Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

838 - Tristeza no mundo: morre Nelson Mandela. O guerreiro da paz enfim descansa...

Nélson Mandela enfim descansará em paz. Depois de protagonizar uma linda e edificante história de vida e luta, o velho revolucionário, advogado, político, ex-presidente da África do Sul no período de 1994 a 1999 e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1993 ao lado do ex-presidente sul-africano Frederik de Klerk, Nelson Rolihlahla Mandela, faleceu hoje aos 95 anos na cidade de Pretória.
Nascido aos 18 de julho de 1918 na vila de Mvezo, na África do Sul, Nelson Mandela é um dos mais reconhecidos líderes políticos de todos os tempos, pela sua incansável e vitoriosa luta contra o Apartheid, regime de segregação racial da África do Sul oficializado em 1948. Destacou-se ainda pela defesa intransigente da liberdade, da justiça e da democracia.
Nascido numa pequena aldeia do interior da África do Sul, ganhou o nome de Rolihlahla Dalibhunga Mandela. Mais tarde, já na escola primária, receberia da sua professora Mdingane o nome de Nelson (em homenagem ao almirante Horatio Nelson), devido ao costume então vigente de se dar nomes ingleses a todas as crianças frequentadoras das escolas das aldeias.


O então jovem se mudou para a capital Joanesburgo onde se formou advogado e iniciou a sua atuação política, tornando-se líder da resistência não-violenta da juventude. Naquela época a África do Sul possuía cerca de 17 milhões de habitantes, dos quais 20% eram brancos (3.250.000 pessoas), 68,3% negros (11.640.000 pessoas) e o restante da população formada por 1.650.000 mestiços e 520.000 asiáticos. O governo dos brancos negavam aos outros direitos políticos, sociais e econômicos.
Em determinado momento da luta contra o Apartheid, após o massacre de de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180, Mandela aceitou a ideia de recorrer às armas, participando de vários atos de sabotagem contra o regime. 
Em junho de 1964, Nelson Mandela recebeu a pena de prisão perpétua e foi enviado para a prisão da Ilha Robben, onde passou a ocupar uma minúscula cela de 2,5 por 2,1 metros e uma pequena janela de 30 cm, com o número 46664. Em 1982 ele foi transferido para a prisão de segurança máxima de Pollsmor. Depois, em 1988 foi novamente transferido. Desta feita para a prisão de Victor Verster.


Depois de mais de 27 anos na prisão, somente no dia 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela finalmente seria solto, para delírio de uma multidão de cidadãos sul-africanos e de admiradores em todo o planeta. Naquele momento de emocionante reencontro com a liberdade, o seu gesto de erguer o punho direito fechado passou a se tornar um marco da luta pela igualdade dos povos no mundo.  
Mas a luta continuava e Mandela foi eleito presidente do Congresso Nacional Africano (CNA) em julho de 1991. A mudança estava próxima. Depois de muitas pressões políticas externas e várias discussões entre brancos e negros, finalmente um negro chegaria ao poder na África do Sul, com a eleição democrática e livre de Nelson Mandela em abril de 1994. Era chegada a difícil hora da transição, quando tudo poderia descambar para uma guerra civil. Mas o conciliador e carismático líder empenhou-se com sucesso na tarefa de acalmar os ânimos e conduzir com harmonia e paz a difícil reconciliação dos seus compatriotas. Aos 16 de junho de 1999, Nelson Mandela terminaria o seu governo, elegendo o seu sucessor, o deputado Thabo Mbeki. A partir daí, envolveu-se em causas humanitárias em todo o mundo, colocando o seu prestígio para defender os direitos humanos.


Mandela se casou por três vezes. A primeira vez, com Evelyn Ntoko Mase, durou 13 anos até o divórcio em 1957. O segundo casamento foi com Winnie Madikizela, que durou 38 anos, até que se divorciaram em 1996. Por ocasião do seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, com quem vivia até hoje.
Fica o exemplo da trajetória de um homem comum, com seus defeitos e erros cometidos como qualquer outro ser humano, mas de fundamental importância na vida dos seus conterrâneos e na história de liberdade do seu país. O mundo precisa de mais homens assim.
Um grande abraço espinosense.

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