Espinosa, meu éden

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sexta-feira, 14 de maio de 2021

2688 - Martinho da Vila canta contra o maldito racismo

Ontem, 13 de maio, dia em que se comemora a Abolição da Escravatura no Brasil assinada há 133 anos, em 1888, pela princesa Isabel, o cantor e compositor carioca Martinho da Vila lançou uma canção inédita, "Vidas Negras Importam", parceria com o sambista Noca da Portela. 
O gigante e reverenciado artista da música brasileira, aos 83 anos de idade, interpreta a canção produzida por Celso Filho, com o acompanhamento de Gabriel de Aquino no violão, Alan Monteiro no cavaquinho, João Gabriel no contrabaixo e Bernardo Aguiar e Gabriel Policarpo na percussão.
Apesar da Abolição da Escravatura, os negros foram completamente abandonados no Brasil, sem que nenhuma política de reparação ou compensação tenha sido adotada para favorecê-los, após anos e anos de escravidão, ao contrário dos imigrantes europeus que ganharam terras e dinheiro para aqui se estabelecer, em uma enorme injustiça social que dura até os dias atuais. 
A música de Martinho é um manifesto sereno e firme contra o maldito racismo que trata as pessoas de maneira distinta apenas e tão somente pela cor da pele, causando males gigantescos e doloridos aos corpos e almas dos nossos irmãos negros. 
Ouçamos o Mestre e mudemos para sempre nossas velhas, retrógradas e equivocadas atitudes, passando a tratar a todos como deve ser, com gentileza, amor e respeito. Racismo, NÃO!
Um grande abraço espinosense.

VIDAS NEGRAS IMPORTAM
Martinho da Vila e Neco da Portela

Ouça bem 
O que eu tenho a lhe dizer 
Não existe diferença 
Entre eu e você (2x) 

O preconceito 
Sem respeito nos separa 
Porque tenho a pele negra 
E você a pele clara (2x) 

O racismo é um mal 
Mas o mal a gente cura 
Basta um pouco de ternura 
Alma pura e razão 

O meu sangue é vermelho 
Tão vermelho quanto o teu 
A batida do teu peito 
É a mesma que bate no meu  

Bate no meu 
E no coração de um feto 
Papo reto
Que eu levei com um meu neto 

Uma vida negra importa 
E quem assim não pensa 
Tem a consciência torta (2x) 



2687 - Babaya Morais canta o Velho Chico

No ano de 2001, o produtor musical Nestor Sant'Anna realizou um projeto em defesa do "Velho Chico", produzindo um disco com um repertório específico para cantar a trajetória do Rio São Francisco, desde a nascente até a foz. Sob a direção do compositor, arranjador e produtor musical Marcus Viana, os cantores Anthonio Gomes Marra Júnior e Babaya Morais interpretaram canções relacionadas com o Rio da Integração Nacional. 
Uma dessas canções é "Caminho das Águas", composição de Frei Chico e Josino Medina, interpretada pela cantora Babaya, nome artístico de Maria Amália Morais, cantora e professora de canto mineira.

"Caminho das Águas"
Frei Chico e Josino Medina

Lá do céu evém caindo
Três raminhos de fulô
O do meio evém dizendo
Que esse rio é meu amor
É meu amor
O do meio evém dizendo
Lá do céu evém caindo
Três raminhos de fulô
Todo verso que eu sabia
Veio o vento e carregou
No caminho dessas águas
Muita gente acordou
Gente acordou
No caminho dessas águas
Todo verso que eu sabia
Veio o vento e carregou
Rio abaixo, rio acima
Numa barca enfeitada
O pouco com Deus é muito
E o muito sem Deus é nada
Sem Deus é nada
O pouco com Deus é muito
Rio abaixo, rio acima
Numa barca enfeitada
Quando eu cheguei na Lapa
Avistei a Santa Cruz
Da Lapa saí chorando
Com saudade do Bom Jesus
Do Bom Jesus da Lapa saí chorando
Quando eu cheguei na Lapa
Avistei a Santa Cruz.

O nome "Caminho das Águas" também denominou um projeto que levou, nos anos de 1999 e 2000, um grupo de artistas, intelectuais, e ativistas ambientais a descerem o Rio São Francisco, percorrendo cinco estados e 521 municípios, indo de Pirapora à foz em Alagoas, utilizando um barco e desembarcando nas comunidades ribeirinhas para realizar atividades artísticas com a população, com a participação das bordadeiras de Pirapora.
Descobri este vídeo por obra do conterrâneo Kojak Cangussu, a quem agradeço a boa dica e desejo tudo de bom.
Um grande abraço espinosense.