Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

276 - 10 anos sem o Beatle George Harrison

Terça-feira chuvosa de fim de novembro do ano de 2011, dia 29. Completaram-se ontem dez anos que o Beatle George Harrison nos deixou, depois de lutar contra um câncer de pulmão por vários meses, vindo a falecer em um hospital de Los Angeles, aos 58 anos de idade. Nascido na cidade inglesa de Liverpool, aos 25 de fevereiro de 1943, ele simplesmente integrou a melhor, a mais talentosa, a mais famosa e a mais cultuada banda de rock do mundo em toda a história da música. É pouco? Ao lado de Paul McCartney, John Lennon e Ringo Starr ele encantou o mundo nos anos 60 e fez muita acontecer: mudou conceitos, incluiu novos sons e instrumentos no rock, enlouqueceu garotas, fugiu da fama asfixiante, criou história e influenciou milhões de pessoas com a sua música.
O enorme talento de George sempre ficou meio escondido ao lado dos gênios Lennon e McCartney. Suas composições eram pouco utilizadas nos discos da banda, com exceções como "Something", "Here comes the Sun" e "While my Guitar Gently Weeps", verdadeiros clássicos da música mundial. Quando os Beatles se dissolveram e o sonho acabou, ele lançou logo em seguida, em 1970, um LP triplo intitulado "All Things Must Pass", contendo as muitas canções que não tivera oportunidade de incluir nos discos da banda, sendo considerado pela crítica como o melhor trabalho solo entre todos os integrantes do famoso quarteto de Liverpool. Ainda nos Beatles, Harrison se apaixonou pela música indiana e pelo som do músico Ravi Shankar e também se aventurou pela busca espiritual, para se abrigar da enorme pressão da fama de ser um adorado Beatle. Andou por um longo tempo cultuando as doutrinas do guru indiano Maharishi Mahesh Yogi sobre meditação.
Em 1971, promoveu em Nova York, no Madison Square Garden, em favor das vítimas das inundações em Bangladesh, o primeiro megashow beneficente da história, chamado "The Concert for Bangladesh" e conseguiu  reunir estrelas da música como Eric Clapton, Bob Dylan e Ringo Starr.
Considerado como o mais retraído dos seus companheiros de banda, ele era um grande fã dos comediantes do "Monty Phyton" e chegou até a financiar alguns dos ousados e arriscados projetos do grupo. Adorava jardinagem e automobilismo e acompanhava sempre as corridas de Fórmula 1.
Em 1988, reuniu uma turma de amigos e lendas da música como Bob Dylan, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne no projeto do quinteto "Travelling Wilburys" que resultou em dois álbuns lançados.
Após um ano da sua morte, exatamente no dia 29 de novembro de 2002, seus amigos mais próximos, entre eles, Paul McCartney, Eric Clapton e Ringo Starr, fizeram um show em sua homenagem no The Royal Albert Hall, para celebrar a sua vida, da única maneira que eles poderiam fazer: tocando músicas suas.
Em outubro deste ano foi lançado o documentário "George Harrison: Living in the Material World" em DVD e Blu-Ray, dirigido pelo cineasta Martin Scorsese. Além da versão standard, o filme também será vendido em uma edição de luxo, que inclui um livro de fotografias e um CD exclusivo com faixas raras gravadas por Harrison. O livro será lançado e vendido separadamente.
Produzido em uma parceria envolvendo Scorsese e Olivia Harrison, viúva do ex-Beatle, o documentário trará entrevistas, performances, filmes caseiros e fotografias inéditas, além de depoimentos de artistas como Eric Clapton, George Martin, Paul McCartney, Yoko Ono, Tom Petty, Phil Spector, Ringo Starr e o tricampeão de Fórmula-1 Jackie Stewart, além dos ex-integrantes do grupo humorístico britânico Monty Phyton, Terry Gilliam e Eric Idle. Fonte: g1.globo.com






