Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 30 de abril de 2020

2404 - "Sergio", a história de um brasileiro de valor

A recomendação básica da Organização Mundial de Saúde continua inalterada: fique em casa, quem puder! Quem tiver de sair para trabalhar ou resolver qualquer outra questão, não pode se descuidar das ações de prevenção ao Covid-19: manter distância segura dos outros, usar máscara, lavar sempre as mãos com água e sabão ou álcool gel e evitar apertos de mão, abraços e beijos. Então, para os que permanecem em casa, nos horários de ócio, uma boa dica é assistir a boas produções cinematográficas. Aos que têm acesso a Netflix, uma boa opção de filme é "Sergio", a história do nosso conterrâneo brasileiro que tornou-se Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, com a dura e difícil tarefa de atuar nos mais turbulentos cenários em missões humanitárias.


Vamos conhecer um pouquinho da vida real deste grande brasileiro. Sergio Vieira de Mello nasceu aos 15 de março de 1948 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Gilda dos Santos e do embaixador Arnaldo Vieira de Mello. Após se formar no Ensino Médio, foi cursar Filosofia na Universidade de Paris, na Sorbonne. Naquele momento, anos turbulentos na política local, participou dos movimentos sociais de maio de 1968. Com o retorno ao Brasil e vendo seu pai ser aposentado compulsoriamente pela ditadura militar, abandonou a ideia de se tornar diplomata, conseguindo então uma vaga no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, iniciando uma trajetória brilhante de 34 anos na ONU-Organização das Nações Unidas, atuando em áreas de conflito como Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique e Camboja. Sua missão mais vitoriosa foi entre 1999 e 2002, durante a conquista da independência pelo Timor Leste após 24 anos de domínio da Indonésia, angariando o respeito mundial pela sua destacada e relevante atuação pacificadora. Tempos depois foi enviado a Bagdá, no Iraque em guerra, onde morreu vítima de um ataque a bomba contra a sede da ONU na cidade, instalada no Hotel Canal. Era o dia 19 de agosto de 2003 e Sergio tinha 55 anos de idade, perdendo a vida ao lado de outros 21 funcionários da ONU. Sergio deixou a namorada argentina, a economista Carolina Larriera, e dois filhos do seu casamento com Annie Personnaz, Laurent e Adrien. O corpo de Sérgio Vieira de Mello está sepultado no Cemitério de Plainpalais (Cimetière des Rois), em Genebra, na Suíça.





Vamos ao filme. Dirigido por Greg Barker, o filme baseado no livro "O Homem Que Queria Salvar o Mundo", de Samantha Power, mostra em cenas de flashback o atentado e a história de vida do comissário, com seus relacionamentos pessoais e seu enorme entusiasmo pela profissão que escolheu, mesmo perigosa. Seu personagem é representado pelo excelente ator brasileiro Wagner Moura, enquanto a lindíssima Ana de Armas atua na pele de Carolina. Percebe-se claramente uma tentativa de romantizar um tanto a trajetória pessoal e profissional de Sergio, mas dá para se desvencilhar dessa estratégia e focar especialmente na sua bela história de coragem e luta pelo entendimento mundial, não se "vendendo" em meio a gigantescos interesses políticos e econômicos.
Como sempre digo, adoro filmes baseados em fatos reais, portanto minha preferência pessoal inevitavelmente vai influenciar a minha opinião. Por isso é preferível que ninguém se deixe levar apenas por opiniões de outrem e que tirem suas próprias conclusões ao assistirem aos filmes. 
Um grande abraço espinosense.