Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

2078 - Meu mano Zé

Quando tomei a decisão de começar esse nosso blog, positivamente influenciado por Zé Lúcio, tinha a consciência de que ele deveria ser focado nas coisas e gentes de Espinosa, falando de tudo um pouco: da nossa história, dos nossos personagens, do nosso esporte, da nossa cultura e dos fatos corriqueiros da nossa cidade. Entretanto, com o passar do tempo, os assuntos se ampliaram um pouco, com temas outros entrando na pauta, tais como cinema, música, arte e acontecimentos de Montes Claros e de todo o mundo que mereçam registro. Não era ideia falar de minha pessoa ou da minha família, mas o destino quis que fatos pessoais tivessem que ser registrados aqui, alguns de infinita tristeza. Mas mesmo contra a correnteza, vou abrir outra exceção hoje para falar de coisa boa, gratificante. É sobre o meu irmão.


Somos três irmãos lá em casa, filhos de Dona Juvercina Tolentino de Freitas, a Dona Zu Costureira. Existem outros filhos por parte do meu pai Alysson Antunes de Freitas, o Louro Mineiro. Meus pais já se foram para a eternidade.
Pois bem, eu sou o mais novo, tem a do meio que é a Joana D´Arc Freitas e o mais velho é o José de Freitas Tolentino. Seis anos separam cada um de nós. Eles dois nasceram com um talento artístico que não sobrou para mim, infelizmente.  D´Arc tem um talento incrível para as artes plásticas, que um dia desses eu mostrarei aqui para vocês, se Deus quiser.


Meu mano Zé sempre foi um sujeito extremamente inteligente, estudioso e trabalhador. Ainda jovem, deixou Espinosa para trás em busca do sonho de estudar e trabalhar. Fincou morada na capital mineira, Belo Horizonte, onde passou por todas as agruras de quem vem de família pobre e tem de se desdobrar para sobreviver. Mas dedicado que era, não demorou a passar logo em dois concursos dos mais concorridos da época, o do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Optou por entrar no BB e teve que se deslocar definitivamente até o estado de Goiás para  tomar posse e ingressar na grande empresa bancária estatal. Tomou posse na agência de Porangatu, uma pequena cidade do norte de Goiás, um dos corredores rodoviários brasileiros por onde escoa grande parte da produção agrícola e industrial brasileira. Anos depois foi transferido para a agência de Gurupi, ainda no estado de Goiás, mais tarde passando a pertencer ao novo estado do Tocantins. Lá trabalhou a vida inteira, nos bons e maus momentos por que passou a empresa nesse tempo todo. Foi lá também que conheceu o amor da sua vida, Júlia, com quem se casou e teve três maravilhosos filhos: Bruno, Cynthia e Túlio, que já lhe deram alguns netinhos. Zé, ou Tolentino, como é conhecido por lá, já se aposentou no BB e hoje tem uma franquia dos Correios e Telégrafos.


Gurupi, cidade em que ele mora, conhecida como "A Capital da Amizade", é a terceira maior cidade do estado do Tocantins, com cerca de 86 mil habitantes, sendo a cidade-polo de toda a região sul do estado. Ela é ainda muito jovem e neste ano de 2018, exatamente hoje no dia 14 de novembro, comemorará seus 60 anos de existência. Então, parabéns, Gurupi, pelo seu aniversário!


Zé adora música e aproveita os momentos de folga no horário de almoço do trabalho ou nos finais de semana, para tocar violão e exercitar seu hobby de músico amador, sem maiores pretensões. Construiu um lugarzinho aconchegante em sua casa para tocar as canções preferidas da MPB no tempo livre, tendo como companheiros, na parede a frase "A Humildade é a mãe de todas as virtudes", os diplomas, um enorme escudo do seu time do coração, o Cruzeiro, e às vezes a companhia dos netinhos amados.  
Zé é um sujeito de bom coração, dedicado ao trabalho e à família. E com um tanto de alma de artista. Não é à toa que eu o admiro e o tenho como exemplo, assim como minha mana D´Arc. E mais do que isso, os tenho no fundo do coração, cobertos de muito amor. Meu carinho, manos queridos.
Tenho quase certeza que o vídeo que produzi, com as performances caseiras do meu mano, será bloqueado pelo You Tube pela questão dos direitos autorais, já que ele reúne 51 canções dos mais variados autores. Tenho o maior respeito pelo belo e árduo trabalho desses artistas todos. Mas neste caso específico, apenas amador, gostaria que o bloqueio não acontecesse, mas infelizmente acho que isto acontecerá, sem apelação. Uma pena. 
Um grande abraço espinosense.