275 - A propagação do medo pelas cidades

Moro em um bairro tranquilo de Montes Claros. Tranquilo até certo ponto, pois alguns vizinhos meus já tiveram as suas casas invadidas por ladrões. É uma realidade a total insegurança que vivemos hoje em dia nas cidades brasileiras. A proliferação do tráfico de drogas só fez aumentar a criminalidade e as leis atuais já não punem com rigor os marginais, o que faz com que a certeza da impunidade motive mais e mais meliantes a continuar praticando crimes. Nem mesmo a imensa oferta de emprego resultante da ótima fase econômica por que passa o país, faz com que os caras se dediquem a um trabalho digno e honesto.
O que se vê aqui em Montes Claros atualmente é um cenário de campo de concentração. Muros altos, grades, cercas elétricas, arame farpado, câmeras e alarmes já se tornaram parte da paisagem das casas, não importa se bairros de classe alta ou da periferia, se mansões ou casas humildes. É quase impossível encontrar no bairro onde moro e nos adjacentes que conheço, uma casa que não tenha uma proteção contra os ladrões. Uma situação de tristeza e o retrato do descaso de uma grande parte das autoridades para com o combate implacável contra o crime.
Em Espinosa, ainda uma cidade pequena e tranquila, a situação parece estar sob controle, sem a necessidade de tamanha parafernália de segurança.
Para ilustrar essa triste constatação, vejam algumas imagens de residências daqui de Montes Claros, mais parecidas com campos de concentração com suas horríveis cercas de arame farpado.
Antigamente usava-se cacos de vidro nos muros

Depois vieram as cercas elétricas

Agora são as cercas concertinas que invadem as cidades

O medo de ter a casa invadida por ladrões é uma constante

Raras são as casas que não tem a sua proteção nos muros

Todos se protegem como podem da marginalidade

Muros altos e cerca concertina. Ninguém mais se importa
com a beleza das casas. O importante é a segurança

Infelizmente, ninguém mais se sente seguro em casa

Até os prédios de apartamentos instalam as cercas

Até o morador deste apartamento do andar térreo resolveu
se proteger instalando uma cerca individual na sua janela

274 - As magníficas Cataratas de Plitvice, na Croácia

Primeiro parque nacional da Croácia, criado em 1949,  o  Plitvice Lakes  National Park conta com 296,85 km² de um esplendor natural de tirar o fôlego dos visitantes, com seus 16 lagos de altitudes diferentes e suas 92 cataratas de rara beleza. Ele é o maior entre os oito parques nacionais do país, com uma superfície de 30.000 hectares, sendo 22.000 deles cobertos de bosque. Variando em altitude de 367m a 1279m acima do nível do mar, o parque foi inscrito no Patrimônio Mundial da UNESCO em 1979, em reconhecimento da sua "beleza natural e a produção imperturbável de travertino (rocha calcária, mármore) por meio de ação química e biológica". O parque representa um fenômeno de hidrografia, pois abriga uma grande coleção de cachoeiras, galeria de lagos, florestas e uma grande diversidade da vida animal. Pelo menos 126 espécies de aves foram encontradas ali, dos quais 70 são crias do parque. Os lagos são famosos por suas cores distintas, que variam de azul para verde, cinza ou azul. As cores mudam constantemente, dependendo da quantidade de minerais ou de organismos na água e do ângulo da luz solar. Os dezesseis lagos, que são formados por barragens naturais de travertino, são separados em lagos superiores e inferiores. Cerca de oito km de caminhos e trilhas feitas de madeira, para caminhada em volta dos lagos, são acessíveis aos visitantes.
Caminhar é uma atividade comum em programas organizados para os visitantes do parque. Outras atividades possíveis incluem: barco elétrico e passeio de trem, ciclismo, esqui e remo.
O Parque está situado na região central da Croácia, na parte leste da região montanhosa de Lika-Seni. O Parque Nacional é também o lar de 4.000 habitantes e a economia local é baseada no turismo e na agricultura.
Os Lagos Plitvice são reconhecidos como um espantoso monumento natural para o benefício e prazer das pessoas hoje e para as gerações vindouras. Hoje, 60 anos após sua criação, o Plitvice Parque continua a servir de inspiração para os visitantes, se tornando hoje uma das maiores atrações da Croácia. Milhares de pessoas de todo o mundo visitam o parque durante o verão. Elas vem para encontrar paz e relaxamento e experimentar algo diferente, como uma fuga da correria e do estresse da cidade grande.
Fonte: Wikipedia.org











terça-feira, 29 de novembro de 2011

273 - Confraternização entre peladeiros: Atlético x Cruzeiro. Para variar, deu Galo...

