Espinosa, meu éden

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segunda-feira, 6 de julho de 2020

2447 - Adormece a mente criativa de Ennio Morricone

É bem possível que muita gente que gosta de cinema, e de filme de faroeste em especial, não saiba quem é Ennio Morricone e muito menos conheça suas estupendas composições. Mas certamente já terá se encantado com pelo menos uma de suas muitas criações musicais.
Na noite de ontem, domingo, 5 de julho, morreu aos 91 anos em Roma, na Itália, um dos grandes nomes da sétima arte, o compositor, arranjador e mestre italiano Ennio Morricone, criador de mais de 500 obras musicais para filmes e programas de televisão. Nasceu em Roma em 10 de novembro de 1928 e lá mesmo, na sua cidade amada, nos deixou. Ele estava hospitalizado em uma clínica na cidade após fraturar o fêmur em uma queda.




O maestro ganhou notoriedade e reconhecimento de todo o mundo com suas obras deslumbrantes, inicialmente em filmes do chamado "western spaghetti", os controversos faroestes italianos, principalmente os dirigidos pelo notável diretor Sergio Leone com o protagonista Clint Eastwood. Também trabalhou com os diretores John Huston, Roman Polanski, Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Alberto De Martino, Pedro Almodóvar, Oliver Stone e Quentin Tarantino, entre outros. São muito conhecidos os filmes em que contribuiu com sua poderosa arte musical:
"Per Un Pugno di Dollari" ("Por Um Punhado de Dólares"), de 1964
"Per Qualche Dollaro in Più" ("Por Uns Dólares a Mais"), de 1965
"Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo" ("Três Homens em Conflito"), de 1966
"C'era Una Volta il West" ("Era Uma Vez no Oeste"), de 1968
"Novecento", de 1976
"Days of Heaven" ("Cinzas no Paraíso"), de 1978
"Once Upon a Time in America" ("Era Uma Vez na América"), de 1984
"The Mission" ("A Missão"), de 1986
"The Untouchables" ("Os Intocáveis"), de 1987
"Nuovo Cinema Paradiso" ("Cinema Paradiso"), de 1988
"Ata-me!", de 1989
"Bugsy", de 1991
"Lolita", de 1997
"Malena", de 2000
"Inglorious Basterds" ("Bastardos Inglórios"), de 2009
"The Hateful Eight" ("Os Oito Odiados"), de 2016







Ennio Morricone estreou nas trilhas de cinema em 1959 no filme "Morte de un Amico", do diretor italiano Franco Rossi. A partir daí, não parou mais de encantar o mundo. Mas Morricone nem sempre teve seu trabalho reconhecido como deveria. Apesar de ter sido premiado com cinco prêmios BAFTA entre 1979 e 1992, ele foi preterido pela Academia de Hollywood em cinco indicações para o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original entre 1979 e 2001. Somente em 2007, a Academia o agraciou com um Oscar Honorário "pelas suas magníficas e multifacetadas contribuições musicais ao cinema". Ele recebeu o prêmio das mãos do seu amigo ator, Clint Eastwood. Outro reconhecimento veio no ano de 2016, quando finalmente ele ganhou o Oscar e também o Globo de Ouro pela Trilha Sonora de "The Hateful Eight" ("Os Oito Odiados"), do diretor Quentin Tarantino. 






Jamais vou esquecer dessas canções que fizeram e continuam fazendo parte da minha história. Essas magníficas canções trazem-me lembranças de tempos maravilhosos em que um menino pobre do interior, encantado pelas novas descobertas no campo da arte, tinha a rara oportunidade de ir assistir a um filme na tela gigante e descobrir o mundo da sétima arte. Não é à toa que até hoje sou um apaixonado pelo cinema. E certamente, muito desse prazer encantador que o cinema me proporcionou durante toda a minha vida, deve-se ao talento desse senhor que agora se vai, mas que deixa um conjunto magnífico de obras musicais que serão eternas. Descanse em paz, Mestre Morricone!
Um grande abraço espinosense.



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