Para compensar esses tempos enclausurados, pouco iluminados e de tonalidades cinzentas e tenebrosas, nada como a harmonia agradável e entusiasmante da boa música. E assim é que a maravilhosa cantora soteropolitana Gal Costa nos presenteia com mais um álbum, este parte do projeto que comemora os seus 75 anos de vida e 55 de carreira artística. O álbum denominado "Nenhuma Dor", lançado há pouco em CD, LP e nas plataformas digitais, traz dez canções que fizeram enorme sucesso e que são uma marca do trabalho requintado da artista baiana, interpretadas por ela e por outros talentosos artistas em performances brilhantes e modernas. Entre os convidados para acompanhá-la estão Criolo, Tim Bernardes, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Zé Ibarra, Zeca Veloso, Silva, Rubel, o uruguaio Jorge Drexler e o português António Zambujo. As participações no álbum aconteceram à distância, com os músicos mandando suas performances gravadas de forma remota, com o uso da tecnologia. Com exceção de "Só Louco", de Dorival Caymmi, "Pois É", de Tom Jobim e Chico Buarque, e "Juventude Transviada", de Luiz Melodia, todas as demais canções são de autoria de Caetano Veloso, algumas em parceria.
Assim ficaram as dez canções do álbum lançado pela gravadora Biscoito Fino, com os respectivos duetos:
1) Avarandado (Caetano Veloso, 1967) – com Rodrigo Amarante - 03:53
2) Só Louco (Dorival Caymmi, 1955) – com Silva - 03:56
3) Paula e Bebeto (Caetano Veloso e Milton Nascimento, 1975) – com Criolo - 03:11
4) Pois É (Tom Jobim e Chico Buarque, 1978) - com Antonio Zambujo - 01:52
5) Meu Bem, Meu Mal (Caetano Veloso, 1981) – com Zé Ibarra - 04:24
6) Juventude Transviada (Luiz Melodia, 1975) – com Seu Jorge - 03:58
7) Baby (Caetano Veloso, 1967) – com Tim Bernardes - 03:57
8) Coração Vagabundo (Caetano Veloso, 1967) – com Rubel - 02:36
9) Negro Amor (It's All Over Now, Baby Blue, Bob Dylan, 1965, em versão em português de Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti, 1977) – com Jorge Drexler - 04:06
10) Nenhuma Dor (Caetano Veloso e Torquato Neto, 1967) – com Zeca Veloso - 02:39
Quietos em casa a maior parte do tempo, enquanto a vacina salvadora não chega, é reconfortante poder contar com a voz suave, límpida e encantadora de uma das melhores cantoras de todo o país. Em tempos de tamanha penúria e mediocridade na música brasileira atual, ouvir Gal Costa é uma dádiva!
Um grande abraço espinosense.