Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

2579 - Raimundo Fagner e a sua "Serenata"

Raimundo Fagner Cândido Lopes, como muitos de nós com vários anos de estrada, já mostra em sua face o irreversível passar dos anos, com as rugas aparentes, os cabelos ralos e brancos e as orelhas desmesuradas. O tempo, impassível e implacável, não para e não permite a juventude eterna. Mas a jovialidade felizmente continua vigorosa no coração e mente do artista cearense. Aos 71 anos de idade, Fagner lança mais um elogiável trabalho musical, agora com o resgate de clássicos da nossa seresta. Estreando pela gravadora "Biscoito Fino" sob a produção de José Milton, Fagner lançou no mês passado, nas plataformas digitais, o álbum "Serenata", um conjunto de 12 clássicos da rica Música Popular Brasileira. 
Com a intenção de fazer uma homenagem ao seu irmão mais velho Fares Cândido Lopes, amante da seresta e parceiro do grande compositor Evaldo Gouveia (1928-2020), Fagner se esmerou em gravar canções consagradas de grandes compositores como Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Pixinguinha, Cartola, Sílvio Caldas e Orestes Barbosa. Um dos destaques do disco é a gravação virtual do dueto de Fagner e Nelson Gonçalves na canção "Serenata", possibilitada com a ajuda da tecnologia no processo de juntar as vozes dos artistas em estúdio.   

São essas as 12 canções do álbum "Serenata":
1) "Serenata" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) - Com Nelson Gonçalves - 3:58
2) "Lábios Que Beijei" (J. Cascata e Leonel Azevedo) - 4:04 
3) "Malandrinha" (Freire Júnior) - 3:18
4) "As Rosas Não Falam" (Cartola) - 2:48
5) "Maringá" (Joubert de Carvalho) - 3:05
6) "Noite Cheia de Estrelas" (Cândido das Neves) - 3:24
7) "Serenata do Adeus" (Vinicius de Moraes) - 3:00
8) "Deusa da Minha Rua" (Newton Teixeira e Jorge Faraj) - 4:18
9) "Rosa" (Pixinguinha) - 3:41
10) "Valsinha" (Chico Buarque e Vinicius de Moraes) - 3:14 
11) "Chão de Estrelas" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) - 3:29
12) "Mucuripe" (Raimundo Fagner e Belchior) - 3:37




Uma realidade irrefutável, nesses tempos sombrios de ignorância, fanatismo e negacionismo que vivemos atualmente, é que a boa música não morre jamais. A música de qualidade não tem tempo determinado ou decadência. As belas criações musicais jamais sairão das mentes, corações e bocas dos que, sensivelmente, apreciam a boa música. Assim é que estas 12 canções, que retornam à tona do apodrecido e desalentador cenário musical brasileiro atual, trazem-nos os melhores e mais agradáveis sentimentos de prazer ao nos possibilitar mais um canal de acesso às obras-primas de fantásticos criadores de letras e harmonias belíssimas do catálogo da nossa especial MPB. É gratificante também perceber que o meu velho e apreciado artista Raimundo Fagner, de tanta coisa boa já gravada, está vivo e ativo, produzindo bons trabalhos para nosso deleite, com sublimes interpretações e lindos arranjos.
Um grande abraço espinosense.