Caramba! Neste 29 de dezembro passado, em 2011, se completaram 10 anos do desaparecimento da estupenda cantora carioca Cássia Eller, por quem tenho imensa admiração. Gosto demais da sua voz potente e das suas interpretações cheias de suingue, sentimento e intensidade. Cássia está fazendo muita falta, assim como Cazuza, Renato Russo, John Lennon, Freddie Mercury, George Harrison, Elis Regina, Tom Jobim e tantos outros. A música atual anda precisando de novos ídolos que tenham algo a dizer e não ficar só no "ai, se eu te pego, delícia" e no "tchererê tchê tchê". Fica parecendo que o cara fez a música tentando pegar o pote de manteiga no café da manhã e o outro andava amando um gaúcho. Que coisa triste! Bom, deixa pra lá! Vamos falar de coisa boa, de música boa, de cantora boa. Boa, não, excelente!
Cássia Rejane Eller nasceu no Rio de Janeiro, aos 10 de dezembro de 1962. Quando tinha 6 anos mudou-se com a família para Belo Horizonte. Depois, aos 10 anos, mudou-se novamente, em função da profissão do pai que era militar. Foi para Santarém, no Pará. Aos 12 anos, retornou para o Rio. Quando tinha 14 anos, ganhou um violão de presente e a partir daí começou o interesse pela música. Como tantos outros jovens músicos, tocava principalmente músicas dos Beatles. Aos 18 anos, chegou a Brasília e começou a se lançar como cantora, participando de coral, fazendo testes para musicais, trabalhando em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró e tocar surdo em um grupo de samba. Durante dois anos, fez parte do primeiro trio elétrico de Brasília, denominado Massa Real. Trabalhou em vários bares tocando e cantando. Ou seja, fez de tudo um pouquinho, tentando uma oportunidade na carreira artística. Despontou no mundo artístico em 1981, ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro. Mas o primeiro disco só viria a sair em 1990, pela gravadora Polygram, depois de gravar uma fita demo com a música "Por enquanto" de Renato Russo, com a ajuda de um tio. O seu segundo disco saiu em 1992, também pela Polygram, com o nome de "O Marginal". Em 1994 sai o terceiro disco apenas com o seu nome na capa. Em 1996 é lançado "Cássia Eller - Ao Vivo". Em 1997 ela lança "Veneno Anti-Monotonia", o último pela gravadora Polygram e totalmente gravado com músicas de Cazuza. Com a sua nova gravadora Universal Music é lançado, em 1998, "Veneno Vivo". Com produção de Nando Reis, em 1999, chega às lojas o ótimo disco "Com você...Meu mundo ficaria completo". Em 2001, o melhor ano de sua carreira, nos dias 7 e 8 de março, em São Paulo, ela gravou o álbum "Acústico MTV" também com produção de Nando Reis e que chegaria a mais de 700 mil cópias vendidas. Também participa com estardalhaço do Rock in Rio III, no mesmo dia em que se apresentaram R.E.M., Foo Fighters, Beck, Barão Vermelho e Fernanda Abreu, show para mais de 190 mil pessoas, mais tarde lançado em disco.
A carreira de Cássia Eller sempre foi marcada pelo ecletismo musical, pois ela sempre gravou músicas de vários estilos, desde o samba até o rock, passando pelo pop e pela MPB, sempre com extrema qualidade e personalidade. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Chico Buarque, Renato Russo, Cazuza, Riachão, Arrigo Barnabé, Roberto Frejat, Beto Guedes, Luis Melodia, Rita Lee, entre outros, e artistas internacionais como Beatles, Jimi Hendrix e Nirvana tiveram músicas suas gravadas por ela. Mas quem mais participou da carreira e dos discos de Cássia foi o seu grande amigo Nando Reis, autor de alguns dos seus maiores sucessos, entre eles "O segundo sol", "E.C.T.", "As coisas tão mais lindas" e "Relicário".
Cássia Eller tinha uma forte personalidade e nunca escondeu a sua preferência sexual pelo mesmo sexo. Ela vivia com a namorada Maria Eugênia Vieira Martins e com o seu filho Francisco (carinhosamente chamado de Chicão), filho seu com o baixista Tavinho Fialho, morto em um acidente pouco antes do nascimento do menino. Cássia também era uma torcedora ilustre do Clube Atlético Mineiro.
Cássia Eller tinha uma forte personalidade e nunca escondeu a sua preferência sexual pelo mesmo sexo. Ela vivia com a namorada Maria Eugênia Vieira Martins e com o seu filho Francisco (carinhosamente chamado de Chicão), filho seu com o baixista Tavinho Fialho, morto em um acidente pouco antes do nascimento do menino. Cássia também era uma torcedora ilustre do Clube Atlético Mineiro.
Cássia Eller iria se apresentar na noite do Réveillon no Rio de Janeiro, em 2001, mas dois dias antes, no dia 29 de dezembro, um sábado, ela foi internada, pela manhã, na Clínica Santa Maria, no Bairro de Laranjeiras, no Rio, com enjoos e mal-estar. Às 19 horas e 15 minutos, Cássia Eller morria, com apenas 39 anos, de parada cardiorrespiratória causada por uma intoxicação exógena, deixando órfão não só o seu filho Chicão, mas milhares de fãs por todo o país, inclusive eu. A música brasileira ficava um pouquinho menos rica.
Cássia Eller (1990 - Polygram)
O marginal (1992 - Polygram)
Cássia Eller (1994 - Polygram)
Cássia Eller - Ao Vivo (1996 - Som Livre)
Veneno Antimonotonia (1997 - Polygram)
Veneno Vivo (1998 - Polygram)
Com você... Meu mundo ficaria completo (1999 - Universal Music)
Acústico MTV (2001 - Universal Music)
Dez de Dezembro (2002 - Warner Music) (Póstumo)
Lual MTV (2002 - Universal Music)
Rock in Rio ao Vivo (2006 - Universal Music)
Coletâneas:
Minha História (1997 - Polygram)
Música Urbana (1997 - Polygram)
Cássia Rock Eller (2000 - Universal Music)
Sem Limite (2001 - Universal Music)
Participação Especial (2002 - Universal Music)
Perfil (2003 - Som Livre)
I Love MPB (2004 - Universal Music)
A arte de Cássia Eller (2004 - Universal Music)
Novo Millennium (2005 - Universal Music)
Raridades (2008 - Som Livre)
Relicário (2011 - Universal Music)
DVD:
Com você...Meu mundo ficaria completo (1999 - Universal Music)
Acústico MTV (2001 - Universal Music)
Rock in Rio ao Vivo (2006 - Universal Music)
Violões (2011 - Universal Music)
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