A expectativa era de uma partida sensacional e emocionante, como sempre
acontece nas batalhas entre os eternos rivais Cruzeiro e Atlético, mas
essa última partida da decisão do Campeonato Mineiro de 2013 surpreendeu
até aos mais incrédulos. Com uma vantagem de poder ser derrotado por
até dois gols de diferença neste domingo, já que tinha vencido o
primeiro jogo, no Independência, por 3 x 0, o Atlético entrou em campo
confiante na conquista do título mineiro. Mas o que se viu, desde os
momentos iniciais do primeiro tempo, foi o time celeste bem mais aguerrido, melhor
posicionado em campo e com muito mais determinação em busca do gol do
que o adversário. Até os 10 minutos, uma chance para cada lado. Uma com
Borges, para o Cruzeiro, e outra com Bernard, para o Atlético. Aos 17
minutos, Dagoberto escapa pela esquerda, entra na área e é inocentemente
derrubado por Gilberto Silva. Ele mesmo bate e abre o marcador para o
Cruzeiro. O Atlético parecia estar treinando, tamanha era a falta de
aplicação de alguns jogadores na marcação. O time alvinegro parecia ter
esquecido na Cidade do Galo o grande futebol que vinha apresentando
ultimamente. E o Cruzeiro continuava melhor, tocando rápido e criando
muitas chances de gol, até que em outra jogada infantil dentro da área, o
estabanado Richarlyson chuta a perna de Borges e comete outro pênalti.
Novamente, Dagoberto cobra com categoria e marca o segundo gol do
Cruzeiro, enlouquecendo os mais de 40 mil cruzeirenses presentes no
Mineirão, que acreditavam ainda na possibilidade da conquista do título. E assim terminou a primeira etapa.
O segundo tempo da decisão continuou com os ingredientes de sempre, nervos à flor da pele, clima de guerra, emoções extraordinárias, disputa acirrada, lances polêmicos, nada disso podia ter ficado de fora de mais uma decisão envolvendo os arquirrivais Cruzeiro Esporte Clube e Clube Atlético Mineiro. Depois de uma arrumada no posicionamento do time processada no intervalo pelo técnico Cuca, o Atlético voltou melhor no segundo tempo, equilibrando mais a partida. E as chances de gol aumentaram dos dois lados, não concretizados, na maioria das vezes, pela estupenda qualidade dos dois goleiros, que estavam em uma tarde inspirada. Para acalmar um pouco a tensa torcida atleticana, mais um pênalti no jogo. Luan penetra na área em velocidade e é derrubado. Ronaldinho Gaúcho cobra com imensa categoria e diminui a euforia da torcida cruzeirense. Ali já parecia impossível a reversão do resultado.
O árbitro Leandro Pedro Vuaden finalmente apitou pela vez derradeira e colocou um ponto final na disputa do Campeonato Mineiro com a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético por 2 x 1, resultado insuficiente para o Cruzeiro. O Atlético conquistou o bicampeonato mineiro e levantou a taça ao lado dos pouco mais de 6 mil atleticanos presentes no estádio. A hora é de sair às ruas da cidade para extravasar a alegria incontida no peito e festejar mais uma conquista heróica. E claro, em completa paz!
Um grande abraço espinosense.