Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

2531 - Os geniais craques de outubro: Garrincha, Maradona, Pelé, Bobby Charlton, Didi...

Não sei categoricamente se ele é o mês mais prolífico em produzir figuras de destaque no esporte mundial, mas certamente o mês de outubro é diferenciado. Foi em um dia de outubro, exatamente em um dia 23, que veio ao mundo o mais espetacular e genial atleta profissional de futebol de toda a História: Edson Arantes do Nascimento, mundialmente conhecido como Pelé. Mas outubro não se contentou em produzir apenas o melhor e maior de todos os jogadores de futebol. Outubro também trouxe ao mundo o astro complexo, humano e controverso de nome Diego Armando Maradona, considerado o segundo melhor e maior de todos os jogadores de futebol do mundo de todos os tempos. E não só! Outubro ainda nos presenteou com outros exímios e talentosos jogadores do quilate de Bobby Charlton (11/10/1937), Careca (05/10/1960), Daryo Pereira (20/10/1956), Didi (08/10/1928), Garrincha (18/10/1933), George Weah (01/10/1966), Lev Yashin (22/10/1929), Marco Van Basten (31/10/1964), Paulo Roberto Falcão (16/10/1953), Raymond Kopa (13/10/1931), Wayne Rooney (24/10/1985) e Zlatan Ibrahimovic (03/10/1981), entre outros um pouco menos brilhantes.



Mas especificamente hoje, dia 30 de outubro de 2020, é dia de celebrar o nascimento e os 60 anos de um extraordinário gênio da bola, Diego Armando Maradona. O gigante Dieguito de apenas 1,65 metro foi autor de verdadeiras maravilhas com a bola nos pés, com dribles, passes, lançamentos e gols encantadores. Ao contrário de Pelé, que infelizmente não pude acompanhar nem em campo nem nas transmissões da televisão, Maradona fez-me apaixonar ainda mais pelo futebol e pela simbólica camisa 10 quando o via em ação nos jogos das copas de 1982, 1986, 1990 e 1994. Por causa desses dois gênios, e mais tarde por Zico e Messi, é que tornei-me completamente apaixonado por uma camisa qualquer com o número 10 nas costas. Vestir uma camisa 10 é algo transcendental, é uma simples forma de homenagear a todos esses fabulosos craques e, particularmente, sentir-me feliz só com a possibilidade de entrar em um campo de futebol em uma partida e sentir o peso que este número mágico significa. Eles alçaram a camisa 10 ao Olimpo do futebol. 
Mas vamos à história fantástica do Pibe de Oro.



Diego Armando Maradona Franco veio ao mundo na cidade argentina de Lanús em 30 de outubro de 1960. Ainda bastante jovem, já demonstrava seu talento único no campinho da favela em que morava no subúrbio de Buenos Aires, o que levou-o a ser convidado a defender as cores da Asociación Atlética Argentinos Juniors, onde despontou para o estrelato. Depois de chamar atenção com sua esplêndida arte de tratar a bola, Dieguito se projetou ainda mais com a artilharia nos campeonatos argentinos e os prêmios de melhor jogador sul-americano. Ficaria ainda mais conhecido depois que se transferiu para o poderoso Boca Juniors. Em 1982 teve seu passe comprado pelo Barcelona e deixou a Argentina para tentar brilhar na Europa. Sua trajetória no clube não foi assim tão brilhante, com muitos altos e baixos, contusões e confusões, o que lhe valeu a saída precoce para o modesto Napoli da Itália. Ali conseguiu a façanha de levar o Napoli a voos inimagináveis, com dois títulos de Campeão Italiano (Scudettos) e um da Copa da UEFA. Ele vivia o seu melhor momento na carreira, fazendo milagres em campo ao lado do atacante brasileiro Careca no Napoli e vencendo a Copa de 1986 com a Seleção Argentina, com atuações memoráveis e um gol espetacular contra a Inglaterra. Era um prazer imenso ligar a televisão e colar os olhos na tela sem piscar, para assistir às estupendas performances daquele gigante baixinho de magia inacreditável. Já naquela época havia câmeras específicas centradas somente em sua figura exótica e genial.


 
Tudo parecia caminhar muito bem, maravilhosamente bem para Maradona, mas aí a tempestade tsunâmica chegou repentinamente no início dos anos 90 e começou a provocar a ruína na trajetória do ídolo de milhões de aficionados pelo futebol-arte no mundo inteiro. Flagrado no consumo de drogas e acusado de ligações com a Camorra, a máfia napolitana, Dieguito iria ver sua vida e carreira entrarem em declínio. Forçou sua saída do Napoli e foi para o Sevilla da Espanha, e logo após retornou à Argentina para defender o Newell's Old Boys, por pouco tempo. Nesse ínterim, foi novamente flagrado no antidoping e suspenso pela FIFA, terminando a carreira de forma melancólica no seu amado Boca Juniors. Na Seleção Argentina, deixou o seu legado, com o título do Campeonato Mundial de Futebol Sub-20 de 1979, com seis gols marcados e o prêmio de melhor jogador da competição. Teve ainda uma conquista memorável do título da Copa do Mundo de 1986 no México, quando foi, indiscutivelmente, um fator fundamental na conquista. Dentro de campo, jogando futebol, Maradona foi um ser extraordinário. Mas fora dele, como treinador, o talento parece não ser o mesmo. Seus trabalhos como técnico até hoje não tiveram resultados expressivos. Mas a mística do Deus da Igreja Maradoniana continua incólume.  



Maradona não é exemplo para ninguém fora das quatro linhas, com suas aventuras amorosas, seu machismo escancarado, sua arrogância evidente e sua infeliz relação com as drogas. Mas Maradona é um ser humano comum, com suas dificuldades triviais de quem saiu da pobreza e chegou muito jovem ao estrelato e à fortuna. El Pibe de Oro, entretanto, parece ter feito mal, não muito aos outros, mas a si mesmo. Poderia ter sido ainda mais brilhante do que foi, não fossem suas ações desmedidas, impensadas e equivocadas. Mas mesmo com tamanhos desacertos, o cara chegou ao topo e é, com toda razão, um dos maiores e melhores e mais geniais artistas da bola de todos os tempos do Universo. Sou um admirador apaixonado do futebol de Dieguito! Quem o viu jogar como eu, não pode ter outra certeza na vida. Então, parabéns, saúde e vida longa ao craque Diego Armando Maradona! 
Um grande abraço espinosense.        

 


      

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