Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

868 - Um povo altamente solidário

Não vou negar que tenho severas restrições a respeito de algumas características nefastas do povo de Espinosa. No meu humilde entendimento das coisas, me incomoda seriamente a abominável mania de alguns na tentativa de criar constrangimentos e danos à vida dos outros com o uso indiscriminado da fofoca. Coisa mais ridícula! Outra característica que gostaria de ver banida da nossa comunidade é a radicalização política que, cega e surda, leva algumas pessoas a hostilizar adversários e, pasmem, até parentes e amigos, em uma demonstração inacreditável de inaceitação de posições e ideias dessemelhantes. Uma tristeza!
Entretanto, o povo espinosense tem qualidades extraordinárias no campo da solidariedade e da hospitalidade. É só reparar um pouquinho e notar a imensa capacidade de acolhimento e de calor humano que somos capazes de destinar às pessoas que por aqui chegam vindo de outras paragens. Muitos se identificam tanto que acabam constituindo família e criando raízes nesta nossa terra.
São incontáveis as histórias de solidariedade entre nós, quando uma grande parcela da sociedade se uniu para ajudar alguém em dificuldades. Para exemplificar essa constatação, gostaria de lembrar de alguns casos de grande amparo fraternal. Quando Moacir teve o seu pequeno comércio de material de construção destruído por um incêndio algum tempo atrás, vizinhos, amigos e a comunidade prontamente se juntaram para ajudar. Fizeram leilões para arrecadar alguma quantia que pudesse ajudá-los naquela situação difícil e complicada. Hoje em dia é reconfortante notar o seu sucesso comercial ao lado dos seus tão trabalhadores e dinâmicos filhos.
Outra situação de grande demonstração de solidariedade aconteceu quando o jovem Thiago Rodrigues passou por grave problema de saúde e a comunidade mais uma vez se uniu na tarefa de arrecadar fundos para custear o seu tratamento, conseguindo êxito total. Com essa fundamental assistência ele se recuperou rapidamente e goza atualmente de muito boa saúde no exercício da sua profissão lá em Vitória da Conquista.
Em outra oportunidade, caridosos voluntários se uniram para arrecadar dinheiro para construir uma nova residência para Maria, que morava ali no Bairro Santos Dumont em uma casinha de pau a pique. Com a ajuda de muitos bondosos cidadãos espinosenses, a empreitada se tornou realidade e ela hoje mora com muito mais dignidade e conforto no mesmo local.
Um acontecimento que não me sai da memória, pela beleza da sua existência, foi a carreata promovida pela comunidade de Espinosa no episódio do roubo do caminhão de Dedé de Zezinho Fagundes, se não me engano no final dos anos 80. O caminhão do já falecido Dedé foi roubado e levado para a Bahia. Amigos seus saíram de Espinosa no encalço dos ladrões e conseguiram recuperar o veículo quase todo depenado em algum lugar da Bahia, não me recordo onde. No dia em que eles chegaram em Espinosa foi uma festa, havia centenas de motoristas em seus carros aguardando para comemorar a retomada do caminhão com uma enorme carreata pelas ruas da cidade. Eu estava presente e senti ali uma sensação maravilhosa de alegria e de satisfação por fazer parte de uma sociedade tão solidária. Uma cena emocionante!
Mais recentemente, uma campanha em favor do jovem Víctor de Freitas Rocha, que foi diagnosticado com leucemia, conseguiu reunir centenas de pessoas de bom coração que contribuíram de todas as maneiras para que ele conseguisse condições financeiras para fazer um transplante de medula e continuar o seu tratamento em uma instituição médica de ponta. O doador foi o seu irmão Antônio Líncoln e a operação foi um sucesso. Atualmente ele se recupera gradativamente da sua grave enfermidade e a gente se sente feliz e confiante em que tudo se resolverá da melhor maneira possível, com a sua recuperação e a sua volta para casa totalmente curado para o convívio com a sua digna e guerreira família, que tanto batalhou em sua defesa. Tivemos o imenso prazer de reencontrá-lo ontem e perceber a sua pronta recuperação. Há ainda um duro caminho a percorrer, com mais exames e acompanhamento médico e algumas restrições por um determinado tempo, mas a pior fase já passou e só nos resta agradecer a Deus pela sua saúde aos poucos restabelecida.
Na oportunidade gostaria de ressaltar a minha admiração e respeito por Valéria Freitas, uma guerreira mãe que se dedicou integralmente na difícil tarefa de lutar pela vida do seu filho e com a graça de Deus saiu vencedora. Um exemplo dignificante da força de uma mãe.
Então, quando mais um ano se inicia, aproveito esse espaço para agradecer de coração e alma a todos esses altruístas seres humanos de tão bom coração que se dispõem voluntariamente a ajudar àqueles que necessitam. Não citarei nomes pois iria cometer injustiças por desconhecer os nomes de todos os que colaboraram, mas todos esses homens e mulheres caridosos terão merecidamente a bênção e o reconhecimento de Deus. Que assim continuem pelos muitos anos que virão, certamente.
Recebam o nosso eterno reconhecimento pela generosidade e espírito solidário em prol daqueles que passam por dificuldades momentâneas, mudando para sempre e para melhor as suas trajetórias de vida. Deus lhes dará em dobro aquilo que proporcionaram ao seu irmão. Muito obrigado!
Um grande abraço espinosense.

Abaixo, dois lindos vídeos sobre o tema solidariedade. O primeiro, uma lição de vida, de união solidária na vitória sobre os obstáculos do dia a dia. O segundo, a inesquecível união de grandes astros da música americana em prol dos famintos da África. Um gesto maravilhoso de amor e compaixão. 
 



