Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 13 de setembro de 2025

3849 - O histórico julgamento da trama golpista

Na minha já extensa trajetória humana de mais de seis décadas, tive a oportunidade de vivenciar e testemunhar acontecimentos históricos com extrema importância pessoal e no caminho da Humanidade. Vi acontecer em Espinosa, a chegada da televisão, primeiramente em preto e branco e posteriormente em cores. Vi, entristecido, o desaparecimento do Cine Coronel Tolentino que me fazia encantado com os filmes de Hollywood. Vi, estupefato, a queda do Muro de Berlim e o esfacelamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Vi, desolado, a despedida desta vida de ícones mundiais no esporte como Diego Armando Maradona, Edson Arantes do Nascimento, Ayrton Senna da Silva e Cassius Marcellus Clay Junior. Vi e vivi, encantado, a explosão do Rock Brasileiro nos anos 80 e, posteriormente, consternado, a morte triste e prematura de meus ídolos Agenor "Cazuza" de Miranda Araújo Neto, Renato "Russo" Manfredini Júnior e Cássia Rejane Eller. Vi e vivi, entusiasmado, a campanha das "Diretas Já" que ajudou a dinamitar e expurgar, espero que para sempre, a maldita ditadura militar brasileira apoiada pela imprensa, pela igreja e pela elite e financiada pelos Estados Unidos. Vi, extasiado, a Democracia renascer, dando a mim e a milhões de brasileiros o direito de escolher o Presidente da República. Vi, esperançoso, a instalação da Constituição Cidadã de Ulysses Silveira Guimarães. Vi, perplexo, o incrível e devastador tsunami no Japão. Vi ao vivo pela TV, surpreso, o atentado terrorista contra as gigantes torres do World Trade Center. Vi, compenetrado, a vitória e o impeachment do "caçador de marajás" Fernando Collor de Mello. Vi, indignado, o golpe sujo que retirou a digna e íntegra Presidenta Dilma Vana Rousseff do seu cargo conquistado pelo voto livre e democrático do povo brasileiro. E agora, agorinha, anteontem para ser mais exato, acompanhei pela televisão o epílogo do julgamento dos acusados de tramarem um golpe de Estado contra a Democracia Brasileira.
É a História sendo escrita diante dos nossos olhos. O país inteiro, e até o mundo, teve acesso amplo a todas as muitas provas colhidas pela Polícia Federal, a todas as informações constantes dos autos e a todas as fases do processo, seja nos depoimentos da defesa e dos réus até a realização do julgamento. Você, de acordo com suas convicções, tem todo o direito de estar a favor ou contra a punição dos mentores e executores da trama golpista. É justo e livre. O que não é correto, lógico e aceitável é que se feche os olhos para as irrefutáveis provas produzidas pelos próprios criminosos, entre documentos, mensagens, áudios, vídeos, anotações pessoais, depoimentos, confissões etc.



A Democracia não é e nem será o modelo de regime governamental de total e completa perfeição. Perfeição não existe, em nada e lugar nenhum, só em Deus Nosso Senhor Todo-Poderoso. Mas certamente é o melhor sistema para que a liberdade e a vontade do povo se estabeleçam em paz e harmonia. E um dos alicerces da Democracia é a alternância de poder, conforme a decisão livre do povo expressa nos votos secretos e independentes. Feita a escolha pelos eleitores brasileiros, que a decisão seja acatada e que o escolhido nas urnas seja empossado e possa montar e comandar o seu governo, trabalhando com afinco e seriedade para a melhoria das condições de vida de todos, especialmente dos menos favorecidos. Qualquer empecilho criado contra esta engrenagem social e política registrada na Constituição, de legal e salutar tradição, terá que ser rechaçada e punida severamente de acordo com a Lei. E foi apenas isso que aconteceu no Brasil. Crimes foram cometidos e estão sendo punidos.
Depois dos julgamentos de centenas de vândalos que invadiram e depredaram com violência e fúria os prédios públicos de Brasília, do Congresso Nacional, do Palácio da Alvorada e do Supremo Tribunal Federal, foi finalizado anteontem, dia 11 de setembro de 2025, o julgamento dos oito integrantes da tentativa de golpe contra o Brasil pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. 
Após os trâmites normais das sessões judiciais, finalizadas com os votos dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Cristiano Zanin Martins, Flávio Dino de Castro e Costa e Luiz Fux, os oito acusados foram julgados culpados pelos crimes e tiveram suas penas decididas e declaradas. O placar foi de 4 x 1, com a divergência do ministro Luiz Fux.
Assim ficaram as penas dos réus condenados:
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República: 27 anos e três meses;
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022: 26 anos;
Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha: 24 anos; 
Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal: 24 anos;
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI): 21 anos; 
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa: 19 anos;
Alexandre Ramagem Rodrigues, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): 16 anos, um mês e 15 dias. Por ter sido eleito deputado federal, ele teve parte das acusações suspensas, no caso dos crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado;
Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. 2 anos em regime aberto e garantia de liberdade pela delação premiada.
É a primeira vez na História do Brasil em que um ex-presidente foi julgado e condenado por tentativa de golpe de Estado e em que generais de alta patente também foram responsabilizados pela Justiça. Ainda restam para serem julgados, outros criminosos que participaram da trama golpista. 



