Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 22 de março de 2018

1939 - A Grande Jogada

Molly Bloom é uma dedicada esquiadora com sonhos de participar dos Jogos Olímpicos e conquistar uma medalha de ouro. Esse é o seu sonho e também do seu exigente pai. Acontece que o destino parece não querer que isso aconteça e leva Molly a se aventurar em outra ocupação talvez mais complicada ainda. Depois de sofrer uma queda disputando uma competição na neve e de se formar em Ciência Política na Universidade Estadual do Colorado, ela resolve desfrutar da vida por pelo menos uma temporada na glamourosa cidade de Los Angeles. Lá arruma um emprego e descobre uma maneira de se realizar profissionalmente e enriquecer rapidamente. Tudo parece funcionar muito bem até que alguns "pequenos" problemas aparecem e só mesmo um ótimo advogado para resolvê-los.
Esta é a trama superficial do bom filme "Molly's Game", ou "A Grande Jogada", em cartaz nos cinemas brasileiros. Com a direção e roteiro de Aaron Sorkin e destacadas atuações de Jessica Chastain, Idris Elba e Kevin Costner, a produção mostra o submundo dos milionários e seus vícios em jogos em que as apostas beiram o inimaginável aos pobres mortais.   
Em meio às armadilhas desse mundo subterrâneo dos poderosos e famosos, qualquer ação em falso pode ser fatal, já que nem tudo está dentro da Lei e a manipulação está sempre presente, seja na mesa do jogo ou na vida real. 
No livro que resultou no filme, Molly conta sua atuação na organização de jogos de pôquer de gente famosa do cinema e magnatas da indústria do entretenimento, com a presença em uma oportunidade (pelo menos) dos atores Tobey Maguire e Leonardo DiCaprio, o diretor Todd Phillips e o produtor Houston Curtis. Ela organizava e ficava encarregada de servir comida e bebida aos jogadores, recebendo em troca fartas gorjetas. Só para se ter uma ideia da sua clientela, a quantia exigida para participar da mesa de jogo, o buy-in, passou de 10 mil para 50 mil dólares, uma brincadeira para poucos privilegiados. Ela ficou conhecida como a "Princesa do Pôquer". Em 2014, depois de perder sua fortuna amealhada com os jogos, publicou sua autobiografia, recusando-se a revelar os nomes dos seus famosos e ricos clientes. Ressalte-se a ética da protagonista, a honestidade do seu advogado e a honradez e o senso de justiça do magistrado que a julgou, atitudes raríssimas neste mundo atual.


Confesso que fui ao cinema esperando ver um filme razoável, mas felizmente surpreendi-me positivamente. Como sempre adoro filmes baseados em histórias reais, gostei bastante da produção americana-chinesa, com esta história baseada no livro autobiográfico da personagem. Mesmo com muitos pontos positivos, o filme soa falso no improvável encontro entre pai e filha e cansa um pouco com tamanha carga de informações na tela, especialmente sobre o jogo de pôquer, de que não entendo patavinas. Mas fora isso, é uma boa história de vida, e com bom roteiro (foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado) e ótimas atuações dos atores principais. Valeu o ingresso.    
Um grande abraço espinosense.

Direção: Aaron Sorkin
Distribuidora: Diamond Filmes
Classificação: 14 Anos
Duração: 140 min

Elenco:
Jessica Chastain - Personagem: Molly Bloom
Idris Elba - Personagem: Charlie Jaffey
Jeremy Strong - Personagem: Dean Keith
Chris O'Dowd - Personagem: Douglas Downey
Kevin Costner - Personagem: Larry Bloom
Michael Cera - Personagem: Jogador X
Brian d'Arcy James - Personagem: Brad
J.C. MacKenzie - Personagem: Harrison Wellstone
Bill Camp - Personagem: Harlan Eustice
Graham Greene - Personagem: Judge Foxman
Justin Kirk - Personagem: Jay
Angela Gots - Personagem: B
Natalie Krill - Personagem: Winston
Stephanie Herfield - Personagem: Jesse
Madison McKinley - Personagem: Shelby