Espinosa, meu éden

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sábado, 23 de julho de 2022

3010 - Sesquicentenário da Paróquia de São Sebastião


A Paróquia de São Sebastião, o padroeiro da nossa Espinosa, está comemorando seus 150 anos de criação, ocorrida muito antes de o município conseguir sua emancipação política, o que só veio acontecer em 9 de março de 1924.



Para celebrar com a comunidade esta data tão especial, estão sendo promovidos vários eventos sociais, esportivos e religiosos, bem como realizadas ações para arrecadação de recursos para a reforma da Igreja Matriz de São Sebastião que passou recentemente por um desabamento da parte superior da torre do antigo prédio. Foram realizados passeio ciclístico, festa com shows musicais, leilões, bingos, barraquinhas com comidas típicas e uma grande cavalgada que reuniu boa parte dos fiéis em confraternização. 



Sob o comando do Padre Rogério, atual pároco da Paróquia de São Sebastião, a comemoração dos 150 anos teve vários atos realizados em que a trajetória da paróquia foi celebrada com a comunidade, relembrando as pastorais e fiéis que sempre estiveram doando seu tempo e trabalho na disseminação da Palavra de Cristo. A festa se iniciou no dia 8 de julho, com uma festa na Toca dos Craques. A partir daí foram realizadas Missas todos os dias, com barraquinhas, leilões, shows e tendas disponíveis na praça para o lazer da população. No dia 10 de julho foi realizado um passeio ciclístico com paradas nas igrejas católicas da cidade para apresentação de dados da história da Paróquia aos participantes e aos presentes. Depois do passeio houve um café da manhã e um bingo de uma bicicleta. No dia 17 de julho teve uma grande cavalgada que fez o trajeto da Igreja Matriz na Praça Coronel Joaquim Tolentino no Centro até o Estádio Caldeirão no Bairro Santa Cláudia, onde os participantes puderam se divertir com shows, feijoada, barraquinhas, leilões de animais vivos e de prendas. 



No dia 19 de julho, a data do aniversário da Paróquia de São Sebastião, houve uma programação recheada de emoção, com uma sessão de homenagens a pessoas que fizeram e fazem a história da paróquia, com sorteio de prêmios. Foi realizada a inauguração da reforma da torre da igreja e o dia especial foi arrematado com a Missa dos 150  anos da paróquia, às 18 horas, com presença maciça da comunidade católica da cidade. 



A reforma da Igreja Matriz está sendo feita a um custo alto e a paróquia precisa muito da ajuda de todos os espinosenses naturais ou adotados. Quem puder e quiser ajudar, basta entrar em contato nos telefones (38) 99869-6486 e (38) 99847-2462. Há a possibilidade de cooperar na "Campanha do Metro Quadrado", doando o valor de R$ 250,00 para a quitação das despesas da reforma do prédio.
Parabéns e obrigado a todos os que de alguma maneira ajudaram a construir a nossa paróquia desde o dia 19 de julho de 1872. Um agradecimento especial meu ao saudoso Padre Martin Kirscht, por quem tenho enorme respeito e gratidão.  
Um grande abraço espinosense.




Um pequeno resumo da história da Paróquia de São Sebastião de Espinosa:

