Espinosa, meu éden

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

1804 - Está de volta ao disco o genial Chico Buarque

O maior poeta e letrista da Música Popular Brasileira está de volta ao disco. Após um período de seis anos sem lançar um álbum de músicas inéditas, desde 2011 com o disco "Chico", o genial cantor, compositor, escritor e músico Chico Buarque de Hollanda divulgou a primeira canção do seu novo álbum a ser lançado no final do mês de agosto. O álbum, com o nome de "Caravanas", sairá pela gravadora Biscoito Fino, com produção de Vinícius França e arranjos do maestro e violonista Luiz Cláudio Ramos, que assina a direção musical dos discos de Chico desde 1989. Neste seu 23º disco de estúdio, Chico tem a companhia dos músicos João Rebouças no piano, Jorge Helder no baixo e Jurim Moreira na bateria. O álbum virá com sete músicas inéditas e duas regravações de composições de Chico, estas nunca antes registradas em disco por ele.
A primeira canção divulgada hoje chama-se "Tua Cantiga" e traz de volta o compositor inspirado de sempre, tratando de maneira genuína o abnegado amor de um homem por uma mulher. No clipe oficial, Chico aparece no estúdio interpretando, de pé, a canção na companhia dos seus músicos. Tudo muito simples, sereno, sem o estardalhaço ou a pirotecnia que imperam atualmente no mundo da música. Música que embala o coração, com letra clara e direta e sem excesso de instrumentos. Até o videoclipe é assim. Chico entra no estúdio, canta sua música e sai dali tranquilamente, passo a passo, sem afetações, sem malabarismos vocais, sem luzes espalhafatosas ou cenários mirabolantes. O que deve merecer atenção ali é ela, simplesmente ela, a música, a razão de ser do artista. Ah, e música é o que ele sabe realmente criar com extrema competência e brilhantismo.  
Um grande abraço espinosense.    




"Tua Cantiga"
Autoria: Chico Buarque/Cristóvão Bastos

Quando te der saudade de mim
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar

Se o teu vigia se alvoroçar
E estrada afora te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair

Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar

Quando teu coração suplicar
Ou quando teu capricho exigir
Largo mulher e filhos
E de joelhos
Vou te seguir

Na nossa casa
Serás rainha
Serás cruel, talvez
Vais fazer manha
Me aperrear
E eu, sempre mais feliz

Silentemente
Vou te deitar
Na cama que arrumei
Pisando em plumas
Toda manhã
Eu te despertarei

Quando te der saudade de mim
Quando tua garganta apertar
Basta dar um suspiro
Que eu vou ligeiro
Te consolar

Se o teu vigia se alvoroçar
E estrada afora te conduzir
Basta soprar meu nome
Com teu perfume
Pra me atrair

Entre suspiros
Pode outro nome
Dos lábios te escapar
Terei ciúme
Até de mim
No espelho a te abraçar

Mas teu amante
Sempre serei
Mais do que hoje sou
Ou estas rimas
Não escrevi
Nem ninguém nunca amou

Se as tuas noites não têm mais fim
Se um desalmado te faz chorar
Deixa cair um lenço
Que eu te alcanço
Em qualquer lugar

E quando o nosso tempo passar
Quando eu não estiver mais aqui
Lembra-te, minha nega
Desta cantiga
Que fiz pra ti

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