Centenário de Espinosa - Postagem 66

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Entre os maiores empresários empreendedores da nossa cidade, certamente está o senhor Florival Rocha. Por muito tempo, Sêo Florival comandou uma empresa forte, grande e competitiva, englobando negócios de posto de combustíveis, comércio de materiais de construção e venda de eletrodomésticos, bem como de peças para veículos. Com seu tino aguçado para negócios, lapidado em experiência como gerente bancário, enriqueceu, tornando-se um dos mais bem-sucedidos empresários da região. Por sua conduta exemplar como cidadão, era respeitadíssimo na comunidade, sempre disponível para colaborações em projetos em prol da coletividade. Casado com Dona Anésia Antunes Rocha, gerou sete filhos: Cármem Lúcia, Paulinho, Flori, Maria Luiza, Denise, Marisa e Luciano. 

Vale registrar a atitude magnânima de Sêo Florival que, em 2016, desistiu de ação ajuizada e praticamente ganha contra a CEF-Caixa Econômica Federal referente à correção dos planos econômicos, o que levou à extinção do processo, permitindo a continuidade do julgamento dos planos econômicos no Supremo, já que por impedimento de alguns juízes, sua filha Cármem Lúcia inclusive, a apreciação da matéria estava parada por falta de quórum.

Sêo Florival era bastante alegre e comunicativo e adorava um bom papo, sempre contando seus "causos" e espalhando umas piadinhas aos que considerava mais íntimos. Não abria mão de tomar sua cervejinha gelada, sempre em casa, nunca em botecos. Tive o prazer de visitá-lo algumas vezes em sua residência para uma agradável conversa. 

Ele esteve presente na posse, em Brasília, da sua filha Cármem Lúcia no Supremo Tribunal Federal, indicada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 21 de junho de 2006, em substituição ao ministro Nelson Jobim, aposentado. Sêo Florival faleceu aos 98 anos de idade, no dia 9 de fevereiro de 2017. Foi sepultado na capital Belo Horizonte, deixando entristecida a comunidade espinosense.

Com o falecimento de Sêo Florival, o encerramento das atividades do comércio de eletrodomésticos e a alienação da empresa e do prédio, o cenário já sofreu grandes alterações, com mudanças radicais na estrutura do imóvel. E, coincidentemente também, ao mesmo tempo de uma total reformulação do traçado da Praça Antônio Sepúlveda instalada à sua frente. É o desenrolar irrefreável da vida! 

Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 65

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Uma das maiores rivalidades no futebol de Espinosa predominou nos anos 70, quando Santa Cruz e Espinosense eram as maiores e melhores equipes na cidade. O Santa Cruz tinha como seu comandante o desportista Betão, Florindo Silveira Filho, cidadão baiano da cidade de Rio do Antônio que tempos adiante se tornaria prefeito de Espinosa. O finado Dezinho, açougueiro e produtor rural, também foi um dedicado dirigente do time.

O Santa Cruz se destacava pelo bom futebol de craques como Sidney Castro, Dim, Bertoldo, Valdomiro, Dai e Zé Maria e pela força física e garra dentro de campo. Também vestiram sua camisa alguns craques que depois se transferiram para o rival, casos de Téo e Roberto Pé-Duro. 

Uma partida entre os maiores arquirrivais ficou eternizada na minha memória. Campão lotado, na final de um campeonato em que disputavam o título Espinosense e Santa Cruz. Para tentar organizar e limitar o espaço das enormes torcidas que se dividiam nas laterais e fundos do campo, colocaram uma corda na tentativa de impedir a invasão das quatro linhas. Não funcionou. No meio do jogo começou uma tremenda confusão entre alguns jogadores e a multidão invadiu o "desgramado", inviabilizando completamente a continuidade da partida. Um torcedor arrogante e metido a carateca levou uns sopapos de Téo, após tê-lo importunado. Com o ambiente carregado e o campo totalmente tomado pelos torcedores, não houve como continuar a decisão do título e a taça desapareceu misteriosamente, levada para casa por algum espertinho. No final das contas, voltei para casa frustrado e desapontado por não ter visto o que eu muito queria ver, os meus ídolos mostrando todo o seu talento com a bola nos pés.

Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.