Uma partida de futebol society entre atleticanos e cruzeirenses foi realizada neste sábado à tarde, na AABB-Montes Claros, em homenagem a Maurício Tupy, tradicional peladeiro que mora atualmente em Vitória da Conquista, na Bahia. Em visita a Montes Claros, ele foi recepcionado pelos seus colegas peladeiros da associação com uma partida de confraternização, onde mais uma vez, assim como aconteceu nos anos anteriores, a equipe atleticana ganhou fácil dos cruzeirenses pelo elástico placar de 16 x 13, em uma partida muito disputada num campo totalmente encharcado pela chuva. Em clima de grande descontração, após o jogo alguns jogadores participaram de uma boa resenha, acompanhada de umas cervejinhas bem geladas.
Os atleticanos em pé e de camisa branca:
Nei, Maurício, Walter, Eustáquio, Érick, Duda e Beckham;
Os cruzeirenses agachados e de azul:
Geremias, Paulinho, Deraldo, Washington, Miro, Chiquito e Wilson

O belíssimo arco-íris enfeitou a cidade de Montes Claros

O céu de MOC colorido com um brilhante arco-íris

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

272 - O recadastramento biométrico em Espinosa

A partir do dia 1° de dezembro de 2011 até 29 de fevereiro de 2012 acontecerá na 109° Zona Eleitoral de Espinosa o recadastramento biométrico dos 25.211 eleitores cadastrados na cidade. Todos os eleitores espinosenses, inclusive aqueles que residem em outras cidades do país, como eu, deverão se recadastrar, apresentando dados e documentos que comprovem a sua relação com a cidade.
Depois de uma solicitação do deputado estadual Tadeuzinho Leite, do PMDB mineiro, o Tribunal Regional Eleitoral determinou uma correição eleitoral em Espinosa, que aconteceu entre 16 de maio e 16 de junho deste ano, sob a responsabilidade do juiz eleitoral e fiscalizado pelo representante do Ministério Público. A averiguação foi solicitada devido a denúncias de irregularidades e à constatação de um número elevado, mais de 20%, de abstenções nas últimas eleições.
Correição eleitoral nada mais é do que uma espécie de recontagem proporcional do número e domicílio de eleitores. Faz-se uma conferência, por amostragem, da efetiva residência dos eleitores de cada seção existente no município, no percentual de 1% a 5%, destacando, aleatoriamente, os nomes dos eleitores que serão submetidos à verificação. Além dos eleitores destacados de forma aleatória, aqueles cujos nomes forem apontados em denúncias de irregularidades por partidos políticos e pelo Ministério Público, também deverão ser investigados. O objetivo principal é tentar detectar possíveis transferências irregulares de eleitores, comuns principalmente durante as eleições de prefeito. Outras 18 cidades mineiras também receberam essa investigação.
Complementando essa verificação, haverá então o recadastramento do eleitorado de Espinosa com a implantação da biometria, método mais moderno de identificação que está sendo implantado aos poucos em todo o país, visando um aumento da segurança do processo eleitoral. Saiba mais sobre o processo:
Em 2011, a Justiça Eleitoral brasileira deu início à segunda etapa do recadastramento biométrico do eleitorado, que tem como objetivo habilitar, já para as Eleições 2012, cerca de 10 milhões de eleitores para votar após serem identificados pelas impressões digitais. Até o momento, 6.654.061 eleitores já foram convocados para participar da revisão eleitoral obrigatória.
Com o objetivo de garantir um sistema de votação verdadeiramente democrático e seguro, várias tecnologias têm sido desenvolvidas pela Justiça Eleitoral brasileira, merecendo destaque o desenvolvimento das urnas com leitor biométrico, que possibilitam ao eleitor registrar seu voto após a identificação biométrica, isto é, depois do reconhecimento das impressões digitais do cidadão previamente cadastradas.
