Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

3646 - O que será dos dois maiores clubes mineiros em 2025?

O ano de 2025 já chegou aumentando de maneira exorbitante a expectativa dos torcedores dos dois maiores clubes das Minas Gerais. Atlético e Cruzeiro iniciaram o ano de forma completamente distinta, um ainda meio hesitante, sem quase nenhuma agressividade nas negociações no mercado, e o outro surpreendendo o cenário futebolístico do país com uma enxurrada de contratações de jogadores famosos e caros. Quem está atuando de maneira correta e com maiores possibilidades de sucesso na temporada? Só o futuro nos dirá, quando o ano terminar e as competições já apresentarem os seus grandes campeões.
No caso do Cruzeiro, a torcida está em festa, eufórica e com a autoestima no pico com a dezena de novos jogadores contratados sob a atuação agressiva e entusiasmada do milionário empresário Pedro "BH" Lourenço, atual proprietário da SAF do clube. Até o momento são oito atletas contratados: Gabigol, Dudu, Fagner, Eduardo, Bolasie, Christian, Marquinhos e Rodriguinho. O zagueiro Fabrício Bruno é outro que há pouco fechou a negociação para trocar o Flamengo pelo clube celeste. A lista de desligados é bem grandinha: Zé Ivaldo, Rafael Cabral, Anderson, Lucas Oliveira, Matheus Davó, Gabriel Veron, Barreal, Pedrão, Gabriel Grando, Ramiro, Rafa Silva, Wesley Gasolina, Helibelton Palacios, Fernando Henrique, Neto Moura, Ian Luccas e Mateus Vital.
Vou palpitar aqui agora sobre o novo Cruzeiro e certamente vou atrair a ira de muitos torcedores, eu sei, mas na minha opinião, a euforia azul está um tanto exagerada. É claro que alguns contratados têm história, um tanto de títulos conquistados e capacidade técnica indiscutível, casos de Gabigol, Dudu, Fagner e Fabrício Bruno. Mas um rápido exame da situação recente desses atletas em seus clubes anteriores no ano de 2024, nos mostra um desempenho aquém daquele que os levou ao ápice na carreira. Vejamos. Dudu, atacante de 32 anos, que teve uma lesão séria no joelho direito, rompendo o ligamento cruzado anterior e lesionando o menisco, ficou dez meses parado e quando retornou, foi para o banco de reservas do Palmeiras. Em 462 partidas pelo Verdão, ele marcou 88 gols, uma média baixa para um atacante, 0,19. Com Eduardo, ocorreu coisa parecida, com lesão e retorno no banco do Botafogo. Já Gabigol, jogador bastante festejado, ficou quase a temporada inteira no banco de reservas do Flamengo, só retornando ao time titular no final da temporada, depois que o titular Pedro se lesionou gravemente. Foi bem na primeira partida decisiva da Copa do Brasil contra o Atlético, quando marcou duas vezes. Mas também se meteu em várias confusões, vestindo camisa do Corinthians, sendo acusado de fraudar exame antidoping, perdendo a camisa 10 e dando declarações polêmicas que o levaram a ser afastado do time em 2024. Fabrício Bruno é outro que amargou a reserva por longo tempo no time carioca. Quanto ao Bolasie e Christian, são jogadores medianos, que atuaram em times que foram rebaixados à segunda divisão, Criciúma e Athletico. E os demais, Marquinhos e Rodriguinho, são apenas jovens promessas, que são uma incógnita ainda. Podem "arrebentar" ou fracassar, fica a dúvida. Então, torcida cruzeirense, um pouco de calma e humildade não fará mal. É certo que o elenco cruzeirense fica muito mais forte e equilibrado com tantas boas contratações, podendo surpreender a todos com um encaixe imediato do time e se apresentando com grandes chances de colocar fim à hegemonia do arquirrival Atlético no futebol mineiro que já dura cinco anos, mas não imagino com o poder e qualidade necessária para brigar pelos maiores títulos com os poderosos e endinheirados Flamengo e Palmeiras.
ELENCO DO CRUZEIRO:
GOLEIROS: Cássio, Léo Aragão e Otávio
LATERAIS DIREITOS: William e Fagner 
LATERAIS ESQUERDOS: Marlon e Kaiki 
ZAGUEIROS: Fabrício Bruno, João Marcelo, Jonathan Jesus e Villalba
VOLANTES: Lucas Romero, Lucas Silva, Walace, Matheus Henrique, Christian e Fabrizio Peralta
ARMADORES: Matheus Pereira, Eduardo, Rodriguinho, Japa e Vitinho 
ATACANTES: Gabigol, Dudu, Juan Dinenno, Arthur Jorge, Lautaro Díaz, Yannick Bolasie, Teves e Kaio Jorge 



