Assisti, nesta semana, ao longa metragem "Faroeste Caboclo", baseado na música de mesmo nome do líder da extinta banda brasiliense "Legião Urbana", que tanta falta faz no cenário musical brasileiro. Dirigido por René Sampaio e protagonizado por Fabrício Boliveira (João de Santo Cristo), Ísis Valverde (Maria Lúcia) e Felipe Abib (Jeremias), o filme me agradou bastante, fato natural pela imensa admiração que tenho pelo trabalho do saudoso Renato Russo. A minha opinião é meio suspeita, pois sou fã de carteirinha da melhor banda de rock brasileira de todos os tempos. Mas voltemos ao filme. Participam da produção Marcos Paulo (o senador Nei, pai de Maria Lúcia); Flávio Bauraqui (pai de João); Antônio Calloni (um policial corrupto) e César Troncoso (Pablo, primo traficante de João).
O filme, apesar de a história já ser bastante conhecida através da letra da música, agrada pelo bom desempenho dos atores, principalmente de Ísis Valverde, que se sai muito bem no papel da menina rica que se envolve com traficantes, com as drogas e com o bandido João. A história é contada em um estilo bem parecido com os faroestes dos anos 60 e 70, culminando com o grande duelo entre os dois inimigos mortais. Mas não fica só nisso, pois tem de tudo um pouco: romance, drama, violência, sexo, corrupção, preconceito, morte, humor, cocaína e maconha, muita maconha. Porém, nada se apresenta fora do contexto, com tudo se enquadrando bem dentro da narrativa.
É notória ainda a decisão do diretor de mostrar mais o romance entre João e Maria Lúcia e o modo de vida louco da rapaziada naqueles tempos de muito sexo, drogas e rock´n roll, em detrimento à forte crítica social que Renato Russo verbalizou nos versos da sua obra-prima.
Para aqueles que esperam ver no filme uma cópia fiel do que consta nos versos da música, pode-se ter uma pequena decepção, pois a história contada na produção cinematográfica tem algumas diferenças e muitas situações lá não incluídas. Entretanto, mesmo sem a transcrição literal da música para o cinema, a fita merece elogios pela qualidade da fotografia, pela boa ambientação de Brasília nos anos 70 e pela boa utilização do recurso de flashback para explicar algumas situações porventura duvidosas. Merece a sua visita ao cinema ou à locadora. Recomendo.
Um grande abraço espinosense.
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