Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

domingo, 26 de outubro de 2025

3890 - A ressurreição do Atlético?

"Num ganhemo nem perdemo, empatemo!" Assim dizia um humilde e astuto cidadão espinosense morador da zona rural de Espinosa ao ser perguntado sobre o resultado de partidas realizadas pelo time da sua comunidade nos "desgramados" da região. E foi isso que aconteceu com o Clube Atlético Mineiro na noite da última terça-feira, 21 de outubro de 2025, no difícil confronto com a qualificada equipe equatoriana do Independiente del Valle pelo primeiro jogo das semifinais da Copa Sul-Americana disputado no Estádio Banco Guayaquil, em Sangolquí, cidade da região metropolitana de Quito, no Equador. Após sofrer um gol de pênalti, completamente inexistente e mal marcado pelo árbitro Carlos Betancur, logo aos 6 minutos do primeiro tempo, o Atlético conseguiu superar a injustiça, suportar a pressão, equilibrar a partida e criar boas chances para vencer o jogo. Mas a vitória não veio. Veio um empate que pode ser considerado um bom resultado, já que jogando em seu estádio, o Atlético precisará de uma vitória simples para garantir uma vaga na decisão da competição continental. O gol de empate saiu já nos acréscimos, através de Dudu, após excelente jogada e passe de Hulk. Foi o primeiro gol de Dudu com a camisa alvinegra.
Para conseguir a vaga na final da Copa Sul-Americana, o Atlético precisará vencer por qualquer placar a equipe do Independiente del Valle na partida da volta, na Arena MRV, na próxima terça-feira, 28 de outubro, às 21h30. Havendo novo empate, a decisão será nos pênaltis. Mas mesmo já estando acostumados a fortes emoções, não queremos tamanho sofrimento. Que a vitória e a classificação para a final venham com mais tranquilidade, se Deus quiser!



No Campeonato Brasileiro, em que a nossa situação é ainda preocupante, conseguimos um tremendo alívio no sábado com a vitória conquistada a fórceps sobre o competitivo time do Ceará pelo placar mínimo, com um belo gol do volante Alan Franco aos 23 segundos de partida, o gol mais rápido da competição e o centésimo gol marcado pelo clube no seu estádio. Com mais esses três pontos conquistados, a nossa situação parece ficar menos complicada, faltando ganhar ainda mais nove pontos para confirmarmos nossa permanência na Série A. Esta situação é surreal, quase inacreditável para uma equipe com altos investimentos como esta do Atlético. São coisas inexplicáveis que só acontecem com o Galo. Na temporada passada, só nos livramos da ameaça do rebaixamento no Brasileirão na última rodada, com uma vitória sobre o Athletico. O inusitado é que estivemos nas finais de dois dos mais importantes torneios do continente, a Copa Libertadores da América e a Copa do Brasil. Infelizmente, fomos sumariamente derrotados em ambos, mas conseguimos nos manter na elite do futebol brasileiro. Neste ano de 2025, ganhamos o sexto Campeonato Mineiro em sequência, estamos com boas chances de chegar à final da Copa Sul-Americana e temos todas as condições para escapar da degola e permanecermos na primeira divisão. Temos ainda nove compromissos pelo Brasileirão, partidas a disputar contra Internacional (fora), Bahia (casa), Sport (fora), Palmeiras (casa), Fortaleza (fora), Flamengo (casa), Red Bull Bragantino (fora), Vasco (casa) e Fortaleza (casa). Ou seja, de 27 pontos, basta conquistarmos nove que tudo se resolverá serenamente. Que assim seja! 