A nova tecnologia já foi utilizada com sucesso nas eleições de 2008 – nos municípios de Colorado do Oeste (RO), Fátima do Sul (MS) e São João Batista (SC) –, e nas eleições gerais de 2010, alcançando um total de 60 cidades de 23 estados. Participaram da votação os eleitores submetidos a um recadastramento para identificação biométrica, totalizando mais de 1,1 milhão de eleitores que foram cadastrados naquele que deve se tornar um dos mais avançados e precisos bancos de dados do planeta.
Em 2011, o recadastramento biométrico está sendo realizado em diversas localidades, com foco nas eleições municipais de outubro de 2012. Até lá, o TSE espera ter habilitado cerca de 10 milhões de eleitores para votarem após serem identificados por meio das impressões digitais.
Esse sistema imprimirá às eleições brasileiras – marcadas pela extrema confiabilidade na votação – um novo mecanismo de segurança, agora no que se refere à identificação do eleitor, já que não haverá dúvidas quanto à identidade de cada votante. Para se ter uma ideia do grau de segurança que será alcançado, basta lembrar que uma única digital pode ser utilizada para reconhecer uma pessoa.
No dia da votação, após a apresentação dos documentos pelo eleitor, a identidade do eleitor será confirmada por meio do reconhecimento biométrico de sua impressão digital. Se o mesário tiver dúvidas com relação ao eleitor, ou se a sua digital não for reconhecida, aquele terá à sua disposição a folha de votação com as fotos de todos os eleitores daquela seção, a qual poderá recorrer para confirmação da identidade. O objetivo é excluir a possibilidade de uma pessoa votar por outra, tornando inviável a fraude no procedimento de votação.
A palavra biometria vem do grego: bios (vida) e metron (medida). Designa um método automático de reconhecimento individual baseado em medidas biológicas (anatômicas e fisiológicas) e características comportamentais. O uso de ferramentas biométricas proporcionou aos sistemas de segurança total confiabilidade.
As biometrias mais comumente implementadas ou estudadas incluem as impressões digitais, reconhecimento de face, íris, assinatura e até a geometria das mãos. Muitas outras modalidades estão em diferentes estágios de desenvolvimento e estudos. As impressões digitais, por exemplo, vêm sendo usadas por mais de um século, enquanto a íris é objeto de estudo há pouco mais de uma década. Não existe ainda uma modalidade biométrica que se aplique em todas as situações.
Muitos fatores devem ser levados em conta para se implantar um sistema biométrico, tais como localização, riscos de segurança e número de usuários, entre outros. Todo sistema biométrico é preparado para reconhecer, verificar ou identificar uma pessoa que foi previamente cadastrada.
Na biometria, o procedimento de verificação ocorre quando o sistema confirma uma possível identidade comparando apenas parte da informação com o todo disponível. Já o processo de identificação confirma a identidade de um indivíduo, comparando o dado fornecido com todo o banco de dados registrado. A biometria é usada em inúmeros lugares para melhorar a segurança ou conveniência dos cidadãos. No Brasil, a emissão de passaporte, de carteiras de identidade e o cadastro das Polícias Civil e Federal contam com sistemas biométricos. Além disso, muitas empresas adotam tais sistemas para acesso às suas instalações ou utilização de seus serviços. É o caso de algumas academias de ginástica que usam leitura da impressão digital para controlar o acesso dos seus frequentadores. Para o reconhecimento individual são coletados dados biométricos por meio de sensores que os colocam em formato digital. Quanto melhor a qualidade do sensor, melhor será o reconhecimento alcançado. No caso do cadastramento que será efetuado pela Justiça Eleitoral, os dados serão coletados por um scanner de alta definição.
Fontes: tse.jus.br e jornaldaserrageral.com.br
Abaixo um vídeo sobre biometria.

