Com o Estádio Independência tomado apenas por atleticanos, o clássico da 5ª rodada do Campeonato Mineiro foi disputado em alta tensão. Como sempre acontece, houve um pouco de tudo: muita marcação, faltas mais duras, lances polêmicos, gols anulados, faltas não marcadas e os dois times saíram reclamando da arbitragem. O empate sem gols foi justo, pois tanto Atlético como Cruzeiro criaram boas chances de gol, mas os seus jogadores não tiveram competência para balançar as redes adversárias.
Merecem aplausos as manifestações de apoio ao jogador cruzeirense Tinga, vítima de hediondas atitudes racistas no Perú, durante o jogo do Cruzeiro contra o Real Garcilaso. Que atitudes abomináveis como essas não mais aconteçam em nenhum lugar do mundo!
Vamos ao jogo. O tradicional confronto mineiro começou em alta velocidade, com o Cruzeiro atacando bastante pelo seu lado direito com Dagoberto, se aproveitando da deficiência na marcação de Dátolo, que atuava improvisado pela esquerda da defesa atleticana. O Atlético criava as melhores chances mais uma vez com o rápido e forte Fernandinho, que sabe muito bem usar o corpo para proteger a bola e ganhar as jogadas. No Cruzeiro, as jogadas mais perigosas saíam de cruzamentos na área, principalmente nos escanteios, com a chegada à área adversária dos zagueiros de alta estatura, Dedé e Bruno Rodrigo. No Atlético, Victor mantinha a sua costumeira qualidade, defendendo com tranquilidade e segurança as investidas cruzeirenses.
Chances foram criadas de lado a lado, mas sem muita clareza, a não ser a boa jogada de Fernandinho pela esquerda, no finalzinho da partida, que deixou Neto Berola na cara do gol de Fábio. Ele, entretanto, não teve coragem de definir a jogada e tentou dar o passe a Marcos Rocha, que chutou prensado com o zagueiro Dedé, perdendo a melhor e mais clara chance de gol da partida.
Final de jogo e o Cruzeiro saiu bem mais contente com o resultado, já que conseguiu um ponto jogando dentro do Horto e contra toda a torcida do Atlético, única presente no estádio.
Os destaques do time celeste foram Fábio, seguro como sempre; Rodrigo Souza, muito bem na marcação a Ronaldinho Gaúcho; e Dagoberto, que levou bastante perigo ao gol de Víctor enquanto esteve em campo. Éverton Ribeiro e Marcelo Moreno, ao contrário, estiveram bem mal e passaram despercebidos.
No Atlético os destaques foram Víctor, sempre uma muralha no gol; o zagueiro argentino Nicolás Otamendi, que estreou com bastante tranquilidade e seriedade; e Fernandinho, que atualmente é o melhor da equipe, sempre criando boas jogadas no ataque. Diego Tardelli, apesar da vontade de sempre, esteve irreconhecível e em um péssimo dia, com muitos erros de passe. Jô passou em branco, sem criar muita coisa em campo e Ronaldinho Gaúcho ainda se mostra lento e sem ritmo de jogo.
O time da Toca da Raposa recebe na quarta-feira o time do Guarani de Divinópolis no Mineirão, às 22 horas. O Atlético vai até Patos de Minas para enfrentar a URT na quarta-feira, às 19h30.
Tudo indica que o Cruzeiro vai ser o campeão deste ano do Campeonato Mineiro, já que o Atlético está muito aquém de um time preparado para a disputa, talvez em função de ter retornado das férias bem depois dos outros times. Outras razões são a incrível sucessão de contusões sérias no elenco atleticano, que já tirou de circulação os zagueiros Émerson e Réver, o meia Luan e o volante Philipe Soutto; e a pressão em cima do Cruzeiro pelo título que há dois anos não conquista.
Mas em futebol, tudo pode acontecer. Vamos aguardar os acontecimentos e torcer para que o melhor vença, apresentando um futebol bonito e empolgante para fazer a alegria dos amantes da bola.
Um grande abraço espinosense.
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