Na pequena cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba, nascia no dia 26 de janeiro de 1964 o menino esperto e inteligente que adulto se transformaria em um dos mais inspirados compositores da rica Música Popular Brasileira. O jornalista, músico, cantor, compositor e escritor Francisco César Gonçalves deixou sua cidadezinha no Sertão e foi se formar em Jornalismo na capital paraibana João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba. Dali rumou para a metrópole paulista para trabalhar e alçar novos voos, até finalmente desenredar e aceitar a irrefreável veia artística adormecida em sua alma poética e frutífera. Do à época constante dedilhar do violão saíram as belas composições que desaguariam no primeiro álbum, lançado em 1995, "Aos Vivos", gravado ao vivo no formato acústico com as participações de Lenine e do instrumentista Lany Gordin. Explodiram no gosto do público as canções "Mama África" e "À Primeira Vista", que o catapultaram para o sucesso e a notoriedade. Outros álbuns o sucederam com a mesma qualidade técnica e a mesma profundidade na cultura popular brasileira, com versos lúcidos e afiados e o suingue contagiante. Em 1996 lançou o segundo disco, "Cuscuz Clã". O terceiro, "Beleza Mano", aprofundou-se na cultura negra e contou com participações especiais do cantor e compositor Lokua Kanza, do Congo, e do coral negro da Família Alcântara, do maestro, compositor, arranjador, saxofonista e clarinetista brasileiro Paulo Moura, além dos rappers Thaíde e DJ Hum. "Mama Mundi", lançado em 2000, vem com sua foto de rosto detrás de um estiloso par de óculos na capa e canções de alta sensibilidade no teor. Dois anos depois, veio o quinto trabalho de estúdio, o álbum "Respeitem Meus Cabelos, Brancos", reafirmando com propriedade e firmeza sua bela natureza negra. A produção foi do inglês Will Mowat, com participações especiais de Nina Miranda e Chris Franck, integrantes da banda Smoke City.
O sexto disco saiu do forno em novembro de 2005, com o nome "De Uns Tempos Pra Cá". Um ano depois lançou o DVD "Cantos e Encontros de Uns Tempos Pra Cá", gravado durante show no Auditório do Ibirapuera, na capital paulista.
Para animar o povo e colocá-lo para dançar com alegria e malemolência, gravou em 2008 o disco dos três "F", "Francisco Forró y Frevo", focando o trabalho nos ritmos brasileiríssimos que animam as maiores festas populares do Brasil, utilizando sem moderação a sua criatividade de misturar tudo com facilidade e perícia. Outro DVD veio em 2012, "Aos Vivos Agora".
Depois de um hiato de oito anos sem lançamento de canções inéditas, Chico criou o "Estado de Poesia" em 2015, trazendo de tudo um pouco: Reggae, Frevo, Toada e Samba. Com este repertório gravado ao vivo e lançado em 2017, Chico César ganhou o Prêmio da Música Brasileira 2018 na categoria melhor álbum de Pop/Rock/ Reggae/ Hiphop/ Funk com o disco "Estado de Poesia – Ao Vivo".
Em 2019 ele lança um petardo crítico ao país afundado na escuridão, o álbum "O Amor É um Ato Revolucionário", contendo 13 faixas, todas de sua autoria.
Com toda sua inquietude à flor da pele, o artista paraibano não para de produzir música. Idealizou juntamente com o cantor e compositor Geraldo Azevedo em 2019 a turnê "Violivoz", que voltou à estrada em outubro de 2021, após uma pausa por conta da pandemia.
A inédita canção "Vestido de Amor" é o primeiro single do seu décimo álbum de estúdio que será lançado em setembro. A música foi gravada nos Studios Ferber, produzida e mixada pelo produtor francês Jean Lamoot e com as performances de Zé Luís Nascimento (na bateria), Jean-Baptiste Soulard (na guitarra) Natalino Neto (no baixo), Albin De Ll Simone (nos teclados) e o quarteto Aestesis no coral formado por Abel Zamora, Céleste Lejeune, Camille Chopin e Jonas Mordzinski. O vídeo da música totalmente alto-astral tem a magnífica participação da bela Fantine Camus.
Chico César é um poeta universal, mas com tamanha criatividade que não se restringe em uma única atividade. Ele tornou-se escritor de múltiplos públicos, lançando um livro de poemas eróticos e outro de contos para crianças. O compositor é um cidadão e artista do mundo que além do talento musical e o amor incondicional à música e à arte, também batalha por um mundo mais justo socialmente, sempre se posicionando abertamente contra a ignorância e a injustiça. Vida longa e sucesso ao artista popular do mundo, Chico César!
Um grande abraço espinosense.
VESTIDO DE AMOR
Chico César
Chico César
Eu vou vestido de amor
Para o amor encontrar
O corpo leve em voo
E a alma flutuar
O sol e a lua que sou
E as estrelas, quiçá
A luz profunda do amor
Que junta o céu e o mar
O que me veste é tão leve
Leva a mansidão de amar
A imensidão de ser vida viva
Para o amor encontrar
Se vem comigo me diga, digo
Sinto a energia do ar
Um fogo novo eterno antigo
Que nunca vai apagar
Eu vou vestido de amor, amor
Eu vou vestido de amor, amor
Eu vou vestido de amor, amor
Eu vou vestido de amor, amor
Meu Ori
Baobá
O mar, amar, o mar
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