271 - Brasileirão 2011: Cruzeiro em mais uma semana de extrema tensão e sofrimento...

Bastava vencer o desesperado Ceará e espantar de vez o fantasma do rebaixamento. E isto acontecia até os 37 minutos do segundo tempo, quando o zagueiro Daniel Marques recebeu uma bola longa, lançada pelo meia Thiago Humberto e tocou por cima de Fábio, decretando o empate que deixou as coisas indefinidas até o próximo domingo, na última rodada do Campeonato Brasileiro. O empate foi uma ducha de água fria no time celeste, já que o outro concorrente, o Atlético-PR, estava sendo derrotado pelo América-MG (que recebeu uma graninha boa do Cruzeiro para vencer), facilitando as coisas. Foi um péssimo resultado, sem dúvida. Mas ainda há bastante possibilidade de permanecer na elite do futebol brasileiro. E agora é tudo ou nada. Para não depender de nenhum outro resultado, o Cruzeiro precisa bater o arquirrival Atlético-MG. Só isso. O problema é que além de não estar apresentando um futebol de qualidade (muito longe disso!), o time não terá disponíveis para este jogo decisivo os seus maiores craques, o goleiro Fábio e o meia Montillo, além do volante Marquinhos Paraná, o que complica ainda mais a situação incômoda que se instalou na Toca da Raposa nas últimas semanas.
Eu acredito que ainda não será desta vez que o Cruzeiro disputará a segunda divisão do futebol brasileiro, mesmo com o pobre futebol que o time anda apresentando nesta fase do campeonato. Tenho quase certeza de que o Galo vai vencer o jogo de domingo, na Arena do Jacaré, mas entendo que o time azul ainda assim se salvará, não pelas suas atuações atuais e sim pela incompetência dos times que brigam com ele pela permanência na primeira divisão, as fracas equipes do Ceará e do Atlético-PR. O "Vozão" tem uma parada indigesta, no Estádio Pituaçu, em Salvador, contra o Bahia, que ainda briga por uma vaga na Sul-americana. O Atlético-PR também tem uma pedreira pela frente, o eterno rival Coritiba, na Arena da Baixada, que ainda luta para conseguir uma vaga na Libertadores da América. Todos os jogos serão disputados no horário das 17 horas, no domingo, dia 4 de dezembro.
A única certeza que tenho, entretanto, é de que este dia 4 de dezembro de 2011, qualquer que seja o desfecho, entrará para a história do Cruzeiro e será inesquecível para toda torcida celeste. Serão os 90 minutos mais longos e angustiantes de toda a história do clube, certamente. Mas se acontecer o pior, a tragédia do rebaixamento, nada de desespero. É a chance de o Cruzeiro se igualar ao grande rival, faturando um título inédito que o Galo já tem.
Pelo lado preto e branco, as coisas estão funcionando perfeitamente bem, apesar disto acontecer tão tardiamente. Além das boas atuações da equipe no returno do campeonato, até a sorte resolveu aparecer para o time alvinegro. Ontem, no jogo em que o Galo bateu por goleada o Botafogo, o meia Elkeson perdeu um gol feito logo no início da partida e o atacante Loco Abreu desperdiçou um pênalti, chutando por cima do gol de Renan Ribeiro. A recuperação do Galo no campeonato mostra a boa qualidade do time e a possibilidade de que, no ano que vem, a equipe possa se firmar e realizar uma temporada mais equilibrada, constante e de sucesso. Para isso, não se pode desmontar o time formado neste ano. Se possível, com a permanência do volante Pierre, jogador de grande importância para o time. Se conseguir ainda a vinda do Tardelli, aí será só alegria. Espero que o presidente Alexandre Kalil consiga segurar os bons jogadores e trazer reforços para as posições carentes do time. É o que a apaixonada massa atleticana espera. Quanto à decisão de domingo, será uma alegria maluca se o Galo ganhar e ainda decretar o rebaixamento do Cruzeiro. Certamente, se isso acontecer, a torcida atleticana fará uma festa pelas ruas das cidades mineiras.
Quanto ao América-MG, realmente uma pena a queda para a segundona. O Coelho terminou o campeonato jogando muito bem, surpreendendo e vencendo grandes times do país. Se o campeonato tivesse mais umas 15 rodadas, seria bem possível que o Atlético e o América, apresentando o mesmo futebol das últimas rodadas, estivessem nas primeiras posições da tabela. Infelizmente, a reação veio tarde demais.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