O Galo começou o ano meio lerdo, sem treinador e sem nenhuma contratação, só venda e liberações de atletas, um bom número deles. Deixaram o clube cinco jogadores: Maurício Lemos, Matheus Mendes, Eduardo Vargas, Alan Kardec e Mariano. Zaracho está em negociação avançada para ir jogar no Racing. O ótimo atacante Paulinho foi vendido por uma alta grana para o Palmeiras, com a vinda para o Atlético dos meio-campistas Gabriel Menino e Patrick. Outra novidade é a compra em definitivo do passe do jovem armador Robert. Até o momento, ninguém mais, a não ser a contratação do treinador Alexi Stival, o Cuca, velho conhecido no clube. À frente do elenco atleticano em suas três passagens, o técnico atuou em 245 partidas, com 135 vitórias, 55 empates e 55 derrotas, aproveitamento de 61.9%. Também se tornou um vencedor, o mais importante da história do clube, com seis títulos conquistados: Campeonatos Mineiros de 2012, 2013 e 2021, Copa Libertadores da América de 2013, Campeonato Brasileiro de 2021 e Copa do Brasil de 2021. Os números e dados dizem tudo, o cara é competente e vitorioso, não há dúvidas. A dúvida é qual elenco ele terá nas mãos para trabalhar e tornar o time competitivo e com chances de levantar alguma taça durante a temporada. O time titular do Galo é bom, mesmo com a ausência do Paulinho, titular absoluto e grande artilheiro que muito nos ajudou em sua passagem pelo clube. Mas as opções na suplência são insuficientes em quantidade e qualidade, infelizmente, exigindo urgentes reforços. Na programação orçamentária divulgada pelo clube, as metas são de chegar à semifinal da Copa Sul-Americana, nas quartas de final da Copa do Brasil e entre os seis primeiros colocados do Campeonato Brasileiro. Lembrando que estas metas são apenas para o atingimento do planejamento financeiro traçado pelo clube, não do plano de conquistas futebolísticas, que são obviamente mais otimistas. Mas para que isto se realize é preciso reforçar o elenco com bons atletas, pois os insucessos do ano passado mostram a fragilidade de algumas posições do elenco, sobretudo no ataque e nas laterais. O problema é o insuficiente valor da grana disponível para se investir em contratações, em comparação com os gigantes do futebol brasileiro que estão gastando milhões para se reforçarem.  
ELENCO DO ATLÉTICO:
GOLEIROS: Éverson, Gabriel Delfim e Gabriel Átila 
LATERAIS DIREITOS: Renzo Saravia
LATERAIS ESQUERDOS: Guilherme Arana
ZAGUEIROS: Lyanco, Junior Alonso, Bruno Fuchs, Ígor Rabello e Rômulo
VOLANTES: Rodrigo Battaglia, Otávio, Fausto Vera, Patrick, Ígor Gomes, Alan Franco e Paulo Vitor
ARMADORES: Gustavo Scarpa, Gabriel Menino, Rubens, Bernard e Robert
ATACANTES: Hulk, Deyverson, Brahian Palacios, Cadu e Alisson


      
Ao contrário da torcida cruzeirense que está esperançosa e em estado de êxtase com o apaixonado dono do seu time e seu caminhão de dinheiro em contratações, a Massa Atleticana está apreensiva e ansiosa à espera de uma resposta positiva dos 4Rs, donos da SAF do clube, que até o momento ainda não conseguiram apresentar nenhuma nova cara na Cidade do Galo. Compreende-se que se esperava a decisão da escolha do novo treinador para a partir daí, com nome escolhido, confirmado e contratado, o de Cuca, o clube começasse o planejamento da temporada de 2025 com o estudo das saídas e um exame aprofundado das carências do elenco, o que deve ocorrer muito em breve.
Espero que tanto o Cruzeiro quanto o Atlético consigam formar equipes coesas, qualificadas e competitivas para fazer um bom papel nas competições brasileiras e sul-americana, quem sabe disputando juntos uma grande final que não seja a do Campeonato Mineiro. Tudo é possível. Vamos aguardar os acontecimentos.  
Um grande abraço espinosense.

3645 - Um exímio guitarrista brasileiro na Austrália

Com a explosão mundial da tecnologia que aproxima e distancia pessoas, de forma tão paradoxal, as redes sociais tornaram-se palco para milhões de indivíduos mostrarem suas qualidades, talentos e experiências pessoais. E, infelizmente também, para exporem suas habilidades para criar porcaria. São milhões de celebridades, influencers, artistas, e claro, picaretas de toda espécie tentando atrair atenção ou engambelar os menos astutos e desconfiados. Em meio a tanta coisa abominável, fútil e dispensável, pode-se garimpar muita coisa boa e excelente. 
Foi assim que descobri há pouco a história de um rapaz brasileiro que mudou-se para a Austrália e ganha a vida com a força e a beleza da sua habilidade no domínio de uma guitarra, apresentando-se nas ruas e praças da cidade de Sidney. Andryel Jung estudava Direito no Sul do Brasil e, com a pandemia do Covid-19, foi obrigado a abandonar o curso por não ter como pagar as mensalidades. Resolveu largar tudo e se aventurar no mundo, escolhendo a Austrália para tentar realizar o sonho de ter uma vida boa, fazendo o que mais ama. Saiu do Brasil sem guitarra, sem emprego garantido e com apenas 300 seguidores na rede social. Aqui no Brasil, ganhava um salário mínimo em um emprego em uma empresa de portarias de condomínios, por 10 meses. Chegando na Austrália, tentou se virar nos primeiros meses trabalhando em armazéns, empresas de mudanças e canteiros de obras, sem sentir o mínimo prazer. Largou tudo e passou a se apresentar nas ruas, em dias incertos, faturando cerca de 1.500 dólares por semana, e mais alguma grana em shows realizados em bares e restaurantes. Ganhou instrumentos musicais de fãs e já conseguiu, com o fruto do seu trabalho, comprar seis guitarras e modernos aparelhos de som. Andryel não canta, mas mostra todo o seu incrível talento na guitarra tocando clássicos do Rock, Blues e Jazz nas ruas, atraindo a atenção e o carinho dos passantes, que o remuneram de boa vontade.
Com o relativo sucesso que conquistou na terra nova em pouco mais de dois anos, o jovem de 24 anos oriundo de Canoas (RS) parece não sentir saudades de morar no nosso Brasil, apesar de continuar o amando como quase todos nós. Só desejo a ele muita saúde, a bastante humildade e mais e mais reconhecimento ao seu trabalho, fonte de seu prazer.
Boa sorte, Andryel! Você toca muito, garoto! Que o bom Deus continue a abençoá-lo com suas dádivas!
Um grande abraço espinosense.