Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

1841 - Wolfgang Amadeus Mozart em Espinosa

Ninguém gosta do que não conhece. Parece óbvio, mas se você nunca escutar o trabalho musical de um artista qualquer, você nunca irá apreciá-lo e nem irá transformar o seu criador em um ídolo seu. Por isso é tão importante e fundamental o conhecimento, o saber, a descoberta do novo, o acesso ao incógnito. É preciso que as crianças (e jovens, adultos e idosos) tenham acesso a todo tipo de música para que descubram por si sós aquelas que tocam verdadeiramente seus corações.
E qual a razão para que eu diga isso, assim do nada? Só as pessoas da minha geração e da geração anterior à minha poderão se lembrar da maravilha que eram as instalações do Cine Coronel Tolentino, empreendimento criado pelo empresário Aristides Tolentino e administrado pelos seus filhos Tidim e Nelito, todos infelizmente já falecidos. 
Para quem desconhece a história de Espinosa, nos anos 70 tínhamos o melhor cinema de toda a região, com magnífica estrutura, máquinas modernas, cadeiras confortáveis, iluminação diferenciada, sala de espera, bombonière, tela e cortina de grandes dimensões e uma abertura musical de qualidade impactante. Foi neste ambiente aconchegante que vivi grandes momentos de alegria, felicidade e magia com a sétima arte. Além de me maravilhar com os filmes de faroeste, de Tarzan, de Mazzaropi, da dupla Terence Hill e Bud Spencer e de tantos outros astros, ainda usávamos o escurinho do cinema para trocar os primeiros e últimos beijos com as namoradas. Há muito o que contar do local e das emoções vividas ali, mas quero me concentrar apenas na música de abertura das sessões. Naquela época, ir ao cinema era um evento singular, uma emoção indescritível de acessar um novo mundo, de magia e encantamento. Desde a compra do ingresso, a entrada na sala de espera, a contemplação dos cartazes dos filmes que iriam ser exibidos adiante, o acesso à sala de exibição, a espera pelo apagar das luzes até o início do clímax, quando começava a música tema de abertura com o piscar das luzes coloridas no teto e a lenta abertura da enorme cortina. Era sempre um momento deslumbrante!


E que música era esta do tema de abertura? Uma música clássica, de um mestre quase que desconhecido por todos que a escutavam constantemente. Eu mesmo, só muito tempo depois me dei ao trabalho de procurar saber a quem pertencia aquela canção. E descobri que se tratava de uma composição do gênio austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. Trata-se da Sinfonia nº 40, obra em sol menor, com 4 movimentos (Molto Allegro, Andante, Menuetto, Allegretto-Trio e Allegro Assai), finalizada em 25 de junho de 1788. No Cine Coronel Tolentino ouvíamos apenas a parte inicial do 1º movimento, mas a encantadora melodia jamais saiu da minha memória, sempre trazendo as mais felizes recordações.
Abaixo estão dois vídeos, um, o segundo, com uma versão do 1º movimento em performance de orquestra. O primeiro vídeo traz outra versão, da dupla Mozart Heroes, formada pelos músicos Chris (Violoncelo) e Phil (Violão), seguida da interpretação da música "Enter Sandman" do Metallica, música esta composta por James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett. A verdade é que música boa nunca perde a qualidade, seja pelo passar do tempo ou pelas versões realizadas. A música é eterna e sempre prazerosa.
Um grande abraço espinosense.






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