Com a explosão mundial da tecnologia que aproxima e distancia pessoas, de forma tão paradoxal, as redes sociais tornaram-se palco para milhões de indivíduos mostrarem suas qualidades, talentos e experiências pessoais. E, infelizmente também, para exporem suas habilidades para criar porcaria. São milhões de celebridades, influencers, artistas, e claro, picaretas de toda espécie tentando atrair atenção ou engambelar os menos astutos e desconfiados. Em meio a tanta coisa abominável, fútil e dispensável, pode-se garimpar muita coisa boa e excelente.
Foi assim que descobri há pouco a história de um rapaz brasileiro que mudou-se para a Austrália e ganha a vida com a força e a beleza da sua habilidade no domínio de uma guitarra, apresentando-se nas ruas e praças da cidade de Sidney. Andryel Jung estudava Direito no Sul do Brasil e, com a pandemia do Covid-19, foi obrigado a abandonar o curso por não ter como pagar as mensalidades. Resolveu largar tudo e se aventurar no mundo, escolhendo a Austrália para tentar realizar o sonho de ter uma vida boa, fazendo o que mais ama. Saiu do Brasil sem guitarra, sem emprego garantido e com apenas 300 seguidores na rede social. Aqui no Brasil, ganhava um salário mínimo em um emprego em uma empresa de portarias de condomínios, por 10 meses. Chegando na Austrália, tentou se virar nos primeiros meses trabalhando em armazéns, empresas de mudanças e canteiros de obras, sem sentir o mínimo prazer. Largou tudo e passou a se apresentar nas ruas, em dias incertos, faturando cerca de 1.500 dólares por semana, e mais alguma grana em shows realizados em bares e restaurantes. Ganhou instrumentos musicais de fãs e já conseguiu, com o fruto do seu trabalho, comprar seis guitarras e modernos aparelhos de som. Andryel não canta, mas mostra todo o seu incrível talento na guitarra tocando clássicos do Rock, Blues e Jazz nas ruas, atraindo a atenção e o carinho dos passantes, que o remuneram de boa vontade.
Com o relativo sucesso que conquistou na terra nova em pouco mais de dois anos, o jovem de 24 anos oriundo de Canoas (RS) parece não sentir saudades de morar no nosso Brasil, apesar de continuar o amando como quase todos nós. Só desejo a ele muita saúde, a bastante humildade e mais e mais reconhecimento ao seu trabalho, fonte de seu prazer.
Boa sorte, Andryel! Você toca muito, garoto! Que o bom Deus continue a abençoá-lo com suas dádivas!
Um grande abraço espinosense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário