Espinosa, meu éden

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segunda-feira, 24 de março de 2025

3701 - O esporte mundial perde dois ícones

A morte não perdoa ninguém, nem os lindos, nem os bilionários, nem os poderosos e nem os pedantes. Vão todos eles para um lugar que ninguém consegue nem imaginar direito, posto que ainda nenhuma alma retornou de lá para nos contar e explicar como é. Só sobram especulações, e muita conversa fiada e enganação por parte dos falsos profetas que abundam por aí, engambelando incautos e arrancando dinheiro deles para enriquecimento próprio. Mas, infelizmente, nem os grandes ídolos do esporte escapam da derradeira viagem para o lugar desconhecido. Há pouco, o mundo perdeu dois grandes esportistas.



No dia 18 de março partiu para a eternidade um dos maiores ídolos do esporte brasileiro, especificamente um craque do basquetebol, o Wlamir Marques, aos 87 anos de idade. O ala que ajudou a difundir e valorizar o basquete brasileiro nasceu em São Vicente, no litoral sul de São Paulo, no dia 16 de julho de 1937. Wlamir Marques era um fenômeno com a bola laranja. Foi Bicampeão Mundial com a Seleção Brasileira, em 1959 (Santiago, Chile) e 1963 (Rio de Janeiro, Brasil) e ainda foi Vice-Campeão Mundial em outras duas oportunidades, 1954 e 1970. Ao lado dos seus companheiros, Wlamir ganhou duas Medalhas de Bronze para o Brasil, nas Olimpíadas de Roma (1960) e Tóquio (1964). Todo esse currículo o levou a ser homenageado várias vezes. Foi introduzido no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil e do Hall da Fama da FIBA (Federação Internacional de Basquete). Recebeu o Troféu Heims de Melhor Atleta da América do Sul em 1961 e a Medalha do Mérito Esportivo, duas grandes honrarias. Do Corinthians, um dos clubes que defendeu além do Tumiaru, XV de Piracicaba e Tênis Clube de Campinas, teve o Ginásio de Esportes batizado com seu nome, além de um busto seu instalado no Parque São Jorge. Homenagem merecida, pois com a camisa alvinegra do Timão ele foi Tricampeão brasileiro, Tricampeão sul-americano e Pentacampeão paulista. Além de jogador, foi ainda técnico, professor de Educação Física e comentarista esportivo, sempre ético, humilde e amado por todos.  


 
No dia 21 de março, sexta-feira, outro gigante ídolo do esporte também partiu. Aos 76 anos de idade, faleceu o lendário boxeador norte-americano George Foreman. George Edward Foreman nasceu aos 10 de janeiro de 1949 em Marshall, no Texas, EUA. Ficou conhecido quando, em 1968, venceu o pugilista soviético Ionas Chepulis nos Jogos Olímpicos do México, ganhando a Medalha de Ouro na categoria peso-pesado (+81 kg) do Boxe. A partir daí, profissionalizou-se e construiu uma carreira bastante vitoriosa, com 81 lutas realizadas na carreira, 76 vitórias, sendo 68 por nocaute, e apenas cinco derrotas.
O pugilista conseguiu uma façanha incrível, ficar invicto em 40 lutas consecutivas. Assim, foi convocado a disputar o título mundial em uma luta contra o peso-pesado Joe Frazier, um lendário lutador que havia vencido ninguém menos que o genial Muhammad Ali em 1971. No ano de 1973, no dia 22 de janeiro, em Kingston, Jamaica, Foreman ganhou a luta contra Joe Frazier, acabando com a invencibilidade do oponente que vinha de 29 vitórias, 25 delas por nocaute. E virou Campeão Mundial de Boxe na categoria peso-pesado pela primeira vez, ficando com os cinturões da WBA, WBC e The Ring. Defendeu o cinturão por duas vezes, com sucesso. Venceu, em Tóquio, no Japão, ainda no primeiro round, o campeão peso-pesado porto-riquenho José Roman. E ganhou a luta contra Ken Norton, por nocaute no segundo round, em 1974, em Caracas, na Venezuela.


 
A sua terceira defesa do título entrou para a História como a mais espetacular luta de boxe de todos os tempos, chamada de "The Rumble in the Jungle" ("A Luta na Selva") um confronto com o lendário Muhammad Ali. Este acumulava um cartel invejável, com 44 vitórias e 31 nocautes. Havia perdido, por pontos, apenas duas lutas, uma para Joe Frazier e outra para Ken Norton, dois pugilistas derrotados por Foreman, e por nocaute. George Foreman, 25 anos, que tinha à época um recorde de 40 lutas sem uma única derrota, 37 delas por nocaute, foi nocauteado por Ali aos 2:58 do oitavo round em uma luta transmitida pela TV com audiência extraordinária no dia 30 de outubro de 1974, no Estádio 20 de Maio em Quinxassa, no Zaire, atualmente República Democrática do Congo. George Foreman ainda seria Campeão Mundial mais uma vez, com 45 anos de idade, quando venceu por nocaute o boxeador norte-americano Michael Moorer aos 2:03 do décimo assalto em 5 de novembro de 1994 na MGM Grand Garden Arena, Paradise, Nevada, levando os cinturões dos Pesos-Pesados da WBA e da IBF. Encerrou definitivamente a carreira após a derrota por decisão majoritária para Shannon Briggs no dia 22 de novembro de 1997 na luta realizada na Etess Arena, Atlantic City, Nova Jersey. Na ocasião ele tinha 48 anos e um cartel de 76 vitórias e apenas 5 derrotas. Um gigante!



Após a aposentadoria, Foreman fez um contrato com uma empresa de fabricação e venda de um grill e faturou uma boa grana, até mais que na carreira de pugilista. Virou pastor e dono de igreja, com uma família numerosa de esposa, doze filhos, sendo cinco homens e sete mulheres. Seu nome está gravado com honra na História do esporte mundial.
Um grande abraço espinosense.