270 - Ótima notícia: Escola Técnica em Espinosa

Agora é para valer! Finalmente saiu a verba para a construção da Escola Técnica em Espinosa, o que será de fundamental importância para o desenvolvimento da cidade, como também para a capacitação dos jovens, que assim terão maiores chances de conseguir um bom emprego no competitivo mercado de trabalho atual. Várias outras cidades da nossa região também serão beneficiadas, entre elas Monte Azul e Janaúba. Mais uma conquista a ser bastante comemorada, sem esquecer de que se trata de mais uma bela iniciativa do governo do nosso eterno presidente Lula.
Transcrevo na íntegra e-mail recebido do gabinete do deputado federal Saraiva Felipe dando a notícia:
O Ministério da Educação liberou verba no montante de R$ 35.094.673,22 para a construção de 12 escolas técnicas em Minas Gerais. Os recursos já foram transferidos através de duas ordens bancárias, no valor de R$ 17.547.336,61, cada, para a Universidade Estadual de Montes Claros, a Unimontes, que será a executora do projeto.
Os recursos se destinam à construção de 12 escolas técnicas de ensino profissionalizante no Estado e haviam sido anunciados pelo ministro da Educação, Fernando Haddad (PT-SP), e pelo deputado federal Saraiva Felipe (PMDB-MG) durante reunião realizada em maio no Ministério da Educação, em Brasília, com prefeitos e representantes das instituições de ensino a serem beneficiados. Saraiva Felipe levou ao ministro, juntamente com os prefeitos, o pedido de viabilização das novas escolas. O valor total do projeto é de R$ 70 milhões.
Os municípios que receberão as novas escolas profissionalizantes são Pompéu, Lagoa Santa, Bocaiúva, Manga, Brasília de Minas, Espinosa. Monte Azul, Janaúba, Joaíma, Taiobeiras, Grão Mogol e Ibirité.
A vice-reitora da Unimontes, prof. Maria Ivete Soares Almeida, comprometeu-se a iniciar a abertura do processo licitatório dentro do menor prazo possível. Com ampla experiência no campo da educação como professor de Medicina Social da Universidade Federal de Minas Gerais, o deputado Saraiva Felipe diz que a expansão do ensino profissionalizante e a ampliação da rede de escolas técnicas em Minas Gerais representam um passo importante na capacitação dos jovens dos 12 municípios beneficiados para a inserção no mercado de trabalho e na atuação como multiplicadores da formação técnica.
A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) firmou convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, para a construção e implantação de doze escolas técnicas em Minas Gerais, beneficiando os municípios de Bocaiuva, Brasília de Minas, Espinosa, Monte Azul, Janaúba, Joaíma, Taiobeiras, Manga, Grão Mogol, Pompéu, Ibirité e Lagoa Santa. Em solenidade presidida pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Araçuaí, o convênio foi assinado pelo reitor da Unimontes, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, pelo ministro em exercício da Educação, José Henrique Paim, e pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Alberto Duque Portugal.
A criação dos centros atende ao plano de desenvolvimento da educação com a expansão das redes de ensino técnico nas áreas de atuação da Universidade. A previsão é de atender cerca de 1,2 mil alunos em cada cidade, com aulas semipresenciais. Serão priorizados quatro eixos: práticas pedagógicas, desenvolvimento de gestão, formação de professores e infraestrutura. A elaboração dos projetos político-pedagógicos é de responsabilidade da Pró-Reitoria de Ensino da Unimontes contemplando as seguintes áreas: Técnicos em Comércio, Recursos Humanos e Finanças, Manutenção e Suporte em Informática, Biblioteconomia, Edificações, Carpintaria, Eletrotécnica, Panificação, Hidrologia, Florestas, Agropecuária, Zootecnia, Gerência em Saúde, Mecânica, Móveis e Agentes Comunitários em Saúde.
As escolas a serem implantadas integram o programa Brasil Profissionalizado, do Ministério da Educação. As ações serão desenvolvidas em parceria com o Governo de Minas, por intermédio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). O projeto prevê a construção de prédios de 5,5 mil metros quadrados de dois pavimentos – já adaptado à Lei de Acessibilidade – com salas de aula (12), laboratórios (8), biblioteca (1), refeitório (1), auditório (1), quadra (1) e área de vivência.
Criado em 2007, o programa Brasil Profissionalizado possibilita a modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio integradas à educação profissional, uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O objetivo é integrar o conhecimento do ensino médio à prática. O Programa leva em consideração o desenvolvimento da educação básica na rede local de ensino e faz uma projeção dos resultados para a melhoria da aprendizagem. Um diagnóstico do ensino médio contém a descrição dos trabalhos político-pedagógicos, orçamento detalhado e cronograma das atividades. O incremento de matrículas e os indicadores sociais da região, como analfabetismo, escolaridade, desemprego, violência e criminalidade de jovens entre 18 e 29 anos também são analisados.
Fonte: unimontes.br

269 - O poeta-mor da música brasileira de volta aos palcos

Alvíssaras! Chico Buarque de Hollanda está de volta aos palcos. O maior compositor da história da música brasileira volta a se apresentar nos palcos do país, depois de um período de cinco anos de afastamento, desde os shows do disco "Carioca", de 2006. Com 45 anos de carreira, 40 discos lançados e mais de 400 músicas compostas, entre elas alguns dos maiores clássicos da música popular brasileira no currículo, Chico Buarque é a estrela maior do Brasil musical. 
Vamos conhecer um pouco da história desse gênio das artes. A matéria é muito longa, eu reconheço, mas não se pode descrever toda a vida, a obra, a versatilidade e o desmedido talento de Chico em poucas linhas. A riqueza de sua história não cabe em um pequeno texto, por isso tenham paciência e conheçam um apanhado geral de toda a sua brilhante trajetória.  


