O que anda acontecendo comigo ultimamente? A proximidade de me tornar um jovem qüinquagenário (daqui a dois anos) talvez seja a razão dos meus encucamentos. Não tenho medo da morte. O que me deixa quase que completamente desesperado é a real possibilidade de terminar os meus dias sem saber onde estou, com quem estou, o que estou fazendo e por que estou vivendo, vegetando miseravelmente e o pior, causando enorme sacrifícios aos parentes e amigos e completamente dependente dos outros. Não, definitivamente não é isso o que eu quero. Gostaria muito de saber quem inventou essa historinha de que a vida começa aos quarenta. Só se for a vida das preocupações com o futuro dos filhos, com as dores pelo corpo, com a impossibilidade de correr como antes e apresentar um futebol de razoável qualidade no futebol, na dificuldade de escutar e enxergar bem, de encontrar motivação para sair à noite pra balada ao invés de ficar em casa, aconchegantemente assistindo a um bom filme. É, ficar velho não é bom, já me dizia uma senhora desconhecida em certa ocasião. Mas, pelo contrário, morrer novo é muitíssimo pior, não é mesmo? Prefiro a primeira opção, com todas as dificuldades inerentes.
Nestes primeiros dias do novo ano estive ruminando umas muitas idéias, acho que já pensando em exercitar mais os meus parcos neurônios, já pensando em me distanciar o quanto antes e o mais longe possível do terrível mal de Alzheimer. É sério! Vejo diariamente milhares de pessoas nas academias, nas ruas, praças e avenidas numa caminhada desenfreada para perder peso e atingir a utopia de um corpo perfeito, ou uma condição essencial de saúde, mas e o cérebro, que nos sustenta, que nos dirige e nos concede a razão de viver, como fica? E os nossos relacionamentos? Qual o montante de investimento estamos fazendo nas pessoas com quem convivemos diariamente, ou naquelas por quem temos enorme carinho e há muito tempo não trocamos um telefonema ou um e-mail que seja? Já passou da hora de nos conscientizarmos que ela, a tão temida morte, é a única certeza que temos na vida. Não há como escapar. Logo ao nascer já está determinado que em algum dia não conhecido, estando bonitos ou feiosos, jovens ou meio decadentes, ricos ou totalmente falidos, estaremos viajando para algum lugar do espaço, quem sabe? Estejamos prontos então!
Nestes primeiros dias do novo ano estive ruminando umas muitas idéias, acho que já pensando em exercitar mais os meus parcos neurônios, já pensando em me distanciar o quanto antes e o mais longe possível do terrível mal de Alzheimer. É sério! Vejo diariamente milhares de pessoas nas academias, nas ruas, praças e avenidas numa caminhada desenfreada para perder peso e atingir a utopia de um corpo perfeito, ou uma condição essencial de saúde, mas e o cérebro, que nos sustenta, que nos dirige e nos concede a razão de viver, como fica? E os nossos relacionamentos? Qual o montante de investimento estamos fazendo nas pessoas com quem convivemos diariamente, ou naquelas por quem temos enorme carinho e há muito tempo não trocamos um telefonema ou um e-mail que seja? Já passou da hora de nos conscientizarmos que ela, a tão temida morte, é a única certeza que temos na vida. Não há como escapar. Logo ao nascer já está determinado que em algum dia não conhecido, estando bonitos ou feiosos, jovens ou meio decadentes, ricos ou totalmente falidos, estaremos viajando para algum lugar do espaço, quem sabe? Estejamos prontos então!
Outro assunto que me deixa bastante encucado é a maneira como algumas coisas funcionam neste nosso louco mundo. Muita gente não percebe, mas somos enganados diariamente pelo "sistema". Nós não percebemos, mas por trás de fachadas maravilhosas e de vitrines deslumbrantes, há uma enorme bagunça nos fundos das lojas. E os shoppings centers? Cenários maravilhosos de compras e de entretenimento, sem sujeira, sem mendigos nem pedintes, mas tente dar uma olhada detrás dos depósitos e você irá se surpreender com a zona que é. Nas redes sociais todo mundo se apresenta como pessoas inteligentes, cultas, modernas, lindas e maravilhosas, mas no fundo a farsa, a ignorância e até os crassos erros de português são uma triste constante. E o que dizer das revistas de celebridades (que coisa triste!) e de mulheres peladas? O famoso Photoshop tira tudo: manchas, estrias, celulites e cicatrizes, melhora o cabelo, aumenta os lábios, diminui a cintura, some com os quilinhos a mais, fantasia as curvas e deixa as mulheres com pinta de Afrodite, deusa grega da beleza. E tem mulher que ainda tenta perseguir esse ideal inatingível de beleza, coitadas! Algumas ficam até bonitinhas, mas desprovidas de conteúdo, insuportáveis e totalmente neuróticas e depressivas. E o que dizer das propagandas da TV cheias de mulheres lindas e gostosas, que lhe prometem o paraíso, como os famosos comerciais de carros, cervejas e uísques? E as ofertas de produtos inúteis que fazem milagres na sua casa, com pequenos pagamentos a perder de vista, com juros estratosféricos? Como resistir a tanta fuzilaria?
Vivemos em um mundo de fachada, infelizmente. Como nas novelas da Globo e seus cenários de mentirinha. Como alguns jornalistas travestidos de justos e imparciais. Talvez tenha sido sempre assim, mas agora é mais perceptível. A grande maioria das pessoas cria uma imagem de um avatar, aprisionado em uma cápsula ou redoma inquebrável para se proteger não sei de quê. E a hipocrisia? Quantos não se auto-intitulam homens honestos, honrados e acima de qualquer suspeita, criticam os governos e os políticos, condenam vigorosamente a corrupção, mas não se constrangem em "molhar a mão do guarda", furar a fila, comprar o fiscal do Estado para não serem multados, receptar carga roubada, não fornecer recibos de serviços prestados e omitir rendimentos no imposto de renda? E quantos não estão sempre nas igrejas e passam a impressão de serem cumpridores fiéis das leis de Deus, condenam veementemente o adultério, mas logo após a missa dão as suas escapadinhas sexuais? E o que dizer dos padres que exigem a boa conduta dos seus fiéis e sorrateiramente atacam a integridade física e mental de jovens garotos? E aqueles que posam de santos nas empresas, mas na primeira oportunidade dão uma rasteira nos colegas, para assumir uma nova função ou esconder um erro seu?
Definitivamente, eu detesto a falsidade e a hipocrisia. Já falei demais, chega! Até mais e um abraço espinosense.
Um comentário:
Eustáquio,
depois dessa, vou procurar o viaduto mais alto de Montes Claros e me atirar de lá. Sem capacete, porque tenho dificuldades para encontrar um que me sirva. Deixa de ser pessimista rapaz! Se procura felicidade eterna na vida humana, jamais encontrará. Pois desde que o homem introduziu o pecado no mundo, é assim. Mas fique tranquilo, se aceitar o consolador que Deus no enviou para nos salvar, enchei de esperança e tenha certeza da felicidade na glória do Pai que se estabelecerá neste mundo, hoje imundo!
Abraços,
Walter Cabeção
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