No mesmo dia em que lamentavelmente perdemos nossa querida Dona Cici, vai-se embora deste mundo também o músico, cantor e compositor baiano Moraes Moreira. Nascido Antônio Carlos Moreira Pires aos 8 de julho de 1947 na cidade de Ituaçu, Moraes desde cedo já mostrava ter a música nas veias. Em festas de São João, tocava sanfona, até aprender a tocar violão na cidade de Caetité, onde estudava Ciências. Tudo mudou quando ele se transferiu para a capital Salvador, onde conheceu Tom Zé, o Rock and Roll e uma turma bastante musical e psicodélica, formada por Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes e Baby Consuelo, que acabou se tornando uma das bandas mais importantes da Música Popular Brasileira, os "Novos Baianos". Já de mala e cuia no Rio de Janeiro, vivendo antes em um apartamento no bairro de Botafogo e depois todos juntos no Sítio Cantinho do Vovô em Jacarepaguá, em um ambiente completamente hippie, o grupo destacou-se absurdamente no cenário da música de então, entre 1969 e 1975, revolucionando o panorama musical e lançando discos icônicos, sobretudo o segundo álbum de estúdio, "Acabou Chorare", do ano de 1972, uma obra prima que tinha entre outros os sucessos "Preta Pretinha", "Acabou Chorare", "Tinindo Trincando", "Mistério do Planeta" e "A Menina Dança", composições de Moraes e de Luiz Galvão.
Desfeito o grupo em 1975, Moraes seguiu em sua carreira solo, tão bem sucedida quanto. Com sua vasta cabeleira, seu espesso bigode e seus óculos redondos, sua marca registrada, Moraes foi o primeiro artista a cantar em cima de um trio elétrico, e nada menos que o trio dos eternos Dodô e Osmar. O alquimista baiano, influenciado fortemente por João Gilberto, construiu sua música misturando tudo: samba, forró, frevo, baião, rock, axé, maracatu, xote e até música erudita.
Moraes Moreira foi deveras importante na minha juventude, com suas canções de ritmo acelerado e contagiante me embalando nos inesquecíveis Carnavais de Espinosa, com as performances sensacionais d´Os Cardeais das músicas "Pombo Correio", "Vassourinha Elétrica", "Coisa Acesa" e "Bloco do Prazer" e outras mais. Ninguém ficava parado! Os sucessos de Moraes são vários: "Meninas do Brasil" e "Pão e Poesia", parcerias com Fausto Nilo, "Sintonia", "Dodô no Céu e Osmar na Terra", "Mistério do Planeta", "Saudades do Galinho", "Quem Nunca Foi Um Menino" e "Festa do Interior", com Abel Silva, "A Dor e o Poeta", "A Praça, o Povo e o Poeta", etc.
Sua partida nos entristece, mas seu legado permanecerá nos seus álbuns, nas suas canções, nas suas performances eternizadas em imagens como esta abaixo no Rock in Rio em 1985. E continuará também em nossos corações, com nossas lembranças de um tempo bom de prazer e alegria nos bailes da vida. Que descanse em paz e em música!
Um grande abraço espinosense.
Sua partida nos entristece, mas seu legado permanecerá nos seus álbuns, nas suas canções, nas suas performances eternizadas em imagens como esta abaixo no Rock in Rio em 1985. E continuará também em nossos corações, com nossas lembranças de um tempo bom de prazer e alegria nos bailes da vida. Que descanse em paz e em música!
Um grande abraço espinosense.
Discografia
1975 – Moraes Moreira (Som Livre)
1977 – Cara e Coração (Som Livre)
1978 – Alto Falante (Som Livre)
1979 – Lá vem o Brasil Descendo a Ladeira (Som Livre)
1980 – Bazar Brasileiro (Ariola)
1981 – Moraes Moreira (Ariola)
1982 – Coisa Acesa (Ariola)
1983 – Pintando o Oito (Ariola)
1984 – Mancha de Dendê Não Sai (Ariola)
1985 – Tocando a Vida (CBS)
1986 – Mestiço é Isso (CBS)
1988 – República da Música (CBS)
1988 – Baiano Fala Cantando (CBS)
1990 – Moraes e Pepeu (Warner Music)
1994 – Moraes e Pepeu - Ao vivo no Japão (Warner Music)
1991 – Cidadão (Sony Music)
1993 – Terreiro do Mundo (Polygram)
1993 – Tem um Pé no Pelô (Som Livre)
1994 – O Brasil tem Conserto (Polygram)
1995 – Moraes Moreira Acústico MTV (EMI-Odeon)
1996 – Estados (Virgin)
1997 – 50 Carnavais (Virgin)
1999 – 500 Sambas (Abril Music)
2000 – Bahião com H (Atração Fonográfica)
2003 – Meu Nome é Brasil (Universal)
2005 – De Repente (Rob Digital)
2009 - A História dos Novos Baianos e Outros Versos (Biscoito Fino)
2012 - A Revolta dos Ritmos (Biscoito Fino)
2018 - Ser Tão (Discobertas)
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