No dia 19 de junho de 1944 nasce, na Maternidade São Sebastião, no Largo do Machado, Rio de Janeiro, Francisco Buarque de Hollanda, o quarto dos sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim. Em 1946  a família muda-se do Rio para a Rua Haddock Lobo, em São Paulo. Seu pai é nomeado diretor do Museu do Ipiranga. Aos cinco anos de idade parece surgir seu primeiro interesse pela música, materializado sob a forma de um álbum de recortes com fotos de cantores do rádio. Sérgio Buarque é convidado, em 1953, para dar aulas na Universidade de Roma e a família muda-se para a Itália. Ao partir para a Europa, se despediria da avó com um profético bilhete: "Vovó, você está muito velha e quando eu voltar eu não vou ver você mais, mas eu vou ser cantor de rádio e você poderá ligar o rádio do Céu, se sentir saudades". Compõe suas primeiras "marchinhas de carnaval" e torna-se trilingue, falando inglês na escola (norte-americana) e italiano nas ruas. Durante a estada da família na Itália, em 1954, costumava ficar instalado no alto da escada, quando o mandavam dormir, para não perder a conversa dos pais com amigos. A casa, em Roma, é freqüentada por personalidades da cultura brasileira, entre elas Vinicius de Moraes, de quem, mais tarde, se tornaria amigo e parceiro. A família volta a residir no Brasil. Sua irmã Ana de Hollanda, a "Baía", conta que aos doze, treze anos de idade, já de volta a São Paulo, Chico compôs,  entre 1956 e 1957, "umas operetas" que eram cantadas em conjunto com as irmãs mais novas, Ana, Cristina e Pii. A família muda-se para um casarão na rua Buri, a poucos quarteirões do Estádio do Pacaembu. Embora fosse um apaixonado torcedor do Fluminense, a camisa que seu ídolo vestia era a do Santos. Seu nome: Paulo César de Araújo, o Pagão, nome que Chico adota até hoje, em homenagem ao craque, quando veste a camisa número 9 de seu time de futebol, o Politheama. Alguns amigos brincam, afirmando que Chico só se tornou músico porque não conseguiu brilhar no futebol. Na escola é sempre visto com um livro na mão. Lê os clássicos da literatura francesa, alemã e russa, e só se interessa pela literatura brasileira depois que um colega o critica por ler apenas estrangeiros. É repreendido por desfilar pelo colégio com um raro exemplar da primeira edição de Macunaíma, de Mário de Andrade, retirado da estante do pai.
O garoto Francisco Buarque de Hollanda
Ingressa, influenciado por um professor, em um movimento religioso chamado "Ultramontanos", precursor da organização ultraconservadora "TFP - Tradição, Família e Propriedade". Seu envolvimento com os Ultramontanos é cada vez maior. Já não dá mais tanta bola ao futebol e para ir à missa, durante as férias, chega a andar oito quilômetros por dia na fazenda de um amigo. Os pais, preocupados, mandam o rapaz para um internato em Cataguases, no interior de Minas Gerais, por um semestre. Ao retornar a São Paulo voltaria a participar de um movimento religioso, agora de cunho social, chamado "Organização Auxílio Fraterno", que levava cobertores e alimentos para os miseráveis que dormiam nas calçadas. Apesar de não acreditar na caridade como solução para os problemas sociais, Chico relatou, em uma entrevista, que sem esta experiência poderia ter se transformado em uma pessoa "alienada".
Nessa época, já mostrava um grande interesse pela música. Além dos sambas tradicionais de Noel Rosa, Ismael Silva, Ataulfo Alves, também ouvia canções estrangeiras. Entre os seus preferidos estavam o belga Jacques Brel e os norte-americanos Elvis Presley e o grupo The Platters. Mas foi o disco "Chega de Saudade", de João Gilberto, que alterou definitivamente sua relação com a música. Ele o ouvia tão insistente e repetidamente que chegava a irritar os vizinhos. Nem mesmo sua irmã Miúcha, que mais tarde se casaria com João Gilberto, aguentava ouvir sempre o mesmo som. Seu sonho, na época, "era cantar como João Gilberto, fazer música como Tom Jobim e letra como Vinícius de Moraes". Publica em 1961, suas primeiras crônicas no jornal por ele batizado de Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz. Sonhava um dia vê-las publicadas nas grandes revistas semanais, ao lado de cronistas consagrados. Sua primeira aparição na imprensa, entretanto, não foi na seção cultural, como imaginava, mas nas páginas policiais do jornal Última Hora, de São Paulo. Chico e um amigo "puxaram" um carro para dar umas voltas pela madrugada paulista, uma brincadeira comum na época. A diversão acabou na cadeia. A manchete destacava: "Pivetes furtaram um carro: presos" e estampava a foto dos dois menores, com os olhos cobertos pelas tarjas pretas. A pena imposta pelo juiz dizia que até que completasse 18 anos Chico não poderia sair sozinho à noite.
Em 1963 ingressa na FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Frustrando o desejo da avó materna, Maria do Carmo, que sonhava ver o neto desenhando cidades, Chico abandonaria o curso três anos depois. Um dos ingredientes para a decisão é o clima de repressão que toma conta das universidades após o golpe militar de 1964. Apresenta-se pela primeira vez em um show, no Colégio Santa Cruz. A música "Tem Mais Samba", feita sob encomenda para o musical "Balanço de Orfeu" - e que Chico ainda hoje considera o marco zero de sua carreira - também é desse ano, quando novos talentos começam a despontar na Música Popular Brasileira, abrindo caminho para a era dos festivais.
