Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

2515 - Calma, Massa Atleticana!

Há algum tempo, desde 2014, a apaixonada torcida atleticana não vivia momento tão prazeroso e entusiasmador. Com a primeira posição na tabela do disputado Campeonato Brasileiro da Série A, o Atlético está surpreendendo a muitos no país com uma campanha excepcional sob o comando do irrequieto e competente treinador argentino Jorge Sampaoli. O clube alvinegro mineiro é o líder isolado do Brasileirão 2020 com três pontos de vantagem e duas vitórias a mais sobre o segundo colocado, o Flamengo. São quatro derrotas, nenhum empate e nove vitórias em 13 partidas realizadas, com 27 pontos ganhos, 26 gols marcados, 16 gols sofridos, saldo de 10 gols e aproveitamento de 69,2%.



É para comemorar? É para ter esperança na conquista do título? Claro que sim! E muito! É bastante justo comemorar cada vitória e a posição na tabela, mas antes de tudo é preciso exercitar a razão além da emoção. Ultrapassamos tão somente o primeiro terço da dura caminhada até o final da competição. Ainda faltam 24 rodadas! Tudo pode acontecer, desde a decadência dos atuais primeiros colocados até time que está na zona de rebaixamento se redimir e ainda brigar por uma vaga na Libertadores. Ainda é muito cedo para se vangloriar da posição na tabela, pois contusões, suspensões, convocações para seleções nacionais e, principalmente, uma fase ruim com derrotas seguidas podem afetar o desempenho dos times e provocar um estrago irreparável. O próprio Atlético já passou por situações parecidas em que esteve perto de faturar o título do Brasileirão mas caiu de produção nas últimas rodadas e deixou o sonho do título escapar por entre as mãos, infelizmente. Além do celebrado primeiro título de 1971, conquistado com Dadá Maravilha, Humberto Ramos e companhia, estivemos bem perto de levantar o título, terminando a competição com o vice-campeonato em 1977 (invicto), 1980, 1999, 2012 e 2015. Em cinco oportunidades, o Atlético terminou em terceiro lugar (1976, 1983, 1986, 1991 e 1996) e por cinco vezes chegou na quarta colocação (1985, 1994, 1997, 2001 e 2016).


 
Muitas variáveis influenciam no desempenho de uma equipe em uma competição difícil e de longa duração como o Campeonato Brasileiro. Um gol marcado, por exemplo, tem um valor imenso no caso de um empate em pontos e vitórias na tabela de classificação. Uma atuação desastrosa em partida considerada vencida pode ser fatal. A contusão ou a queda de rendimento de um jogador imprescindível também é de suma importância para uma equipe, podendo comprometer toda uma programação realizada. Então, não há como fazer previsões para o futuro. Aliás, melhor dizendo, até pode-se fazer previsões, mas acertá-las é que é o problema. Não se pode prever, por exemplo, se determinado jogador estará atuando em alto nível até o fim da temporada, ou se aguentará a grande quantidade de jogos seguidos sem apresentar lesões musculares. Então tudo é uma incógnita e isto vale para todos. Os clubes com elenco mais recheado e com mais qualidades individuais certamente levam enorme vantagem. A favor do Atlético há a disputa de somente uma competição, o Brasileirão, o que é um grande diferencial sobre os que disputam outras competições simultâneas como Copa do Brasil e Libertadores da América. Cabe ao Atlético tentar a contratação de pelo menos mais uns três bons jogadores para reforçar o elenco, não vender ninguém, manter os pagamentos de salários em dia e manter a humildade e a pegada firme proposta pelo Sampaoli. 



