Números nem sempre mostram a realidade das coisas. Mas em determinadas situações eles são importantes para mensurar mudanças estruturais no desenvolvimento de um país. Assim merecem atenção os dados do Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a rede de desenvolvimento global da Organização das Nações Unidas. O PNUD faz parcerias com pessoas em todas as instâncias da sociedade para ajudar na construção de nações que possam resistir a crises, sustentando e conduzindo um crescimento capaz de melhorar a qualidade de vida para todos. Presente em mais de 170 países e territórios, o PNUD oferece uma perspectiva global aliada à visão local do desenvolvimento humano para contribuir com o empoderamento de vidas e com a construção de nações mais fortes e resilientes.
Em 2000, os líderes mundiais assumiram o compromisso de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, um conjunto de oito metas cujo objetivo é tornar o mundo um lugar mais justo, solidário e melhor para se viver, incluindo o objetivo maior de reduzir a pobreza extrema pela metade até 2015. O PNUD trabalha mundialmente para ajudar e coordenar os esforços de cada país no alcance desses objetivos, focando-se nos seguintes desafios:
- Governança Democrática
- Redução da Pobreza
- Prevenção de Crises e Recuperação
- Energia e Meio Ambiente/Desenvolvimento Sustentável
- HIV/Aids
Em 1990, o PNUD introduziu universalmente o conceito de Desenvolvimento Humano, que parte do pressuposto de que para aferir o avanço na qualidade de vida de uma população é preciso ir além do viés puramente econômico e considerar três dimensões básicas: renda, saúde e educação. Esse conceito é a base do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente pelo PNUD.
O conceito de desenvolvimento humano nasceu definido como um processo de ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser.
Diferentemente da perspectiva do crescimento econômico, que vê o bem-estar de uma sociedade apenas pelos recursos ou pela renda que ela pode gerar, a abordagem de desenvolvimento humano procura olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades e capacidades. A renda é importante, mas como um dos meios do desenvolvimento e não como seu fim. É uma mudança de perspectiva: com o desenvolvimento humano, o foco é transferido do crescimento econômico, ou da renda, para o ser humano.
O objetivo da criação do Índice de Desenvolvimento Humano foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, o IDH não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver". Democracia, participação, equidade, sustentabilidade são outros dos muitos aspectos do desenvolvimento humano que não são contemplados no IDH. O IDH tem o grande mérito de sintetizar a compreensão do tema e ampliar e fomentar o debate.
Fonte: pnud.org.br
Entre os 5.565 municípios brasileiros, os piores colocados no IDH são:
Ano de 1991 Ano de 2010
Caraúbas do Piauí (PI) - 0,120 Melgaço (PA) - 0,418
Capitão Gervásio Oliveira (PI) - 0,121 Fernando Falcão (MA) - 0,443
Feira Nova do Maranhão (MA) - 0,123 Atalaia do Norte (AM) - 0,450
Joca Marques (PI) - 0,125 Marajá do Sena (MA) - 0,452
Juazeiro do Piauí (PI) - 0,127 Uiramutã (RR) - 0,453
Os melhores no IDH são:
Ano de 1991 Ano de 2010
São Caetano do Sul (SP) - 0,697 São Caetano do Sul (SP) - 0,862
Santos (SP) - 0,689 Águas de São Pedro (SP) - 0,854
Florianópolis (SC) - 0,681 Florianópolis (SC) - 0,847
Niterói (RJ) - 0,681 Balneário Camboriú (SC) - 0,845
Porto Alegre (RS) - 0,660 Vitória (ES) - 0,845
Vejam as posições de algumas cidades da nossa região:
Cidade
|
Em 1991
|
IDH
|
Em 2010
|
IDH
|
Montes Claros
|
590
|
0,514
|
227
|
0,770
|
Janaúba
|
1978
|
0,429
|
2028
|
0,696
|
Vitória da Conquista
|
2323
|
0,409
|
2481
|
0,678
|
Guanambi
|
2252
|
0,413
|
2598
|
0,673
|
Mato Verde
|
3260
|
0,351
|
2846
|
0,662
|
Monte Azul
|
3217
|
0,354
|
2924
|
0,659
|
Porteirinha
|
3895
|
0,314
|
3090
|
0,651
|
Gameleiras
|
4272
|
0,293
|
3115
|
0,650
|
Nova Porteirinha
|
3653
|
0,327
|
3275
|
0,641
|
Espinosa
|
3277
|
0,350
|
3534
|
0,627
|
Mamonas
|
5078
|
0,241
|
3735
|
0,618
|
Sebastião Laranjeiras
|
3430
|
0,340
|
3796
|
0,615
|
Pindaí
|
3766
|
0,321
|
4081
|
0,603
|
Urandi
|
3619
|
0,329
|
4198
|
0,598
|
Jacaraci
|
4161
|
0,299
|
4309
|
0,593
|
Percebam a melhoria na pontuação das cidades, Espinosa em especial.
Evolução do IDH no mundo:
Posição
|
Países
|
1980
|
1990
|
2000
|
2005
|
2007
|
2010
|
2011
|
2012
|
1º
|
Noruega
|
0,804
|
0,852
|
0,922
|
0,948
|
0,952
|
0,952
|
0,953
|
0,955
|
2º
|
Austrália
|
0,857
|
0,880
|
0,914
|
0,927
|
0,931
|
0,935
|
0,936
|
0,938
|
3º
|
Estados Unidos
|
0,843
|
0,878
|
0,907
|
0,923
|
0,929
|
0,934
|
0,936
|
0,937
|
4º
|
Holanda
|
0,799
|
0,842
|
0,891
|
0,899
|
0,911
|
0,919
|
0,921
|
0,921
|
5º
|
Alemanha
|
0,738
|
0,803
|
0,870
|
0,901
|
0,907
|
0,916
|
0,919
|
0,920
|
85º
|
Brasil
|
0,522
|
0,590
|
0,669
|
0,699
|
0,710
|
0,726
|
0,728
|
0,730
|
Percebam o quanto ainda temos que melhorar em relação aos países desenvolvidos, sempre lembrando que somos um país jovem em comparação com os nossos irmãos europeus.
Para maiores informações, acesse http://www.pnud.org.br/arquivos/idhm-brasileiro-atlas-2013.pdf.
Um grande abraço espinosense.