867 - Discos da minha vida: "The Concert in The Central Park", de Simon and Garfunkel

A descoberta dessa dupla maravilhosa de cantores americanos aconteceu ainda jovem, em casa, em um disco "compacto" que tinha a música "The Boxer", um clássico que eu simplesmente adoro. Foi amor à primeira vista. Tempos depois, comprei o álbum duplo deles, o memorável concerto no Central Park, em Nova Iorque, gravado em 19 de setembro de 1981 e lançado em 16 de fevereiro de 1982 pela Warner Bros Records. Aí, de tanto tocar nas festinhas da Rua da Resina, o disco estragou, ficando todo arranhado. Sem problema, comprei outro LP. Depois o CD e depois o DVD (tenho dois). É um dos meus maiores tesouros musicais.
O reencontro dos dois artistas se deu diante de mais de 500 mil pessoas, em um show beneficente e inesquecível no coração verde de Nova Iorque, o maravilhoso Central Park. A ideia do show com a dupla partiu do comissário Gordon Davis, responsável pelas áreas verdes da cidade, que contactou Ron Delsener, um renomado promotor de eventos, para promover o espetáculo e angariar fundos para a reforma do Central Park, naquela época bastante deteriorado. O show foi um sucesso estrondoso, com a presença maciça da população novaiorquina, que lotou o parque.  
A dupla Simon e Garfunkel contou com a participação da banda composta por David Brown (guitarra), Pete Carr (guitarra), Anthony Jackson (baixo), Rob Mounsey (sintetizador), John Eckert (trompete), John Gatchell (trompete), Dave Tofani (saxofone), Gerry Niewood (saxofone), Grady Tate (bateria, percussão), Steve Gadd (bateria, percussão) e Richard Tee (teclado, piano).
A primeira música a ser tocada foi Mrs. Robinson, que foi tema do filme "The Graduate", de 1967 ("A Primeira Noite de um Homem", aqui no Brasil), com Dustin Hoffman e Anne Bancroft. Depois de tocar grandes sucessos e finalmente a clássica "The Boxer", Paul e Art deixaram o palco. Retornaram para o tradicional bis e tocaram "Old Friends", "The 59th Street Bridge Song (Feelin' Groovy)" e "The Sound of Silence". Depois de apresentar os músicos, fecharam a apresentação com uma reprise de "Late in the Evening". Confira a lista completa das músicas tocadas:
  1. "Mrs. Robinson" (Simon & Garfunkel)
  2. "Homeward Bound" (Simon & Garfunkel)
  3. "America" (Simon & Garfunkel)
  4. "Me and Julio Down by the Schoolyard" (Paul Simon)
  5. "Scarborough Fair" (Simon & Garfunkel)
  6. "April Come She Will" (Simon & Garfunkel)
  7. "Wake Up Little Susie" (The Everly Brothers/Felice and Boudleaux Bryant)
  8. "Still Crazy After All These Years" (Paul Simon)
  9. "American Tune" (Paul Simon)
  10. "Late in the Evening" (Paul Simon)
  11. "Slip Slidin´ Away" (Paul Simon)
  12. "A Heart in New York" (Art Garfunkel, Gallagher and Lyle)
  13. "The Late Great Johnny Ace" (Paul Simon)
  14. "Kodachrome/Maybellene" (Paul Simon/Chuck Berry, Russ Fratto e Alan Freed)
  15. "Bridge Over Troubled Water" (Simon and Garfunkel)
  16. "50 Ways to Leave Your Lover" (Paul Simon)
  17. "The Boxer" (Simon and Garfunkel)
  18. "Old Friends/Bookends Theme" (Simon and Garfunkel)
  19. "The 59th Street Bridge Song (Feelin' Groovy)" (Simon and Garfunkel)
  20. "The Sounds of Silence" (Simon and Garfunkel)
  21. "Late in the Evening" (Reprise) (Paul Simon)
Duas canções não foram incluídas no álbum: "The Late Great Johnny Ace" e a reprise de "Late in the Evening".

 
O concerto de Simon and Garfunkel no Central Park arrecadou cerca de 51.000 dólares. Outros shows beneficentes de outros músicos aconteceram e ajudaram na restauração do parque. Com mais doações do público em geral e com a ajuda de benfeitores ricos, o parque foi totalmente restaurado na década de 1980 e ganhou reconhecimento como uma grande atração turística da cidade de Nova Iorque. 
Fonte: wikipedia.org

O meu saudoso amigo de Rua da Resina, Jésus Natalino Vieira, adorava a música "Bridge Over Troubled Water" (Simon and Garfunkel), a quem dedico essa postagem.
Um grande abraço espinosense. 

866 - Um NÃO ao preconceito...

É notória a repugnância que alguns sentem pelos homossexuais no Brasil. Chega-se ao extremo de cometer ataques violentos a alguns deles nas ruas, quando não se mata apenas por inaceitação. Um completo absurdo!   
Quantas pessoas homossexuais você conhece em Espinosa? E quantos outros ainda não tiveram coragem de assumir a sua condição devido à pressão e reprovação por parte da sociedade?
O que dizer deles? São assassinos? São bandidos? São assaltantes? São marginais? São crápulas?
Ou são pessoas do bem? Trabalhadoras? Honestas? Solidárias? Inteligentes? Caridosas? 
Eu tenho o prazer de conhecer alguns homossexuais de Espinosa. E todos eles são ótimos filhos, cidadãos íntegros, pessoas de inteligência superior, gente do bem. Não cabe aqui citar nomes, mas tenho um imenso respeito por todos eles. É isso! Você não precisa concordar com eles. Você não precisa aceitar a opção sexual deles. Você não precisa se sujeitar às suas ideias. Mas você precisa aprender a conviver bem com eles, a tratá-los com respeito. Respeito, basta isso!
Um grande abraço espinosense.