Não é fácil ser artista da música no Brasil. Que o digam milhares de talentosos artistas que batalham diariamente por todo o país na busca por um espaço para mostrar o seu trabalho e que encontra pela frente apenas portas fechadas e estreitas possibilidades de sucesso no injusto mercado musical. Enquanto grandes e talentosos artistas da boa música brasileira não tem oportunidades, outros menos capacitados chegam facilmente ao sucesso. Mas eles jamais desistirão, pois a arte está completamente enraizada em sua mente, em seu coração e em sua história de vida.
Um desses batalhadores incansáveis na defesa da sua arte é o baiano Elomar Figueira Mello. Nascido na Fazenda Boa Vista, em Vitória da Conquista, aos 21 dias de dezembro de 1937, o cantador e compositor ainda mantém vivo na alma o amor incondicional ao Sertão. Morou em Vitória da Conquista dos 3 aos 7 anos, mas voltou à tranquila vida na roça. Elomar saiu ainda jovem para estudar em Salvador, onde se formou em Arquitetura na Universidade Federal da Bahia, no final dos anos 60. Mas retornou logo em seguida para o seu verdadeiro lugar, onde se sente em casa.
Elomar vive atualmente entre as suas fazendas, a "Casa dos Carneiros", a "Duas Passagens" e a "Lagoa dos Patos", onde cria cabras, carneiros e algum gado. Entre os cotidianos afazeres das propriedades rurais, ele encontra tempo para continuar compondo as suas canções e de vez em campo se aventurar pelos palcos das cidades grandes e pequenas, para levar bem longe a sua arte fincada na beleza do sertão e dos sertanejos.
Elomar vive atualmente entre as suas fazendas, a "Casa dos Carneiros", a "Duas Passagens" e a "Lagoa dos Patos", onde cria cabras, carneiros e algum gado. Entre os cotidianos afazeres das propriedades rurais, ele encontra tempo para continuar compondo as suas canções e de vez em campo se aventurar pelos palcos das cidades grandes e pequenas, para levar bem longe a sua arte fincada na beleza do sertão e dos sertanejos.
Elomar lançou o seu primeiro trabalho musical no ano de 1968, em um compacto simples com as músicas "O Violeiro" e "Canções da Catingueira". O primeiro LP, de produção independente, com 12 canções de sua autoria e com apresentação de Vinícius de Moraes, foi lançado em 1972, intitulado "Das Barrancas do Rio Gavião", o que o fez tornar-se conhecido do cenário musical brasileiro.
Em 1979, ao lado do pianista Arthur Moreira Lima, lançou o LP "Parcelada Malunga", pelo selo Marcus Pereira, como também o álbum duplo "Na Quadrada das Águas Perdidas", que consolidou o seu prestígio junto à crítica do eixo Rio-São Paulo. Em 1981, lançou "Fantasia Leiga Para Um Rio Seco". Em 1983, saiu o álbum duplo "Cartas Catingueiras". No mesmo ano, foi lançado, pela gravadora Kuarup, o disco duplo "ConSertão", gravado na sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, e que teve participações
especiais do pianista Arthur Moreira Lima, do violonista Heraldo do Monte e do
saxofonista Paulo Moura. Ainda em 1983, lançou o LP "Auto da Catingueira", com todas as faixas de sua
autoria,
gravado inteiramente na sala de visitas da Casa dos Carneiros. Em 1984, participou no Teatro Castro Alves, em Salvador, do show
"Cantoria", com Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai, no qual foi
gravado disco ao vivo lançado no mesmo ano pela Kuarup. Em 1985, foi lançado o disco "Cantoria 2", com os mesmos integrantes do
disco anterior. Também no mesmo ano, a Kuarup lançou o disco "Sertania",
com participação de Elomar e a Orquestra Sinfônica do Sertão. "Concerto Sertanez", disco lançado em 1988, contou com participação de Turíbio
Santos, Xangai e João Omar, seu filho maestro. Em 1989, lançou pela Kuarup o disco
"Elomar em Concerto", com algumas regravações, como "A Meu Deus Um Canto
Novo" e "Incelença Pro Amor Distante". Em 1992, lançou "Árias Sertânicas", que mostra fragmentos de suas
óperas. No disco as vozes e violões são de Elomar e João Omar. 1995 foi o
ano de "Cantoria 3", que registrou os momentos solos de Elomar durante a
grande "Cantoria" que deu origem a três álbuns no total e muitas
turnês pelo país.
