Espinosa, meu éden

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terça-feira, 10 de setembro de 2024

3558 - Os manos Caetano e Bethânia brilharam e emocionaram o Mineirão lotado em BH

Uma noite intensa, arrebatadora, maravilhosa e inesquecível. No Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, lotado, os manos Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro, 7 de agosto de 1942) e Maria Bethânia Viana Teles Veloso (Santo Amaro, 18 de junho de 1946) encantaram e fizeram emocionar milhares de admiradores dos seus talentos musicais impecáveis. Com um pequeno atraso de meia hora, o show da turnê "Caetano & Bethânia" começou às 21h30 com a interpretação da velha canção "Alegria Alegria", lançada em 1967. A partir daí, os irmãos baianos de longa e prolífica trajetória artística no Brasil e no mundo, apresentaram mais 39 canções que contam histórias de amor, de ancestralidade, de luta, de fé, da Bahia e de Dona Canô. Raul Seixas, Roberto e Erasmo Carlos, Kléber Lucas, Peninha, Fernando Mendes, Gilberto Gil e Iza, Samba, Afoxé, MPB, estava tudo lá nas interpretações potentes, cativantes e energizadas da dupla do clã Viana Teles Veloso.
A última vez que os irmãos se apresentaram juntos em um espetáculo foi em 1978. Agora eles retornam com uma turnê pelo país, começando pelo Rio de Janeiro, passando por BH, Curitiba, Belém, Recife, Brasília, Fortaleza, Salvador, São Paulo e Porto Alegre.



Mostrando incrível vitalidade, os irmãos de 82 anos (Caetano) e 78 anos (Bethânia), permaneceram de pé por cerca de duas horas da apresentação, fechada com a canção "Odara", para delírio e gostinho de quero mais pelo público sedento de mais e mais saborosas músicas imortalizadas nas vozes de ambos. Eles cantaram juntos algumas canções e em outra parte do espetáculo, cantaram separadamente alguns de seus maiores sucessos, casos de "Sozinho", "O Leãozinho", "Brincar de Viver" e "Explode Coração".

O set list:
Alegria Alegria
Os Mais Doces Bárbaros
Gente
Oração ao Tempo
Motriz
Não Identificado
A Tua Presença
13 de Maio (citação)
A Donzela se Casou
Samba de Dois Rios
Milagres do Povo
Filhos de Ghandi
Dedicatória
Eu e Água
Tropicália
Marginália II
Um Índio
Cajuína
Sozinho
O Leãozinho
Você Não Me Ensinou a Te Esquecer
Você é Linda
Deus Cuida de Mim
Brincar de Viver
Explode Coração
As Canções Que Você Fez Pra Mim
Negue
Vida
Sei Lá, Mangueira
A Menina de Oyá
Exaltação à Mangueira
Onde o Rio É Mais Baiano
Baby
Vaca Profana
Gita
O Quereres
Reconvexo
Tudo de Novo
Odara



O show de Caetano e Bethânia contou com a presença de cerca de 54 mil pessoas, a grande maioria de pessoas mais idosas, mas com participação de alguns espectadores de idade menos avançada. E a verdade é que estar presente em evento de tamanha grandeza é um teste de resistência para nós, os velhinhos. Chegar ao estádio em horário mais próximo da abertura do show é uma aventura, um trabalho árduo para vencer o congestionamento gigante do trânsito. Por isso, fomos mais cedo, eu e a esposa Cléa Márcia, com os amigos Tiãozinho e Renata no carro deles, o que muito facilitou o acesso. O carro foi colocado dentro do estacionamento pago do Mineirão, a preço exorbitante, como tudo dentro de um evento desta grandeza. Para entrar, um pouquinho só de fila, nada complicado para quem chegou ao local de acesso com três horas de antecedência. Revista na entrada, ingresso no app no celular e boa quantidade de funcionários para dar informações sobre localização dos portões e locais de entrada para o show. Como sempre, um abuso nos preços das mercadorias. A cerveja, só da marca Sol, custava a bagatela de R$ 18,00, um copo de 300ml. E não geladíssima, como gostaríamos. Um sanduíche frio e de gosto insosso custava R$ 30,00. Já acomodado nas cadeiras superiores do Mineirão, a tarefa era escolher uma melhor localização para se ter uma maior visualização do palco, bem distante da visão já não tão boa. Depois de não tão confortavelmente sentado na cadeira escolhida, era preciso manter a paciência para aguardar o início do espetáculo e segurar a ansiedade. As "olas" realizadas pela plateia amenizavam a espera. O sacrifício de deixar o conforto de casa e enfrentar todos esses transtornos e perrengues compensa sim, e muito! Ver em ação os artistas preferidos diante dos seus olhos é uma experiência única, saborosa e transcendental. Só quem vive tal experiência sente esta emoção inefável no ambiente. E foi lindo demais!


 
Após longa espera e alguma inquietação, eis que as luzes se apagaram e entraram em cena Caê e Bethânia, elegantemente vestidos de amarelo e vinho. E aí foram enfileiradas canções emblemáticas das carreiras extremamente bem-sucedidas de ambos até o encerramento do espetáculo, que ocorreu por volta das 23h30, após cerca de duas horas de muito prazer ao ouvir os nossos velhos ídolos da música brasileira. Não faltaram homenagens à eterna Gal Costa e ao amigo e parceiro de vida Gilberto Gil.
Terminado o show, era hora de retornar para casa descansar o corpo já exausto da aventura que é participar de um evento desta magnitude. A multidão deixou o estádio rapidamente e em completo êxtase, mas a saída do estacionamento do Mineirão foi um caos completo, com filas de carros em profusão se espremendo para conseguir alcançar os portões de saída para a avenida. Em meio aos motoristas calmos, sensatos e educados, também apareciam os espertinhos, furando a fila de forma arrogante, desleal e perigosa. E milhares de fãs se dirigiam a pé para um local adiante na avenida mais propício para se conseguir um táxi ou um carro de aplicativo para voltar para casa o mais breve possível. Este é, sem dúvida, o pior momento da maravilha que é ver seu ídolo cantar ao vivo, o retorno. O trânsito fica uma loucura, uma balbúrdia total, com um engarrafamento monstro que impede a locomoção rápida dos veículos e o acesso dos que foram a pé a um automóvel que o deixem em casa em segurança, já no início da madrugada. Mas sim, vale muito a pena! Ter este privilégio de estar diante dos seus artistas favoritos, mesmo que de bastante longe do palco, é uma emoção plena, satisfatória e extremamente recompensadora. E não se pode perder estas oportunidades, pois amanhã talvez não as teremos mais.



Caetano e Bethânia só confirmaram em cena o incrível e imensurável talento musical que por anos e anos nos fizeram sentir emoções indescritíveis, trilha sonora de momentos especiais das nossas vidas. Agora é segurar a ansiedade para voltar a BH em junho de 2025 para assistir ao espetáculo do mano baiano Gilberto Gil na Arena MRV do Galo. Se Deus quiser!
Agradecimentos especiais aos amigos Tiãozinho e Renata pela viagem, companheirismo e estadia maravilhosas na capital mineira e na apresentação dos ídolos Caetano e Bethânia. 
Um grande abraço espinosense.

    

Um comentário:

Anônimo disse...

Beleza garoto....foi otimo....retificando, o show de gil sera em 2025