Espinosa, meu éden

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sexta-feira, 17 de abril de 2020

2396 - Quem disse que os Beatles acabaram?

Há 50 anos o mundo cultural era sacudido por uma bomba de milhões de megatons. Uma manchete de capa de um tabloide sensacionalista inglês, o The Daily Mirror, anunciava o fim da melhor banda de Rock and Roll de todos os tempos. A manchete do dia 10 de abril de 1969 era "Paul Quits The Beatles" (Paul deixa os Beatles). Bastou isso para que o planeta se alvoroçasse de tal maneira que a notícia nem tão verdadeira assim se tornasse bem real e irremediável. A verdade é que os "Fab Four" já não estavam tão coesos como antes, por vários motivos. Ringo e Harrison já haviam se afastado um pouco antes, abandonando ensaios. Lennon havia declarado anteriormente que o sonho tinha acabado: "the dream is over"! A morte do empresário Brian Samuel Epstein em Londres, em 27 de agosto de 1967, por overdose, causara abalos a todos. O espaço de apenas 10 ou 12 canções em um álbum já não era suficiente para acomodar o incrível talento de quatro artistas de mente tão produtiva. Essa competição por espaço somada à presença de Yoko Ono no estúdio de gravação tinha aumentado o mal-estar no ambiente da banda. Sem falar na eterna competição de egos entre Lennon e McCartney, este último com um disco solo prestes a ser lançado, na mesma época em que seria lançado um álbum dos Beatles. Nesse caldeirão de emoções potencializadas pelas pressões financeiras e midiáticas, o fim então se fez.




Como em um rompimento de barragem, logo após o término jamais anunciado oficialmente pela banda, os lançamentos de trabalhos solos dos integrantes do quarteto apareceram em profusão. No ano de 1970, foram lançados nada menos que seis álbuns dos músicos dos Beatles: "Let It Be" e "McCartney", de Paul; "Sentimental Journey" e "Beaucoups of Blues", de Ringo; "John Lennon/Plastic Ono Band", de John; e "All Things Must Pass", um álbum triplo de George, uma overdose de música de especial qualidade. 





Como fã constantemente embriagado pelos Beatles, fico imaginando e sonhando que, na realidade, sem uma coletiva de imprensa ou comunicado oficial dando conta do encerramento das atividades da banda nem ontem nem hoje, tudo continua como antes, ou seja, os Beatles estão mais vivos do que nunca. Óbvio que John Lennon e George Harrison já partiram precocemente deste mundo, o primeiro assassinado friamente por um imbecil canalha em Nova York; o segundo, vítima de um terrível câncer na garganta. Mas Paul McCartney e Ringo Starr continuam lúcidos, criativos e ativos na estrada, criando canções e realizando shows pelo mundo. Mas mesmo quando eles também partirem para se reencontrarem no Paraíso com seus parceiros de fama e arte, todo o belíssimo e espetacular acervo musical que criaram, permanecerá eternizado nas suas canções, álbuns, filmes e, mais profundamente, nos corações beatlemaníacos como o meu, dispersos pelo mundo inteiro.





Os Beatles se separaram, sim, mas isso não significa que eles tenham acabado. Seus tesouros estão por aí, disponíveis, vibrantes, incrivelmente atuais e encantadores, prontos para serem deliciados sem moderação. Eles vieram sorrateiramente, fizeram estragos inigualáveis nas estruturas sociais do planeta e saíram de cena após uma trajetória fugaz e resplandecente, assim como a pandemia do Coronavírus, claro que com uma diferença básica: com consequências positivas e edificantes, influenciando para o bem toda uma geração de seres humanos de grande sensibilidade.
Os Beatles acabaram? Que nada! É só mais uma fake news! Os Beatles estão mais vivos do que nunca! E assim permanecerão eternamente!
Um grande abraço espinosense.




"The Fool On The Hill"
Paul McCartney e John Lennon

Day after day alone on the hill
The man with the foolish grin is keeping perfectly still
But nobody wants to know him
They can see that he's just a fool
And he never gives an answer
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around

Well on his way his head in a cloud
The man of a thousand voices talking perfectly loud
But nobody ever hears him
Or the sound he appears to make
And he never seems to notice
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around

And nobody seems to like him
They can tell what he wants to do
And he never shows his feelings
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around

Round and round and round
He never listens to them
He knows that they're the fools
They don't like him
But the fool on the hill
Sees the sun going down
And the eyes in his head
See the world spinning around

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