Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

2604 - Gal, 75 anos de voz encantadora e músicas eternamente belas

Para compensar esses tempos enclausurados, pouco iluminados e de tonalidades cinzentas e tenebrosas, nada como a harmonia agradável e entusiasmante da boa música. E assim é que a maravilhosa cantora soteropolitana Gal Costa nos presenteia com mais um álbum, este parte do projeto que comemora os seus 75 anos de vida e 55 de carreira artística. O álbum denominado "Nenhuma Dor", lançado há pouco em CD, LP e nas plataformas digitais, traz dez canções que fizeram enorme sucesso e que são uma marca do trabalho requintado da artista baiana, interpretadas por ela e por outros talentosos artistas em performances brilhantes e modernas. Entre os convidados para acompanhá-la estão Criolo, Tim Bernardes, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Zé Ibarra, Zeca Veloso, Silva, Rubel, o uruguaio Jorge Drexler e o português António Zambujo. As participações no álbum aconteceram à distância, com os músicos mandando suas performances gravadas de forma remota, com o uso da tecnologia. Com exceção de "Só Louco", de Dorival Caymmi, "Pois É", de Tom Jobim e Chico Buarque, e "Juventude Transviada", de Luiz Melodia, todas as demais canções são de autoria de Caetano Veloso, algumas em parceria. 

Assim ficaram as dez canções do álbum lançado pela gravadora Biscoito Fino, com os respectivos duetos:
1) Avarandado (Caetano Veloso, 1967) – com Rodrigo Amarante - 03:53
2) Só Louco (Dorival Caymmi, 1955) – com Silva - 03:56
3) Paula e Bebeto (Caetano Veloso e Milton Nascimento, 1975) – com Criolo - 03:11
4) Pois É (Tom Jobim e Chico Buarque, 1978) - com Antonio Zambujo - 01:52
5) Meu Bem, Meu Mal (Caetano Veloso, 1981) – com Zé Ibarra - 04:24
6) Juventude Transviada (Luiz Melodia, 1975) – com Seu Jorge - 03:58
7) Baby (Caetano Veloso, 1967) – com Tim Bernardes - 03:57
8) Coração Vagabundo (Caetano Veloso, 1967) – com Rubel - 02:36
9) Negro Amor (It's All Over Now, Baby Blue, Bob Dylan, 1965, em versão em português de Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti, 1977) – com Jorge Drexler - 04:06
10) Nenhuma Dor (Caetano Veloso e Torquato Neto, 1967) – com Zeca Veloso - 02:39

Quietos em casa a maior parte do tempo, enquanto a vacina salvadora não chega, é reconfortante poder contar com a voz suave, límpida e encantadora de uma das melhores cantoras de todo o país. Em tempos de tamanha penúria e mediocridade na música brasileira atual, ouvir Gal Costa é uma dádiva!
Um grande abraço espinosense.


2603 - É preciso viver, mas com sensatez e razão

Ninguém, em sã consciência, ou alguém com um mínimo de empatia, sensatez e clarividência, deveria negar ou minimizar os estragos e os riscos de uma pandemia mundial tão devastadora como esta do novo Coronavírus. Vivemos tempos sombrios em que 107.854.439 seres humanos foram infectados e destes, 2.370.362 perderam suas vidas até o momento no mundo inteiro. Só no Brasil, foram 9.713.909 infectados e 236.201 mortos até agora. São números assustadores, em plena era da tecnologia, em que poderíamos ter uma resposta mais eficaz e rápida para conter tamanha catástrofe e evitar tantas vidas perdidas. Por isso é imprescindível a conscientização de todos para que aceitem com discernimento as recomendações dos cientistas e médicos sérios e focados na saúde da população, tomando todos os cuidados para evitar a contaminação pelo Covid-19, lavando as mãos com frequência, evitando aglomerações e usando máscara o tempo inteiro. Isto não significa deixar de viver e conviver com familiares, colegas e amigos. Podemos sim conviver naturalmente, porém com os cuidados mínimos para que todos estejam protegidos. A verdade, nua e crua, é que nenhum de nós está completamente livre da terrível doença que assombra o mundo. A praga é invisível e não nos permite desviar do seu foco. Mas é preciso nos preservar, sem contudo deixar de viver. Mesmo que estejamos isolados e enclausurados em casa, sem contato com quase ninguém e tomando todos os mínimos cuidados, podemos ser contaminados facilmente pelo entregador da pizza, da água mineral, do remédio ou das compras no supermercado ou ainda pelo parente que veio nos visitar. O radicalismo não é e nunca será uma boa escolha. Então é preciso nos proteger, sim, mas sem deixar de viver a vida com a prudência necessária.
Toda essa explicação anterior é só para justificar o meu ato consciente de ontem à noite, ao sair de casa para me juntar aos companheiros fanáticos pelo futebol em uma animada pelada no Campo Society Izaías Mariano Mendes na AABB de Espinosa. Não consigo imaginar que alguém que esteja sentindo os sintomas do Covid-19 tenha a coragem, a irresponsabilidade e a insensatez de ir às ruas e participar de eventos quaisquer com amigos e parceiros, colocando em sério risco a vida dos outros. Então, confiando nisso, é que me animei a mais uma vez tomar emprestada a chuteira azul e branca de número 38 do meu amigo, irmão, colega, parceiro e vizinho João Carlos para matar a vontade e correr atrás da bola no gramado do campo society da AABB, mesmo lutando contra o peso da barriga um tanto aumentada nesses dias na cidade, contra a falta de preparo físico e contra o desânimo. E foi ótima a experiência, como sempre. O reencontro com os amigos e parceiros de bola em campo e, claro, logo após na resenha indispensável na mesa do bar, sempre é um momento deveras prazeroso. Os causos, as piadas, as gozações, as lembranças, as gargalhadas, as cutucadas nos adversários de ideias e clubes, tornam esses momentos gratificantes, constantemente em um ambiente de paz, harmonia e congraçamento. A esses amigos fiéis e parceiros acolhedores o meu maior agradecimento pelo carinho e consideração. E vale repetir exaustivamente. Cuidem-se! Cuidem-se dos seus entes queridos. E também dos entes queridos dos outros. Divirtam-se sim, mas com parcimônia e com as cautelas imprescindíveis para que essa doença letal não nos atinja e não nos roube a tão preciosa existência.
Um grande abraço espinosense.