Encerrado o julgamento dos criminosos golpistas do núcleo crucial, muito se fala por aí nas ruas e nas redes sociais, sem qualquer lógica ou fundamento, de uma possível decisão do Congresso Nacional ou do próximo presidente eleito, de decretação de uma anistia ou indulto presidencial para os condenados, sobretudo para o declarado líder da organização criminosa, Jair Bolsonaro. Conforme a Constituição Brasileira, fato destacado pelo ministro Alexandre de Moraes, não há esta possibilidade de forma alguma. Qualquer ação desta natureza tomada pelos políticos, será sumariamente refutada no Supremo Tribunal Federal, defensor maior da Carta Magna do país. Os maus políticos tratam os seus eleitores como trouxas, engambelando-os com informações falsas, deturpações dos fatos e com promessas quiméricas, na tentativa de iludi-los e manterem apoio político.
As eleições seguras, livres e democráticas realizadas nas modernas e confiáveis urnas eletrônicas, definidas detalhadamente na Lei, dão a nós, eleitores, de tempos em tempos, a chance esperançosa de trocarmos os responsáveis pela condução política e econômica do país. Com a maioria dos eleitores brasileiros decidindo e escolhendo aqueles que imaginam mais preparados para administrar os destinos do país, resta aos derrotados aceitar o resultado das urnas e o processo democrático. Nada disso que vimos acontecer nos últimos anos no Brasil, de propagação caudalosa de fake News, de bloqueio violento de estradas, de ataque verbal e físico às instituições, de depredação de prédios públicos e de planejamentos de atos terroristas contra autoridades, deveria acontecer se tivéssemos, todos, apreço pela Lei e pela Democracia. Sob o fanatismo exacerbado político-religioso, infelizmente as virtudes da ética, da retidão e da idoneidade são abandonadas na defesa radical e cega dos seus ídolos, sem que a razão prevaleça, o que é lamentável. Aos que saíram do caminho da probidade e da legalidade, nada mais correto e justo que sejam alvo da Justiça, pagando por seus delitos de acordo com a Lei. E que a Democracia siga adiante, firme e forte, com a devida defesa dos cidadãos honestos, probos e éticos da nossa amada nação Brasil.
Ninguém está acima da Lei. Todo e qualquer cidadão, humilde ou poderoso, deverá ser responsabilizado pelas suas atitudes ilegais, de acordo com as suas gravidades. Basta de impunidade! Viva a Democracia!
Um grande abraço espinosense.

3848 - Morreram Zezito, Maria, Anderson e Nenzinha em Espinosa

Com grande tristeza, acabei de tomar conhecimento, através da página do Facebook da médica espinosense Iasmym Dantas, do falecimento do senhor José Raimundo de Brito, o popular Zezito. Ele foi durante um bom tempo meu vizinho na Rua Deputado Edgar Pereira no Bairro Jardim Oriente. Bastante conhecido e querido na comunidade espinosense, Zezito, sempre animado e brincalhão, deixa-nos perto de completar seus 81 anos.
Nos últimos dias, descobri, pela página do Facebook do noticiarista Fidelino José Fernandes, algumas outras perdas da nossa comunidade espinosense, como as da senhora Maria de Jesus da comunidade de Lagoa do Marruaz, ocorrido no dia 10 de setembro; de Anderson Silva de Carvalho da comunidade de Santa Marta, ocorrido no dia 9 de setembro; e da senhora Josefina Alves Neri, conhecida como Nenzinha na comunidade do Mingu, no dia 9 de setembro.





A Iasmym, Marcilene e Valdeir Dantas e a todos os demais familiares dos falecidos em Espinosa, externo aqui os meus sentimentos de pesar, minha solidariedade cristã e a prece ao Salvador dos Homens para que interceda em suas vidas, concedendo as devidas e bastantes fé, força e resignação para suportarem e superarem momento de tamanha dor e consternação.
Que Deus acolha os falecidos com a sua infinita misericórdia em seu Reino de Paz!
Um grande abraço espinosense.