Em 2002, participou do CD "Cantoria Brasileira", disco comemorativo dos 25 anos
da gravadora Kuarup, juntamente com Pena Branca, Renato Teixeira, Teca
Calazans e Xangai. Em agosto de 2005, apresentou-se no Planetário da Gávea, no Rio de
Janeiro, em sequência do projeto "Música nas Estrelas", com casa
lotada, como é comum em suas apresentações nos grandes centros como Rio
de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Um songbook com a obra completa de Elomar foi lançado pela Casa de Cultura de Vitória da Conquista em 2006.
Em junho de 2007, uma de suas fazendas, a "Casa dos Carneiros", localizada
em Gameleira, a cerca de 20 quilômetros de Vitória da Conquista, tornou-se uma
Fundação, com o objetivo de se tornar um centro de pesquisas, com cursos
e atividades ligadas à música erudita, ao teatro, à educação e à
ecologia e tendo como especialidade incentivar o desenvolvimento dos
estudos sobre a cultura nordestina.
Discografia:
- (1995) Cantoria 3 - Elomar -Canto e solo • CD
- (1992) Árias Sertânicas • Rio do Gavião • LP
- (1989) Elomar em Concerto • Kuarup • LP
- (1988) Concerto Sertanez • LP
- (1986) Dos Confins do Sertão • Trikont • LP
- (1985) Sertania • Kuarup • LP
- (1985) Cantoria 2 • Kuarup • LP
- (1984) Cantoria 1 • Kuarup • LP
- (1983) Cartas Catingueiras • Gravadora e Editora Rio do Gavião • LP
- (1983) Auto da Catingueira • Gravadora e Editora Rio do Gavião • LP
- (1983) ConSertão. Um Passeio Musical Pelo Brasil • Kuarup • LP
- (1981) Fantasia Leiga Para Um Rio Seco • Rio do Gavião • LP
- (1979) Parcelada Malunga • Marcus Pereira • LP
- (1979) Na Quadrada das Águas Perdidas • Marcus Pereira • LP
- (1972) Das Barrancas do Rio Gavião • Phillips • LP
- (1968) O Violeiro/Canções da Catingueira • Compacto simples
Elomar foi bastante influenciado pelos cantos religiosos, pela música medieval e pelas cantorias dos sertanejos que ele escutava bastante na infância. Suas canções tratam essencialmente das vicissitudes por que passa o homem do Sertão, suas dificuldades, seus sofrimentos, suas dores, como também seu relacionamento com Deus, na linguagem bem peculiar dos habitantes das regiões do interior do sul da Bahia e do norte de Minas Gerais. Sua vasta produção como compositor, além das canções mais conhecidas,
inclui galopes estradeiros, canções de alta influência regional, além de
óperas e autos já registradas em partituras, ainda não gravadas.
Elomar prefere viver a maior parte do seu tempo nas suas fazendas. Na
Fazenda Gameleira, que ele chama de Casa dos Carneiros, imortalizada na
música Cantiga do Amigo; na Fazenda Duas Passagens que se localiza na bacia do Rio Gavião e na Fazenda Lagoa dos Patos, na Chapada Diamantina. Resolvido a não lançar mais discos, tem se dedicado mais à literatura,
depois de ter lançado, em 2008, o romance "Sertanílias".
O menestrel baiano é casado com Adalmária de
Carvalho Mello, pai de Rosa Duprado, João Ernesto e João Omar e avô de
Gabriela Mello. Seus pais eram Ernesto Santos Mello, filho de tradicional família da zona da mata de Itambé, e Eurides Gusmão Figueira Mello. Tem dois irmãos: Dima e Neide.
Elomar se apresentou uma vez em Espinosa, no salão de festas da AABB, para um público bem pequeno. Infelizmente não pude estar presente e perdi a chance de assistir ao vivo a sua apresentação. Quem sabe um dia não possa ter outra oportunidade?
Elomar se apresentou uma vez em Espinosa, no salão de festas da AABB, para um público bem pequeno. Infelizmente não pude estar presente e perdi a chance de assistir ao vivo a sua apresentação. Quem sabe um dia não possa ter outra oportunidade?
Fontes: dicionariompb.com.br, elomar.com.br e wikipedia.org.
Um grande abraço espinosense.
2 comentários:
Táquio, parabéns pela reportagem sobre o Elomar. É um grande nome da musica brasileira. Eu tive a oportunidade que poucos valorizaram de assisti-lo ao vivo na AABB de Espinosa. Eu falei poucos valorizaram por pouco mais de 20 casais terem assistido ao Show, devido talvez, a falta de conhecimento do trabalho desse espetacular cantor e compositor da nossa musica.
Abraços
Louvável qualquer matéria e/ou comentário sobre Elomar Figueira Mello, o maior compositor do planeta, caro Eustáquio. Parabéns!
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