Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 31 de maio de 2012

440 - Batalha de gigantes: Espinosense x Santa Cruz

O futebol de Espinosa nunca teve uma fase tão empolgante como a verificada na década de 70, quando tínhamos duas grandes equipes em atividade e a rivalidade entre elas arrebatava os torcedores que, aos domingos, enchia o então "Campão", onde atualmente se localiza o Mercado Municipal. E o mais interessante e surpreendente é que naquela época o campo não era murado, não havia alambrado, nem vestiário e muito menos gramado. Mas o futebol apresentado pelos jogadores era de muito boa qualidade. A rivalidade implacável era entre as equipes do Santa Cruz e do Espinosense (ex-M. Teixeira, uma empresa de engenharia que fazia obras na cidade naquela época). O futebol era tão animado que, em todos os domingos havia grandes jogos, pois sempre que um desses times jogava em Espinosa, o outro time saía para enfrentar times de outras cidades da região. E quantos grandes jogos eu assisti e quantos grandes jogadores eu vi jogar ali em partidas memoráveis. 
No time do Santa Cruz, destacavam-se Sidney, Paulão, Tarcisinho, Paulo Fernando, Valdomiro, Lucídio (goleiro), Bertoldo, Zé Maria e Neném Godela. No Espinosense as estrelas eram Kita, Roberto Pé-Duro, Dim, Fonso, Dai, Téo, Valdeci, Acyr (goleiro) e Itamar. Mas havia muitos outros bons jogadores que nos faziam delirar de encantamento e alegria. Sempre torci pelo Espinosense, pois enquanto o Santa Cruz praticava um estilo mais forte e aguerrido, o meu time apresentava um estilo de jogo mais bonito, cadenciado, de mais categoria, com um toque de bola refinado, mostra da qualidade técnica dos seus jogadores. Mas os jogos entre eles eram disputadíssimos e sem nenhum favoritismo, uma verdadeira batalha.
Lembro-me do principal combate entre eles, em que a taça que era disputada, desapareceu misteriosamente. Neste jogo histórico houve uma briga generalizada e Téo, que era muito bom de briga, foi o destaque ao colocar para correr um cara que se dizia lutador de caratê. Nem me lembro mais  o porquê da briga, mas lembro-me bem que, após um tumulto entre os jogadores, a torcida invadiu o campo e aí foi um deus-nos-acuda, com muita correria e enorme confusão. Minha memória não me permite lembrar mais detalhes deste acontecimento, mas conforme um e-mail que recebi tempos atrás, de Raimundo Mário, foram disputados três jogos em uma melhor-de-três, em que o time vencedor levaria a taça de campeão. No primeiro jogo, o Espinosense ganhou por 2 x 0. No segundo, o Santa Cruz deu o troco e venceu por 2 x 1. Aí veio a famosa partida final em que o Santa Cruz bateu o Espinosense por 1 x 0 e faturou o título. Só não conseguiu levar a taça, que desapareceu misteriosamente durante a confusão. Histórias do futebol espinosense.
Veja mais aqui neste link em que Raimundo Mário conta detalhes desta partida memorável. Saudades do futebol emocionante e de intensa rivalidade daqueles bons tempos.
Um grande abraço espinosense.
Reparem no árbitro, todo de branco: o saudoso Quincão

Disputa de bola dentro da área
(Hoje é o local da entrada do Mercado Municipal)

Mesmo sem infraestrutura, a torcida comparecia ao campo

O maior clássico da cidade agitava o futebol

O ponta-esquerda Juju cruza a bola na área

A charanga, em cima da Rural, animava a torcida o tempo inteiro

O maior craque da história da cidade em ação: Kita

O time do Espinosense:
Valdeci, ?, Manelão, Téo, Chico, Carlinhos Pé-de-Chumbo,
Acyr, Kita, Tone Lacrau, Pé-Duro, Tota, Fonso, Dim,
Juju e Geraldinho.

Em pé: Manelão, Valdeci, Acyr, Téo, Carlinhos Pé-de-Chumbo,
Chico, Pé-duro e Tota; Agachados: Geraldinho, ?, Tone Lacrau,
Fonso, Dim, Kita e Juju.

Time da M. Teixeira, do grande desportista Drumond:
Em pé: Chico, Pé-Duro, Carlinhos Pé-de-Chumbo, Luiz, Eloísio,
Fonso e ?; Agachados: Zezinho da Gráfica, Tota, Kita, Tone Lacrau,
Haroldinho e Téo.

439 - Tereza Cristina, uma sambista de primeira

Não, não é a vilã da última novela das 21 horas da Rede Globo de Televisão, interpretada pela atriz Christiane Torloni. Jamais iria falar de novela aqui, pois realmente não é o que eu aprecio. Eu gosto mesmo é de música, e muito! Eu gosto de samba e uma das mais gratas revelações do samba brasileiro de qualidade é a carioca Tereza Cristina Macedo Gomes, nascida no Rio de Janeiro, aos 28 de fevereiro de 1968, no bairro de Bonsucesso, mas criada na Vila da Penha. 
Tereza Cristina iniciou a sua carreira se apresentando em bares da Cidade Maravilhosa, até que em 1998 começou a se apresentar na programação noturna do Bar Semente, na famosa Lapa carioca. O sucesso foi grande e ela passou a se apresentar em outras casas noturnas da Lapa, como o Carioca da Gema e o Centro Cultural Carioca, atraindo um público cada vez maior, o que contribuiu para transformar o bairro da Lapa em um local de grande visibilidade cultural do Rio de Janeiro.


O primeiro disco viria com uma homenagem aos 60 anos do cantor e compositor Paulinho da Viola, muito bem recebido pela crítica, que lhe renderam o Prêmio Rival BR e o Prêmio TIM de Música como cantora revelação e a indicação ao Grammy Latino de melhor disco de samba de 2003. O segundo disco, "A vida me fez assim", em que ela estreou como compositora, saiu em 2004, em companhia do Grupo Semente, que a acompanha desde o início. "O mundo é meu lugar", seu primeiro CD e DVD ao vivo, gravado no Teatro Municipal de Niterói, foi lançado em 2005. No ano de 2007 ela lançou "Delicada", o seu primeiro CD pela gravadora EMI Music, com composições próprias como "Cantar" e "Delicada", parceria com Zé Renato que dá nome ao disco, além de regravações de clássicos da MPB como “Gema” de Caetano Veloso.
Teresa lançou em 2010 o segundo DVD ao vivo de sua carreira, "Melhor assim", gravado em outubro de 2009 no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro. O DVD apresenta sucessos de ícones como Paulinho da Viola, Caetano Veloso e Chico Buarque. Há também composições inéditas suas como "Convite à tristeza" e "Morada divina", esta uma parceria com o sambista Arlindo Cruz. Participam ainda deste seu mais recente trabalho grandes nomes da música brasileira como Caetano Veloso, Lenine, Seu Jorge, Arlindo Cruz, Marisa Monte, Pedro Baby e a participação especial de sua mãe, Dona Hilda, na música "Orgulho".


Em mais de 10 anos de carreira artística, Tereza Cristina angariou inúmeros admiradores entre músicos, compositores e amantes da boa música, levando o legítimo samba de raiz brasileiro a vários países do mundo como Japão, Alemanha, França, Índia, México, Equador, Espanha, Holanda, Itália, Bulgária, África do Sul e Rússia.