Especificamente sobre o jogo de ontem à noite, a inesperada derrota para o eficiente time do Fortaleza treinado pelo grande Rogério Ceni veio frear o sentimento de "já ganhou" que corria desenfreadamente entre os torcedores mais entusiasmados e entre alguns jornalistas esportivos. A torcida é muito apaixonada, levada pela emoção quase que sempre. A razão fica escanteada, normalmente. E a razão é que deve prevalecer na visão da realidade atual do clube na competição. O Atlético tem um bom time sim, mas outras equipes possuem mais recursos financeiros e de elenco, casos de Flamengo e Palmeiras, os maiores favoritos à conquista do título deste ano. Contra o Fortaleza tomamos um choque de realidade ao perceber que temos deficiências no elenco. Faltam boas opções no banco de reservas, sobretudo na parte ofensiva. Perdemos o Diego Tardelli por lesão e o Marrony ainda não mostrou sua qualidade. O Marquinhos bate cabeça e o Sávio é apenas uma promessa. Precisamos de mais gente que possa decidir jogos a nosso favor. 



O resultado negativo do Atlético contra o Fortaleza pode ser considerado normal, por ter sido uma derrota fora de casa contra um adversário dedicado e eficiente, que soube se defender o tempo inteiro, bem fechado na defesa e mortal nas poucas oportunidades ofensivas criadas. Mas a maneira como ela ocorreu, com mais de um tempo inteiro jogando com um jogador a mais, é que decepcionou a todos os atleticanos. Em uma competição tão ferrenha, não se pode dar chance ao azar, principalmente quando se tem a oportunidade de jogar com vantagem numérica em campo por tanto tempo e não aproveitá-la. Foi um desastre, se não a atuação geral, mas o resultado. Mas fica o recado da bola que não perdoa à torcida atleticana. Não é porque o time está na liderança que é o melhor de todos e que a caminhada será fácil. Nem é o pior de todos por esta derrota dura e inesperada. Nada de radicalismos exacerbados! Temos virtudes e defeitos que serão cruciais na trajetória até o final do campeonato. É hora de a torcida criticar os erros cometidos sim, mas tempo também de apoiar o time, o treinador, a comissão técnica e a diretoria para que o sonho de todos os atleticanos de levantar a taça de Campeão Brasileiro torne-se realidade. O sonho continua vivo!  
Um grande abraço espinosense.          
     
Jogos restantes ao Atlético no Brasileirão 2020:
15ª rodada - 10/10/2020 - Sábado - Goiás (Casa)
16ª rodada - 14/10/2020 - Quarta-feira - Fluminense (Casa)
17ª rodada - 19/10/2020 - Segunda-feira - Bahia (Fora)
18ª rodada - 25/10/2020 - Domingo - Sport (Casa)
19ª rodada - 01/11/2020 - Domingo - Palmeiras (Fora)
20ª rodada - 07/11/2020 - Sábado - Flamengo (Casa)
21ª rodada - 14/11/2020 - Sábado - Corínthians (Fora)
22ª rodada - 22/11/2020 - Domingo - Ceará (Fora)
23ª rodada - 28/11/2020 - Sábado - Botafogo (Casa)
24ª rodada - 06/12/2020 - Domingo - Internacional (Casa)
25ª rodada - 13/12/2020 - Domingo - Athletico (Fora)
26ª rodada - 20/12/2020 - Domingo - São Paulo (Fora)
27ª rodada - 27/12/2020 - Domingo - Coritiba (Casa) 
28ª rodada - 03/01/2021 - Domingo - Santos (Casa)
29ª rodada - 10/01/2021 - Domingo - Bragantino (Fora)
30ª rodada - 17/01/2021 - Domingo - Atlético-GO (Casa)
31ª rodada - 20/01/2021 - Quarta-feira - Grêmio (Fora)
32ª rodada - 24/01/2021 - Domingo - Vasco (Fora)
33ª rodada - 31/01/2021 - Domingo - Fortaleza (Casa)
34ª rodada - 07/02/2021 - Domingo - Goiás (Fora)
35ª rodada - 13/02/2021 - Sábado - Fluminense (Fora)
36ª rodada - 17/02/2021 - Quarta-feira - Bahia (Casa)
37ª rodada - 21/02/2021 - Domingo - Sport (Fora)
38ª rodada - 24/02/2021 - Quarta-feira - Palmeiras (Casa)

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