"Quando olho no espelho, estou ficando velho e acabado". Os versos do cantor e compositor Cassiano são lindos. E diretos. E verdadeiros. E extremamente dolorosos para quem não consegue entender o sentido da vida, posto que não viemos neste mundo para permanecer eternamente, mas para uma viagem profunda de abnegação, conhecimento e aprendizado, às vezes longa, às vezes curta, às vezes suficiente. Mas há quem faça da vida um exemplo de amor, desprendimento e serenidade, espalhando luz, paz e alegria por todos os poros. Esta figura extraordinária de aura brilhante diz na sua belíssima canção "Não Tenho Medo da Morte":
"Não tenho medo da morte
Mas sim medo de morrer
Qual seria a diferença
Você há de perguntar
É que a morte já é depois
Que eu deixar de respirar
Morrer ainda é aqui
Na vida, no Sol, no ar
Ainda pode haver dor
Ou vontade de mijar..."
O soteropolitano Gilberto Passos Gil Moreira, este poeta das palavras agudamente bem dispostas em harmonias as mais elaboradas e tocantes chega hoje aos 78 anos de existência recheados de harmonia em família, de aplausos de todos os povos de todos os lugares, de respeito amplo pela sua obra fenomenal, de carinho dos incontáveis amigos, da aura de gênio da música brasileira.
Os meus ídolos, assim como eu, já sentem o passar rápido e deletério do tempo, esta instituição intrínseca do Universo que não perdoa absolutamente ninguém. O tempo, ah, como diz o próprio Gil: "Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, Pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei..."
Alguns envelhecem com rancor, com intolerância, com radicalismo exacerbado, com ignorância tenebrosa, com o apego vil a ideias obsoletas e a valores materiais. Gilberto Gil não! Gil espalha aos quatro cantos a paz, a alegria, a mansidão, a brandura, a sapiência, o amor.
O Mestre Gil compôs canções belas e eternas, criou uma linda e numerosa família, conquistou milhões de amigos, angariou respeito mundial por sua vasta obra e nos encanta a alma com sua sabedoria, desprendimento e serenidade constantes.
Parabéns, Mestre Gilberto Gil! Vida longa e saudável a um dos maiores da nossa canção!
Um grande abraço espinosense.
Uma salada musical das canções de Gil:
"A Ciência Em Si" não explica que "A Coisa Mais Linda Que Existe" é o "Amor Até o Fim". "Outra Coisa" que "Ouço" é o "Fim da História". A "Olho Nu", "Na Imaginação", dá "Vontade de Amar" quando "O Jornal" avisa que o "Vento de Maio" deu a "Volta ao Mundo" em "Um Trem Para as Estrelas". Foi assim que "Abri a Porta" que senti "A Força Secreta Daquela Alegria", que "Todo Dia de Manhã" traz "A Novidade" de "Um Sonho" descrito em "Um Samba" "Divino, Maravilhoso" que dizia de "Um Riacho, Um Caminho" onde passava "O Cometa" na "Noite de Lua Cheia" por cima de um "Cálice" colocado em "Um Carro de Boi Dourado". "Se Eu Quiser Falar Com Deus", como "O Compositor Me Disse", talvez eu precise do "Violão Que Sabe Mas Não Fala" para entoar um "Lamento Sertanejo" "Pela Internet" "Quando Amanhecer" "Nos Barracos da Cidade". "Se Eu Morresse de Saudade" abatido com "O Revólver do Meu Sonho" no "Palco" sem "O Seu Amor", iria "Bem Devagar" no "Relógio do Tempo" alternando entre "A Luz e a Escuridão"em um "Barato Total". Se "O Sonho Acabou", "Vem, Menina", "Vamos Fugir" "Aqui e Agora". Se "A Raça Humana" está infestada de "Pessoa (s) Nefasta (s)", vamos deixar a "Vida Sem Vida" e curtir "Toda Saudade" com todo "O Amor Aqui de Casa" para que o mundo "Não Chore Mais". "OK OK OK", se na "Dança da Água e da Paz" eu "Não Tenho Medo da Vida" e também "Não Tenho Medo da Morte", só quero dar "Um Abraço no João" antes que embole o "Meio-de-Campo", pois "Queremos Saber", como "Antigamente", que o "Seu Olhar" tão "Esotérico" nos faz "Andar Com Fé" e sempre n´"A Paz". Não "Vou-Me Embora Pra Pasárgada" pois "Tomorrow Vai Ser Bacana" e peço a "Quem Puder Ser Bom Que Seja" pois "Ninguém Dá o Que Não Tem". "Aquele Abraço".
Uma das canções gilbertogilianas que mais amo...
