
brasileiro, onde atuações favoráveis de árbitros e suspensões de
atletas adversários vem aumentar ainda mais o seu poder de fogo. Gols
legais de adversários estão sendo anulados corriqueiramente nos jogos do
Flu, lances duvidosos são decididos sempre a seu favor e a última
cartada foi a suspensão vergonhosa de Ronaldinho Gaúcho pelo STJD, que
não pôde atuar contra o Internacional, prejudicando sobremaneira a
equipe atleticana.
É muito
difícil para times de outros centros no Brasil, conseguir vencer um
campeonato quando se tem como adversários, times poderosos do Rio de
Janeiro ou de São Paulo. Exemplos como o de Cruzeiro e Vasco em 1974,
Atlético e Flamengo em 1981 (Libertadores), Internacional e Corínthians
em 2005, entre outros, mostram bem isso. A estrutura do futebol
brasileiro, concentrada nestes dois grandes centros, dificulta e quase
inviabiliza a conquista do campeonato por outras equipes do restante do
país. A força financeira e política é muito grande e faz grande
diferença.
Mas não
podemos, de maneira alguma, diminuir o mérito e a importância da
conquista tricolor, cujo time faz por merecer o título, com uma equipe
entrosada, eficiente e com jogadores tarimbados como Fred, Cavalieri e
Deco.
Quanto ao Atlético
Mineiro, alguns resultados desastrosos tiraram a chance de conquista do
título, não agora, mas em partidas em que a vitória era imprescindível. O
empate em casa com o Bahia, ainda no primeiro turno (3ª rodada); o
empate contra o Atlético-GO (com um jogador a mais durante muito tempo,
na 17ª rodada); o empate com o Cruzeiro, no finalzinho do jogo (com
atuação comprometedora do árbitro, na 19ª rodada); outro empate contra a
Ponte Preta, em casa (20ª rodada); a derrota para o Náutico (com aquele
gol de falta em que a nossa barreira se abriu toda, na 25ª rodada); o
empate com o Grêmio, em casa, na 26ª rodada e outro empate contra a
Portuguesa, na 27ª rodada, fizeram com que pontos irrecuperáveis fossem
desperdiçados e a diferença em relação ao Fluminense, que não tropeçou,
aumentasse tanto.
Mas se
confirmarmos a conquista do direito de disputar a Copa Libertadores da
América no ano que vem, o ano terá sido proveitoso. A diretoria,
presidida pelo Alexandre Kalil, merece todos os elogios pelo trabalho
realizado, com a montagem de um time competitivo, que devolveu o Galo a
um lugar de destaque no cenário esportivo brasileiro e até mundial, pois
a contratação do craque Ronaldinho Gaúcho, além de dar visibilidade ao
clube internacionalmente, contaminou a alma da fanática torcida,
trazendo de volta a confiança, a alegria e a paixão exacerbada da Massa
Atleticana.
Um grande abraço espinosense.