Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

3110 - "22 de Julho", o triste dia do massacre da intolerância em Oslo

Vamos fazer um rápido exercício mental? Use integralmente sua poderosa mente e imagine como seria o mundo se todos os habitantes do esférico, lindo, maravilhoso e azul planeta Terra nunca deixassem seu local de nascimento para quaisquer atividades em outras paragens, vivendo eternamente ali na sua terra natal. Impossível, não é mesmo? Somos milhões de terráqueos que saem de seu torrão natal, livremente, à procura de evolução educacional e econômica, ou forçadamente, vítimas de guerras ou perseguições políticas e religiosas. Como seria muito mais pobre e rudimentar o mundo sem a troca de conhecimentos e a miscigenação dos povos, não é?
Era para existirem no Universo apenas seres iluminados, conscientes e praticantes dos ensinamentos de Paz e de Amor de Jesus Cristo, mas a realidade é bem mais dura, triste, violenta e tenebrosa. Temos entre nós, muitas vezes bem sorrateiramente escondidos sob um manto de puerilidade, pudicícia e retidão, pessoas as mais bárbaras, truculentas e velhacas. Nesses tempos sombrios, muitas dessas figuras deixaram os subterrâneos e emergiram das trevas do mal. Os absurdos casos de violência política, os assustadores números de feminícídios e a fúria cruel do desejo de alguns desequilibrados de fomentar no país uma guerra civil, estão nas manchetes dos jornais, canais da Internet e das TVs. A mais recente sandice desses facínoras foi um atentado terrorista, com a ideia de radicais extremistas de explodir um caminhão-tanque carregado de querosene em Brasília, próximo ao aeroporto da cidade, com consequências inimagináveis.
Para que todas as pessoas minimamente sensatas possam parar e refletir profundamente sobre o perigo e as terríveis consequências desta radicalidade insana que explodiu no nosso Brasil nos últimos anos, indico um filme baseado em fatos reais disponível na Netflix, "22 de Julho". O filme dirigido por Paul Greengrass nos mostra os covardes, brutais e sangrentos atentados políticos protagonizados por um jovem extremista na cidade de Oslo, na Noruega, no dia 22 de julho de 2011. O assassino frio e calculista, revoltado com a presença de imigrantes no seu país e na Europa, explodiu um carro-bomba na frente da sede administrativa do governo, matando oito pessoas, e logo após baleou e assassinou mais 69 pessoas na Ilha de Utoya, a maioria adolescentes, em um acampamento de verão da turma da Juventude Trabalhista local. À dor dos pais pela morte dos filhos, juntou-se o sofrimento dos mais de 200 sobreviventes feridos, bem como de toda a comunidade local. 



É muitíssimo importante que se assista ao filme com completa empatia, bem como com a inadiável reflexão de como pode ser trágica, letal, horripilante e sanguinária esta inaceitável intolerância com os nossos irmãos de outros territórios que não o nosso. É só olhar para nós mesmos para percebermos que, muitos de nós tivemos que deixar nossas cidades natais para construirmos os futuros nossos e de nossos filhos em um lugar diferente. Olhe ao seu redor e repare quanta gente veio de outras localidades para desenvolver e fazer evoluir nossa cidade. O mundo é de todos e devemos acolher e sermos recebidos carinhosa e respeitosamente em qualquer lugar. 
Para que tenhamos um pouquinho de noção desta história absurda ocorrida na Noruega, basta se colocar como pai e mãe de uma só das 77 pessoas inocentes assassinadas friamente. Nunca é tarde para acordar e compreender que esse radicalismo exacerbado só traz ódio, violência e morte. Os radicais extremistas, fanáticos religiosos ou políticos de quaisquer ideologias, devem ser identificados e apartados da sociedade o quanto antes, para que não vejamos nunca mais esses massacres mortais e sangrentos que tanta dor trazem.

O radical extremista assassino foi condenado a apenas 21 anos de prisão

O sentimento que nos vem imediatamente à mente ao assistir a cenas tão covardes, violentas e perturbadoras como estas mostradas no filme, e ressalte-se, cenas lamentavelmente reais, não ficcionais, é o de raiva, de indignação, de revolta, de vingança, de pegar este sujeito cruel e sanguinário com as próprias mãos e agredi-lo violenta e impiedosamente para estraçalhá-lo até a morte. Seria a reação normal de um puma, de um urso, de uma onça, de um pitbull, de um animal selvagem acuado, vendo seu filhote ser atacado e morto. Mas nós, seres pensantes e divinamente presenteados com um cérebro dotado da condição de exercitar a razão, temos que nos conter, respirar profundamente, refletir serenamente e agir de forma totalmente contrária a este homicida impassível, seguindo o que manda a nossa consciência humana e a Lei vigente. Não podemos, de maneira alguma, nos igualar a gente tão má, pois assim nos tornaremos assassinos covardes também, o que não é digno nem cristão. Como filhos de Deus, temos que seguir seus ensinamentos e tratar os demais seres, mesmo que assassinos cruéis, não com ódio, intolerância e violência, mas com Paz, Amor e Solidariedade.             
Um grande abraço espinosense. 



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