Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 21 de agosto de 2021

2765 - Poema dos Palavrões



Acordei hoje sorumbático, com um ar assim um tanto melancólico
Extraordinariamente caricatural, quem sabe bastante esquizofrênico
Experimentando um arrebatamento singular em meu cérebro anacrônico 
Paralelamente tomado pela insegurança, instintivamente antipático 

Enfadonho, peguei-me em pensamentos tristemente maquiavélicos
Cerimoniosamente perdido entre o materialismo e o existencialismo
Sentindo-me tomado de encantamento, entretanto mais rígido que paralelepípedos
Humanamente dominado por inquietos e bastardos desejos de protagonismo

Instantaneamente o cérebro não eletrônico rechaçou o antropocentrismo
Incontinente, a clarividência se insurgiu e se adequou às circunstâncias
Inconscientemente venceu o desprezo ao sentido virginiano do perfeccionismo
Na malemolência cotidiana da minha notória e indisciplinada insignificância

A estarrecedora visualização da realidade desafiadora, diante dos olhos explicitada
Provoca os desanimadores sentimentos de intolerância a cruel social desigualdade
Ao que meu coração incauto e desencantado, mas esperançoso, reage da forma mais determinada
Sonhando com cenários sem intempéries ou repugnâncias, só a mais duradoura prosperidade

A visão desapaixonada e cinematográfica de uma extraordinária transcendentalidade
Deixa-me desavergonhosamente macambúzio e revolucionariamente irreconhecível
Com o mundo enfiado sem suscetibilidades no intrínseco mundo da desumanidade
Caminho só, ereto, firme e decidido na direção do alvo misericordiamente incompreensível 
 
Eu sonho, só, sentimentalista que sou...

E quanto mais procuro decifrar, menos compreendo as coisas do mundo...


Um grande abraço espinosense.


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