Sob o comando do Papa Pio IX, a Igreja Católica criou, na data de 19 de julho de 1872, a Paróquia de São Sebastião dos Lençóis, através da Lei Provincial nº 1905 emitida pela então Diocese de Diamantina administrada pelo bispo Dom João Antônio dos Santos. Com a dedicação de alguns senhores católicos da comunidade, entre eles Cazuza Barbosa, José Nicolau Tolentino, Valério Costa Ramos e João Soares Barbalho, foi construída a capela que se tornaria a nossa atual Igreja Matriz situada no centro da Praça Coronel Joaquim Tolentino.
O primeiro vigário a assumir a paróquia foi o Padre Antônio José da Silva Itaparica, comandando-a por 8 anos. O segundo vigário foi o Padre Luiz Alochi, que a comandou por três anos. O terceiro vigário foi o espinosense Padre Guilhermino José Fernandes Tolentino, que esteve à frente da paróquia por longo período, 48 anos, de 1877 a 1936. Sob sua autoridade, houve reforma da igreja e foi construída a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, localizada na Praça Coronel Heitor Antunes. No ano de 1910, a paróquia passou a fazer parte da Diocese de Montes Claros, criada pelo Papa Pio X. O quarto vigário foi o Padre Francisco Nunes dos Santos, que criou a Sociedade São Vicente de Paulo. Nesta época foram construídas duas capelas pelo empresário Aristides José Tolentino. Uma teve que ser derrubada para a instalação dos trilhos da linha férrea e a outra, construída no centro da Praça Antonino Neves, foi destruída pela gigante enchente de 1968. O quinto vigário foi o Padre José Puche, que trocou os velhos altares de barro pelos belos altares de mármore. O altar-mor foi construído com recursos da comunidade e os dois altares laterais foram construídos com doação dos senhores Abelar José de Souza e Domingos Tolentino. Em 1954, a paróquia recebeu a visita da imagem da Virgem de Fátima, que esteve em peregrinação pelo Brasil, vinda de Portugal. No ano de 1957, mais uma mudança de diocese. Com a criação da Diocese de Januária, a Paróquia de São Sebastião foi integrada à ela a partir dali. O sexto vigário atuou de forma marcante de 1956 a 1987, tornando-se um dos mais admirados e amados vigários da paróquia. O Padre alemão Martin Kirscht reformou o prédio da Matriz e construiu a Igreja do Espírito Santo, além de criar a Legião de Maria, a Cruzada Eucarística, a Rádio Educadora (onde trabalhei por dois meses na área contábil sob a chefia de Hildebrando Cerqueira, o Bandinho), o Conselho das Pastorais, o ECC, o albergue, algumas capelas rurais e deu amplo apoio à criação do Asilo São Vicente de Paulo. O sétimo vigário foi o Padre alemão João Otto Grimm, que ficou por 11 anos na direção da paróquia. O oitavo vigário foi o Padre espinosense Marcelo Tibo Aires, atuando de 1995 a 2002, com ajuda do Padre Wellington. Criou a Festa de São Cristóvão, deu início à construção do Centro Social e construiu a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em terreno no Bairro Santos Dumont doado pelo senhor José Gomes Júnior, o Zequinha. Reformou ainda a Capela de Nossa Senhora dos Remédios. Em 2000, nova mudança de diocese. A Paróquia de São Sebastião passou a fazer parte da recém criada Diocese de Janaúba pelo Papa João Paulo II, inicialmente comandada pelo Bispo José Mauro Pereira Bastos. De 2002 a 2011 a paróquia esteve sob os cuidados do nono vigário, o Padre Manoel Idalmo, que implantou o dízimo e terminou a construção do Centro Social, mas foi o responsável por uma medida impensada e equivocada que resultou no descontentamento de grande parte da comunidade católica da cidade por ter destruído o belo altar central de mármore que embelezava a igreja da Matriz. O décimo vigário foi um religioso que contaminou de paz e contentamento a comunidade, com seu espírito entusiasmado, afável e alegre. O Padre Eliezer Lima da Fonseca comandou a paróquia de 2012 a 2017, criando o Brechó do Desapego, promovendo a reforma da Casa Paroquial e a pintura do Centro Social que homenageou a senhora Araci Antunes Sepúlveda na denominação. O décimo primeiro vigário é o atual Padre Rogério de Jesus Bispo que está lutando para conseguir recursos para a reforma total do antigo prédio da Igreja Matriz que há pouco tempo teve sua torre danificada seriamente pelas chuvas. 
A todos esses senhores, o agradecimento e a gratidão pelos ótimos serviços prestados a Deus, à Igreja Católica e à nossa comunidade! Que Deus os proteja! 

Início do vídeo da Missa dos 150 anos: minuto 30:20

2 comentários:

Anônimo disse...

Eustáquio, parabéns pela narrativa da vida cristã de nossa Espinosa. Vc foi preciso e bem detalhista ao descrever os hábitos e costumes religiosos da imorredoura Espinosa, onde você e eu nascemos. Inacreditável o detalhe do padre que destruiu os altares de mármore da igreja. E o que ele colocou no lugar? Em suma, vc brilhou ao narrar os festejos do sesquicentenário da matriz e tudo mais. Fica aqui o registro do conterrâneo Carlos Lindenberg. Abraços.

Eustáquio Tolentino disse...

Uma honra para mim a sua visita ao nosso modesto blog e uma alegria desmedida pelo elogio ao meu humilde texto, Carlos Lindenberg. Vindos de um mestre do Jornalismo como você, sinto-me lisonjeado.

Um grande abraço e a minha gratidão.

Eustáquio