Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

894 - Ah, essas gostosuras da roça...

Que me perdoem os apaixonados por aquelas comidas chiques, sofisticadas, acondicionadas lindamente em pratos de design caprichado, em uma porção normalmente diminuta e com um preço exorbitante. Nada contra! Mas, sinceramente, mesmo que fosse bilionário, não há o que me faria desembolsar R$ 33 mil para saborear um único prato, como a Torta Golden Bon Vivant, servida em um hotel de Lancashire, Inglaterra, que pesa 8 quilos e é recheada com carne de Kobe, trufas e cogumelos matsutake. O preço inclui um molho feito com vinho Château Mouton Rothschild 1982 e duas garrafas de champanhe. Isso conforme uma matéria da revista Superinteressante. E o que dizer da Trufa Branca que custa R$ 14 mil o quilo? Ou o Almas Golden Caviar que custa a bagatela de R$ 51 mil o quilo? Mas tudo bem, o dinheiro não é meu, então que gastem da maneira que acharem melhor. Eu teria muitas outras coisas melhores para gastar o meu dinheiro, entre elas viajar pelo mundo inteiro e tentar ajudar aos mais necessitados.
Mas não é sobre isso que eu quero falar agora. É sobre as delícias da roça, dos sítios, das fazendas, das zonas rurais, das cidadezinhas do interior do país. É tanta coisa saborosa por um preço tão acessível! Algumas estão bem ali, disponíveis nos pés da beira da estrada, como os umbuzeiros.
Então, para aqueles que adoram o Sertão e suas maravilhas como eu, vão algumas imagens de delícias que dão aquela água na boca. E quantas outras mais existem por aí?
Não há como não lembrar das deliciosas mangas rosas do quintal da casa da minha saudosa avó "Madrinha" Judith e dos seus crocantes torresminhos feitos com perfeição no velho fogão de lenha. Ou do pirão de Chico da Santana. Ou do especial sarapatel de Ninha do Araponga. E do caldo de mocotó de Varisco. Ou ainda da deliciosa cocada de Isaura de Filuca. Vou parar por aqui, pois bateu uma fome!
Um grande abraço espinosense.

Requeijão quente

Pamonha

Milho cozido

Pitomba

Umbu

Pinha

Sarapatel

Melancia

Peta

Arroz com pequi

Carne de sol com mandioca

Galinha caipira com pirão

Queijo

Pão de queijo

Bolo de chuva

Doce de coco

Queijo de bola

Queijo de trança

Coalhada

Doce de casca de laranja

Doce de leite

Vaca atolada

Manjubinha frita

Caldo de mocotó

Manga rosa

Cocada

Beiju


Torresminho



E a tradicional cachacinha
 
 
MINHA SERRA
Patativa do Assaré
 
Quando o sol nascente se levanta,
Espalhando os seus raios sobre a terra,
Entre a mata gentil da minha serra,
Em cada galho um passarinho canta.
 
Que bela festa! Que alegria tanta!
E que poesia o verde campo encerra!
O novilho gaiteia, a cabra berra,
Tudo saudando a natureza santa.
 
Ante o concerto desta orquestra infinda,
Que o Deus dos pobres ao serrano brinda,
Acompanhada da suave aragem.
 
Beijando a choça do feliz caipira,
Sinto brotar da minha rude lira,
O tosco verso do cantor selvagem.

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