Em mais um especial encontro futebolístico entre as duas maiores instituições esportivas das Minas Gerais, na tarde deste domingo dedicado aos namorados, luta, emoção, rivalidade, tensão, suor e lágrimas não estiveram ausentes, como sempre. No campo de jogo, no gramado do estádio Independência, atletas celestes e alvinegros defenderam com toda a determinação e vontade as suas cores, lutando até o segundo final em busca da vitória, resultado imprescindível na fase atual do Campeonato Brasileiro, em que as duas equipes figuram em posição complicada na tabela. E ela veio, e para enlouquecer de alegria apenas uma metade da população do estado de Minas. E a metade azul celeste, que tem todo o direito de comemorar com toda a alegria possível o relevante triunfo.
O JOGO:
O Cruzeiro teve direito à saída de bola e deu início a mais um clássico na farta história que envolve os dois gigantes do futebol mineiro. Neste combate do Dia dos Namorados, 12 de junho de 2016, as atrações eram muitas, mas dois grandes jogadores se destacavam nos elencos contrários. Do lado da Toca da Raposa, a presença fundamental de um dos seus maiores ídolos, o goleiro Fábio, salvador da equipe em inúmeras batalhas e que completaria seu 50º clássico neste domingo. Do lado alvinegro, a estreia da mais recente e badalada contratação, o goleador Fred, esperança de gols para a disputa do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.
E o clássico já começou com aquela velha e conhecida rivalidade, com muita marcação e jogadas ríspidas. Já nos 13 primeiros minutos jogados, veio o primeiro gol. Lucas fez falta em Carlos, quase na linha da grande área cruzeirense. Quando todos esperavam a cobrança colocada de Marcos Rocha por cima da barreira, Rafael Carioca chegou de surpresa batendo forte e, com o desvio na barreira, desnorteando completamente o goleiro Fábio. A rede cruzeirense balançou com o primeiro gol do Atlético, inaugurando o placar do clássico. Não demorou muito tempo e aos 18 minutos, uma falha dupla na defesa atleticana proporcionou ao Cruzeiro o gol de empate. Leonardo Silva e Marcos Rocha chegaram atrasados na jogada e depois de ótimo lance de Arrascaeta, Alisson completou de primeira para decretar números iguais no placar da partida: 1 x 1. E entre chances perdidas de lado a lado, terminou empatado o primeiro tempo em um gol para cada time.
O segundo tempo já começou bem mais quente. Logo aos 3 minutos, o Cruzeiro passa à frente no placar com um gol de Riascos, após rebote de Victor em chute de Arrascaeta. Cruzeiro 2 x 1. Não havia outra opção ao Atlético senão partir para cima com tudo para tentar o empate. E a estrela de Fred brilhou mais uma vez. Para manter viva a escrita de marcar gols em suas estreias, o recém contratado goleador atleticano empurrou a bola para o fundo das redes cruzeirenses, após cruzamento de Robinho e toque acrobático de Patric, empatando mais uma vez a partida, agora em 2 x 2.
Depois de muita disputa de bola e confusão, os laterais Bryan, do Cruzeiro, e Marcos Rocha, do Atlético, foram expulsos. Mas o jogo continuou emocionante e imprevisível. Aos 16 minutos, Bruno Rodrigo colocou novos números no placar do Independência. Cabeceou de peixinho e colocou mais uma vez o Cruzeiro na frente do marcador. Cruzeiro 3 x 2 Atlético. O time celeste ainda teria o lateral-direito Lucas expulso ao levar o segundo cartão amarelo, mas o Cruzeiro se fechou muito bem na defesa e conseguiu segurar com competência o expressivo resultado conquistado fora de casa, passando o Atlético na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro e chegando à 15ª posição, com 8 pontos ganhos.
Nos instantes finais da partida, mais um jogador expulso no Cruzeiro. Lucas Romero levou cartão vermelho, mas não havia tempo e nem a menor chance de reação do Atlético. E assim terminou mais uma edição do maior clássico do futebol mineiro. E com o Cruzeiro conquistando uma vitória heroica e de fundamental importância na caminhada da equipe na competição mais importante do país.
É a terceira vitória em quatro jogos do Cruzeiro no Independência contra o Atlético nos últimos tempos, sepultando a mística de que "caiu no Horto tá morto", que tanto sucesso fez alguns anos atrás. Com este resultado excepcional, o Cruzeiro passou à frente do seu adversário na tabela do Brasileirão, enquanto o Atlético entrou na perigosa e desconfortável zona do rebaixamento, com apenas 7 pontos ganhos em 7 jogos disputados, resultantes de apenas uma vitória, 4 empates e 2 derrotas. A coisa está ficando complicada para o time da Cidade do Galo. E o próximo compromisso na competição é intragável, o Internacional de Porto Alegre em seus domínios.
Parabéns ao time do Cruzeiro pela brilhante atuação, merecidamente coroada com a vitória. Assim são os clássicos, assim é o futebol, sempre imprevisível e encantador.
Um grande abraço espinosense.
ATLÉTICO 2 X 3 CRUZEIRO
ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gabriel e Patric; Rafael Carioca, Leandro Donizete e Júnior Urso (Carlos César); Robinho (Clayton), Fred e Carlos (Carlos Eduardo).
Técnico: Marcelo Oliveira.
CRUZEIRO: Fábio; Lucas, Bruno Viana, Bruno Rodrigo e Bryan; Lucas Romero, Henrique e Arrascaeta; Alisson (Allano), Élber (Bruno Ramires) e Riascos (Fabrício Bruno).
Técnico: Paulo Bento.
Gols: Rafael Carioca (ATL - 13 min, 1º tempo); Alisson (CRU - 18 min, 1º tempo); Riascos (CRU - 3 min, 2º tempo); Fred (ATL - 10 min, 2º tempo); Bruno Rodrigo (CRU - 16 min, 2º tempo)
Cartões amarelos: Robinho, Fred, Clayton e Gabriel (Atlético); Lucas, Bruno Viana, Alisson, Henrique, Fábio e Fabrício Bruno (Cruzeiro).
Cartões vermelhos: Marcos Rocha (Atlético) e Bryan, Lucas e Lucas Romero (Cruzeiro).
Motivo: 7ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Independência
Data: 12 de junho de 2016 (Domingo)
Horário: 16 horas
Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (SP)
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Pablo Almeida da Costa (MG )
Pagantes: 19.484 torcedores
Renda: R$ 616.736,00