Neste calendário brasileiro maluco de jogos a cada três dias para o Atlético, que disputa duas competições ao mesmo tempo, o desgaste dos jogadores é imenso, o que força o treinador Jorge Sampaoli a administrar a carga física do elenco, promovendo mudanças a cada compromisso, utilizando os atletas mais descansados e em melhor condição física, o que causa descontentamento em parte da torcida pouco serena e sensata, aquela turma dos famosos e barulhentos corneteiros das redes sociais. É um fenômeno mais recente. Com o advento da Internet, todo mundo agora pode palpitar sobre tudo e todos, sem limites e sem consequências, claro que com algumas controvérsias. E haja entendidos sobre todos os assuntos e situações! Por ser torcedor dito fanático, pagar uma mensalidade ao clube, comprar camisas caríssimas e adquirir ingressos para os jogos, alguns torcedores se acham no direito de escalar o time, selecionar os jogadores a serem contratados, escolher o esquema tático e decidir quem deve entrar e sair de campo durante as partidas. E radicalmente, essa turma de desmiolados descolados da realidade, confortavelmente sentados no sofá da sala de casa ou em uma mesa de boteco, ainda exige que o time jogue maravilhosamente bem todas as partidas, vença todas elas dentro ou fora de casa, contra equipes frágeis ou fortes, e que levante taças de campeão todo ano de todas as competições que disputar. Ou seja, esse pessoal passou a viver em uma realidade paralela e resolveu viajar para o lado escuro da Lua, onde fantasiosamente tudo dá certo em tempo integral, uma viagem psicodélica sem necessidade de nenhuma dose de LSD. Só que futebol não funciona assim de maneira tão simples. Ainda mais nos tempos atuais em que as condições econômicas favorecem e muito os clubes mais ricos, no caso do Brasil atualmente, Flamengo e Palmeiras. Para que times de menor poder aquisitivo formem bons elencos, há que se arrumar muita grana, o que é praticamente impossível, mesmo para as SAF recém constituídas, como no caso do Atlético. Então esses torcedores precisam sair da Terra da Fantasia e encararem a realidade dos fatos, em que times de investimentos menores como Atlético e tantos outros terão cada vez mais dificuldades de conseguir chegar às finais de campeonatos e torneios mais cobiçados e vencê-los contra as mais poderosas equipes.



É óbvio, sagrado e democrático que a torcida tem todo o direito de criticar o time que não está rendendo tudo o que pode em campo, as decisões do treinador e da diretoria do clube pelas contratações realizadas, mas ela tem que compreender que no futebol não se ganha todo dia e nem se é Campeão toda temporada. E especificamente no Brasileirão, existem 20 times qualificados na disputa acirrada pela taça, mas somente um será o Campeão. E somente quatro se classificarão diretamente para a disputa da Libertadores.
Sou de um tempo em que o nosso torcedor símbolo era o "Sempre". O apaixonado torcedor atleticano José Gomes Ribeiro não deixava de estar presente nos estádios Antônio Carlos, Independência ou Mineirão em dias de jogos do seu amado Clube Atlético Mineiro. Dava pitaco, cobrava, sim! Mas a partir do momento em que o time entrava em campo, era só apoio, só aplausos, só força para os nossos jogadores se sobressaírem e conquistarem as vitórias. "Sempre" foi-se embora e sua figura de defensor apaixonado do clube e do time parece ter se perdido na mente dos novos simpatizantes do Atlético, essa turma que só se sente atleticano quando o time ganha jogos ou conquista títulos, para escaparem da pressão da gozação dos adversários cruzeirenses nas redes socias e nos grupos de Whatsapp. Aí é mole, né, Nicole?


 
Os chamados torcedores "modinhas" parecem sofrer de transtorno bipolar. O mesmo atleta que é criticado e xingado de perna de pau em um jogo ou momento da partida, logo em seguida, se marcar um gol, por exemplo, automaticamente passa a ser um craque de nível de Seleção. Nessa gangorra, ninguém escapa, nem o nosso maior craque Givanildo Vieira de Sousa, o Hulk, que tantos títulos e alegrias nos deu com sua dedicação, sua garra e seu talento extraordinário em campo. Um dos três maiores ídolos da Massa Atleticana, junto com Reinaldo e Ronaldinho Gaúcho, Hulk, por atravessar uma fase de falta de gols e atuações pouco inspiradas, virou alvo de ataques pesados de torcedores modinhas ingratos e descolados da realidade. Foi taxado de acabado, de velho e de inútil, sem mais espaço nem no banco de reservas do time. Um absurdo! Obviamente que a melhor fase de Hulk ficou para trás, é compreensível, pois a idade chega para todo mundo. Completamente natural, portanto. O nosso ídolo acabou de comemorar seus 39 anos em julho, aproximando-se de uma despedida honrosa dos campos. Mas profissional sério e dedicado que é, Hulk sempre se cuidou fisicamente, continuando a apresentar um preparo físico invejável e a qualidade técnica de sempre. Se já não tem a mesma velocidade e a mesma força de arrancada de outros tempos, a visão de jogo, o chute potente e a qualidade nas finalizações a gol permanecem incríveis. E ele ainda tem mais um ano de contrato e pode nos ajudar muito neste e no próximo ano. E um tiquinho só de gratidão não causa mal a ninguém, não é?
 


