Estamos presenciando uma época extremamente conturbada no país, em que uma parcela da população se acha no direito de, em defesa dos seus ideais (legítimos, até), expressar o seu descontentamento ou rebeldia destruindo bens públicos e privados, enfrentando violentamente a polícia e causando desordem e caos nas ruas das cidades. Ninguém, em sã consciência, pode ser contra reivindicações justas de melhores condições de vida, de ampliação das oportunidades de trabalho, de concessão de terra para trabalhar, de obtenção de moradias dignas, de melhor atendimento médico, de melhoria na educação e no transporte público. E de dignidade, honestidade e ética na política. Até aí tudo certo.
O que não se pode aceitar como normal é a violência utilizada por esse pessoal contra o patrimônio público, duramente construído com o dinheiro dos nossos impostos. Jamais podemos admitir que alguém saia de casa escondido atrás de um capuz com o simples propósito de vandalizar, de agredir pessoas, de destruir propriedades alheias, de espalhar o terror pelas ruas. Que se proteste sempre que houver razão e necessidade, mas jamais com o uso indiscriminado da violência, da selvageria e da destruição.
Um bom exemplo de protestos admiráveis aconteceu nos anos 80, quando milhares de brasileiros saíram às ruas para reivindicar a volta das eleições diretas para presidente do país, tudo em clima de enorme respeito, paz e harmonia. Um exemplo a ser praticado sempre, um lindo gesto de cidadania.
Se os protestos violentos por todo o país ultrapassaram em muito o bom senso e o equilíbrio, o que se pode dizer da barbárie promovida por integrantes de torcidas organizadas do Cruzeiro na festa de comemoração da conquista do título do Campeonato Brasileiro no domingo passado? Como explicar uma insensatez daquelas?
Depois de uma campanha incontestável, com um desempenho espetacular durante toda a competição, tudo o que a grande maioria dos cruzeirenses desejava era comemorar bastante a tão importante conquista, mas uma pequena parcela de arruaceiros e vândalos colocou tudo a perder. Se já não entendo e abomino a estupidez de alguns que insistem em brigar contra integrantes de torcidas adversárias, como compreender esta tamanha idiotice de guerrear contra companheiros que amam o mesmo time? O que se passa na cabeça desses idiotas? O clube montou uma festa enorme, com cerveja grátis, música ao vivo e um trio elétrico gigante para proporcionar à sua imensa torcida um momento de alegria e comemoração em agradecimento ao apoio recebido pelo time no campeonato e o que se viu foi uma violência insana, muita insensatez e terror. Um absurdo completo e inexplicável!
Já passou da hora de as autoridades responsáveis punirem com extremo rigor e celeridade esses baderneiros canalhas que se aproveitam do esporte e da política para extravasar os seus mais sórdidos instintos. Cadeia neles!
Um grande abraço espinosense.
Um comentário:
Não é justo que, como você bem definiu, um bando de idiotas atrapalhe as reivindicações mais do que justas de milhares. O problema é que muitos não estão preparados para o estado democrático de direitos e acabam abusando da liberdade.
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