No mês de fevereiro de 2004, quatro estudantes da conceituada Universidade de Harvard deram o pontapé inicial em um empreendimento que iria se transformar 10 anos depois na maior rede social do mundo, com 1,19 bilhão de usuários. Eram eles Mark Zuckerberg, Chris Hughes, Dustin Moskovitz e o brasileiro Eduardo Saverin. Tudo começou com uma ideia simples de comparar os atributos físicos dos estudantes da Universidade de Harvard, que mais tarde se espalhou por outras universidades e cresceu absurdamente até se tornar a potência que é hoje. Esse sucesso estrondoso não está livre de polêmicas, já que há a acusação de que a ideia foi roubada dos irmãos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, também estudantes da mesma universidade, e controvérsias na saída dos outros três fundadores da empresa. Essa história toda pode ser acompanhada através do filme "A Rede Social", lançado em 2011 pela Columbia Pictures, com direção de David Fincher, roteiro de Aaron Sorkin e estrelado por Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Armie Hammer e Max Minghella.
Atualmente, o Facebook conta com 1,19 bilhão de usuários, com 728 milhões acessando diariamente o site e 874 milhões acessando através de smartphones e tablets. São 5.794 funcionários da empresa em todo o mundo. Estima-se que a fortuna atual de Mark Zuckerberg seja de 19 bilhões de dólares. Pouca grana, não é mesmo?
Eu gosto do Facebook. É um canal aberto e democrático para que você possa encurtar distâncias, reencontrar velhos amigos, se inteirar das novidades, bater papo, jogar, criar eventos, postar suas opiniões e compartilhar fotos e vídeos. Esse é o lado bom. O lado ruim se apresenta com campanhas falsas, vírus disseminados, postagens agressivas, xingamentos, acusações políticas infundadas, correntes abjetas, atitudes preconceituosas etc.
Dentro do seu imenso e diversificado universo, pode se encontrar de tudo um pouco, personagens os mais diversos. Existem os que publicam suas mensagens religiosas, propagando os ensinamentos de Jesus Cristo. Existem os que apreciam uma boa comida e que publicam fotografias de seus pratos preferidos, preparados ou não por eles mesmos. Existem os empresários que se utilizam da rede para publicar propaganda do seu negócio. Existem os políticos que aproveitam do canal para disseminar os seus projetos e ideias. Existem os radicais políticos que publicam de tudo, inclusive críticas pesadas, xingamentos, acusações infundadas, notícias inverídicas sem se importar se são ou não verdadeiras. Existem os mais sensíveis e sonhadores que publicam mensagens lindas e edificantes sobre os mais variados temas. Existem os aficionados por esporte, em especial o futebol, declarando o seu amor eterno pelo seu clube e desfiando gozações contra os times adversários. Existem os narcisistas que não se cansam de postar fotos de si mesmos em poses estudadas e até sensuais. Existem os que postam as fotografias dos seus piqueniques, dos seus passeios, das suas viagens. Existem os que postam fotos das suas festinhas, das suas farras, das suas baladas, sempre com muita alegria, cerveja e tira-gosto. Existem os que informam a todos os amigos os lugares onde se encontra, seja no bar, na loja, no clube, no shopping ou no restaurante. Todas salutares atitudes.
Porém, o que chama a atenção é o excesso e a falta de limite com que alguns se dedicam a esses comportamentos, muitos explicitando uma vaidade doentia, um exibicionismo condenável e um radicalismo deplorável. Já foi criada, inclusive, uma palavra para denominar essas figuras que adoram se promover: bragger (fanfarrão).
Mas o mais interessante e engraçado de tudo é a incrível capacidade de grande parte dos seguidores do Facebook de viver em um mundo fictício dominado pela beleza e pela ausência de problemas cotidianos. Parece que todo mundo está feliz e radiante em todos os momentos da vida. Que todo mundo é bem sucedido profissional e financeiramente, que não se tem problemas ou dificuldades no dia a dia. Que toda pessoa que publica uma fotografia no site é linda, maravilhosa, fofa, sexy e dezenas de outros comentários elogiosos. Será mesmo?
Um grande abraço espinosense.
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