É assim que funciona. Equipes de futebol passam por situações como esta que o Atlético vive atualmente. São fases em que tudo dá certo, a equipe se encaixa, todo mundo joga bem, as vitórias acontecem em sequência e até a sorte ajuda a conquistar troféus. Em outros momentos a coisa desanda, o grupo se desconecta, o esquema tático não funciona, os erros coletivos e individuais se sucedem, a confiança vai-se embora, os resultados negativos se acumulam e a crise se instala com a pressão, o desespero e a indignação da torcida. E para sair dessa situação caótica é muito difícil e complicado. Ainda mais neste calendário maluco do futebol brasileiro em que o Atlético não tem descanso, jogando uma partida, e decisiva, a cada três dias. Não há tempo para descanso, nem treino e nem para correção dos erros técnicos e táticos. Então é preciso que haja paciência, sensatez, serenidade e principalmente, clarividência, artigo em falta na cabeça oca de muita gente por aí nos tempos atuais. E não será obviamente pressão, ataques raivosos, xingamentos e ameaças de morte que farão os jogadores atleticanos passarem a jogar melhor de uma hora para a outra. E a reação atleticana parece estar em andamento, em uma perceptível melhoria nas atuações do time alvinegro, notadamente na partida contra o arquirrival Cruzeiro e contra o Independiente del Valle. Eu, como sempre, acredito! Confio na permanência na Série A e ainda acho que o título da Copa Sul-Americana será nosso. Sonhar, mesmo neste sistema capitalista selvagem em que vivemos, ainda é gratuito, então vamos aproveitar enquanto há tempo.
Vamos, GALO, fazer História!
Um grande abraço espinosense.


3889 - Ivete cai no Samba

Sempre a admirei e a reconheci como uma excelente cantora, mas tinha algumas restrições ao estilo de música que ela cantava no início da carreira, o famigerado Axé. A baianinha porreta, carismática e arretada de Juazeiro, onde nasceu em 27 de maio de 1972, Ivete Maria Dias de Sangalo Cady é uma potência sonora com um carisma extraordinário e com um talento que lhe permite navegar nos mais diversos oceanos musicais, inclusive o bom e velho Samba de Noel Rosa, Cartola, Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Pois não é que a cantora consagrada e versátil resolveu se enveredar por este novo caminho? Pois é, Josué! Ivete decidiu se reconectar com um gênero que a encantou desde sempre, quando menina aprendeu a cantar o sucesso da saudosa Clara Nunes, "Conto de Areia". Não à toa o projeto de produzir um show tributo ao Samba com músicas clássicas ou inéditas e com participações especiais de nomes como Maria Rita, Belo, Péricles, Jorge Aragão, Arlindinho e Dilsinho, leva o nome de "Clareou". Com direção musical de Bóris Farias, o espetáculo "Ivete Clareou" passará por cinco capitais do Brasil: São Paulo (Jockey Clube, 25-10), Belo Horizonte (Área externa do Mineirinho, 01-11), Rio de Janeiro (Marina da Glória, 22-11), Salvador (WET, 30-11) e Porto Alegre (Parque Harmonia, 13-12).



O show e o disco têm entre as releituras, canções de sucesso como "Juízo Final", "Canto das Três Raças" e "Clareou". Entre as músicas inéditas estão "Nem Precisa Responder", "Vai Tomando", "Por Inteiro" e "Mó Loucura". Para o show foram gravadas 37 músicas, mas no álbum só entraram 11, o que desagradou alguns fãs da cantora.
1) "Nem Precisa Responder", com Belo
2) "Vai Tomando"
3) "Clareou"
4) "Juízo Final"/"Canto das Três Raças"
5) "Por Inteiro", com Péricles
6) "Marechera"
7) "Faz Tempo"/"Me Abraça"
8) "Maçã do Amor"/"Num Corpo Só"
9) "Mó Loucura", com Dilsinho
10) "Loucuras de Uma Paixão", com Jorge Aragão
11) "Cheguei Pra Te Amar"/"Não Me Faça Esperar"



Como é bom ver a estrela da música baiana, brasileira e mundial, que se consagrou cantando Axé, expandindo seu universo e navegando na MPB, no Pop, no Rock e agora no nosso lindo e maravilhoso Samba.
Um grande abraço espinosense.