Conhecida como a "Suíça Baiana", por seu clima ameno e temperaturas agradáveis à população na maior parte do ano, a cidade de Vitória da Conquista vem se destacando no desastroso cenário econômico brasileiro atual com um desenvolvimento impressionante e espetacular, sobretudo nas áreas de comércio e serviços, com um amplo crescimento também nas áreas educacional e de saúde.
Localizada no sudoeste da Bahia, a cidade possui um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 6,2 bilhões e se destaca como a terceira maior cidade do estado da Bahia, atrás apenas de Salvador e Feira de Santana, contando com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 338.885 habitantes.
Uma rápida viagem por seu território nos apresenta uma verdadeira cidade em obras, com investimentos maciços em novos empreendimentos imobiliários, com prédios de apartamentos, instalações comerciais e dezenas de novos e luxuosos condomínios por todos os cantos. Vale ressaltar a preocupação das administrações municipais com a infraestrutura urbana, com avenidas largas, bem cuidadas, sinalizadas e com espaço para atividades físicas aos habitantes, com esmero no cuidado com o ajardinamento de praças e avenidas e com a Natureza em geral.
Por conta da cidade mineira de mesmo nome, Conquista, a cidade foi obrigada a mudar de nome no ano de 1943, acrescentando Vitória ao nome anterior. Habitada inicialmente pelos índios Mongoyó, Ymboré e Pataxó, a região foi tomada pelos colonizadores portugueses que acabaram expulsando e dizimando de forma covarde e violenta os primeiros moradores. Através da Lei Provincial n° 124, de 19-05-1840, a comunidade foi elevada à categoria de vila com o nome de Vitória. Passou à condição de cidade de Conquista através do Ato de 01-07-1891, até que em 31-12-1943, pelo Decreto-Lei Estadual nº 141, retificado pelo Decreto Estadual nº 12.978, de 01-06-1944, finalmente se consolidou o nome do município como Vitória da Conquista. Um dos cartões-postais da cidade, o Cristo crucificado, obra de Mário Cravo Jr., na Serra do Periperi, foi inaugurado em 9 de novembro de 1980.
Uma boa pedida para os turistas é aproveitar a noite nos muitos bares e restaurantes da cidade, notadamente os da Avenida Olívia Flores, com seus ambientes lindamente decorados e muita música boa tocada ao vivo pelos artistas da cidade. Outra opção de divertimento é passear e fazer compras nos dois shoppings, o Conquista Sul e o Boulevard. Vale uma passada na maravilhosa loja de biscoitos, bolos e salgados da alegre, proseadora, amável, atenciosa e simpática Dona Vitória, proprietária do Chalé dos Biscoitos, localizado na Avenida Alziro Prates, que possui uma variedade incrível dos produtos mais gostosos.
Uma atração imperdível em Vitória da Conquista para quem aprecia arte é o Museu de Kard, um enorme terreno que abriga obras de arte em tamanho gigante a céu aberto, das mais variadas formas e temas. A entrada custa R$ 15,00, mas vale muito a pena para quem ama a criatividade humana. O artista autodidata Allan de Kard apresenta, em um amplo terreno às margens da rodovia BA-262, que liga Vitória da Conquista a Brumado, obras originais e interessantíssimas, como três fuscas pendurados em um varal, uma colher de pedreiro, um ovo frito, uma xícara suspensa no ar derramando café, um tabuleiro de xadrez com cangaceiros nas peças pretas e os policiais nas peças brancas, um ciclista com sua bicicleta subindo uma gigantesca pirâmide de metal onde no interior são expostas as telas do artista e, a mais perturbadora obra de todas, um labirinto criado com a digital do dedo do artista plástico com fotografias em cerâmica de centenas de crianças desaparecidas em vários lugares do mundo. São muitas as obras, cada uma mais interessante que a outra, que podem satisfazer ou não os visitantes, mas que cumprem com louvor a razão final da arte: provocar reações as mais diversas em suas mentes.
O Museu de Kard, idealizado e construído pelo artista plástico Allan Kardek da Silva Lessa para fomentar a cultura, a arte, o lazer e o turismo, é administrado por um instituto e ainda está em reparos para melhoria do acesso aos visitantes, com obras artísticas ainda em construção. Na cerca que o rodeia, estão expostas 366 estátuas de mulheres, as guardiãs do tempo, uma para cada dia do ano. As obras gigantescas são confeccionadas no ateliê do artista, situado em terreno ao lado, com o uso de concreto, aço, resina, madeira e fibra de vidro. Suas criações causam alguma polêmica, atraindo elogios e críticas de moradores e visitantes. Eu, particularmente, adorei ter visitado o museu e me encantei com as obras.
Vitória da Conquista, uma cidade em ampla e célere evolução, linda, bem cuidada, um ótimo lugar para se viver. E ainda está a apenas 277 km das belas praias de Ilhéus!
Um grande abraço espinosense.