Chico e Bituca juntos em uma apresentação
O espetáculo mais célebre de então seria organizado no teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo, e ficou conhecido como "O Fino da Bossa", comandado por Elis Regina. No palco de "O Fino da Bossa" estariam, entre outros, Alaíde Costa, Zimbo Trio, Oscar Castro Neves, Jorge Ben, Nara Leão, Sérgio Mendes e Os Cariocas. É realizado, no auditório do Colégio Rio Branco, o show "Primeira Audição", abrindo espaço para os músicos da nova geração. É lá que Chico mostra, entre outras, a sua canção "Marcha para um Dia de Sol". Em 1965 é lançado seu primeiro compacto com "Pedro Pedreiro" e "Sonho de um Carnaval", sua primeira música inscrita em um festival, o da TV Excelsior. A canção defendida e depois gravada por Geraldo Vandré não se classifica. O primeiro lugar vai para "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, interpretada por Elis Regina. Chico aparece ao lado de Eva Wilma e John Herbert em uma novela da TV Tupi ("Prisioneiro do Sonho"), onde é apresentado como um dos "craques da Bossa Nova". Faz as músicas para a peça "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, cuja montagem ganha os prêmios de crítica e público no IV Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França. No Juão Sebastião Bar, reduto paulista da Bossa Nova na época, conhece Gilberto Gil. Nesse mesmo ano conhece Caetano Veloso, que se entusiasmara ao ouvir Chico cantando "Olê, Olá" num show estudantil. Nas festas promovidas no porão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) conhece, entre outros, Taiguara e João do Vale, autor da famosa "Carcará". Estimulada pelo sucesso dos shows do ano anterior, a TV Record lança o programa "O Fino da Bossa", com um bloco especial, o "Primeira audição", que se converte em espaço permanente para novos compositores. Recebe seu primeiro cachê - 50 mil cruzeiros, cerca de 30 dólares da época - por sua participação no espetáculo "O Momento é a Bossa", promovido por Walter Silva, o "Picapau", no Cine Ouro Verde, de Campinas.
Chico e Nara Leão
Em 1966, a sua música "A Banda" divide com "Disparada", de Théo de Barros e Geraldo Vandré, o primeiro lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Record. A composição é um sucesso imediato, tendo vendido mais de cem mil cópias em uma semana. Saudada com uma crônica por ninguém menos que o poeta Carlos Drummond de Andrade, "A Banda" é imediatamente traduzida para vários idiomas (desde 1978 integra o repertório da Band of Irish Guards, uma das corporações musicais que se apresentam durante a troca de guarda do Palácio de Buckingham, na Inglaterra).
Muda-se para o Rio de Janeiro e lança seu primeiro LP pela RGE, "Chico Buarque de Hollanda". Ocorre seu primeiro embate com a censura: a música "Tamandaré", incluída no repertório do show "Meu Refrão" (com o grupo MPB-4 e Odette Lara), é proibida após seis meses em cartaz, por conter frases consideradas ofensivas ao patrono da Marinha, cujo rosto aparecia na velha cédula de um cruzeiro. Torna-se o mais novo artista a gravar um depoimento para o Museu da Imagem e do Som, privilégio até então reservado a personalidades de gerações anteriores. Realiza seu primeiro trabalho para o público infantil compondo as músicas para a peça "O Patinho Feio".
Conhece Marieta Severo Lins, que lhe foi apresentada por Hugo Carvana. Em 1967, torna-se, no dizer de Millôr Fernandes (com quem viria a ter sério desentendimento anos mais tarde), "a única unanimidade nacional". Mesmo morando no Rio, continua mantendo vínculos com São Paulo, onde passa a gravar, ao lado de Nara Leão, o programa musical "Pra Ver a Banda Passar", da TV Record, além de um programa diário na Rádio Jovem Pan. Tímido e sem muito jeito para televisão, o único espetáculo de que Chico não se envergonha de participar é o programa "Esta Noite se Improvisa", também da TV Record, onde alterna com Caetano Veloso o primeiro lugar no conhecimento de letras de músicas brasileiras.
Estréia como ator no cinema, ao lado de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nara Leão e Ronnie Von, no filme "Garota de Ipanema", de Leon Hirszman, interpretando ele mesmo. "Carolina" fica em terceiro lugar no II FIC - Festival Internacional da Canção - promovido pela Rede Globo. "Roda Viva" também se classifica em terceiro no III Festival da MPB, promovido pela TV Record.
Diversos artistas, entre eles, Gilberto Gil, Elis Regina, Jair Rodrigues e os integrantes do MPB-4 organizam, em São Paulo, uma passeata contra a presença da guitarra elétrica na música brasileira, mas Chico não participa. Escreve a peça "Roda Viva". Em meio a inúmeros shows pelo Brasil, grava seu segundo LP, "Chico Buarque de Hollanda, Volume 2". Em 1968, participa, no Rio de Janeiro, da "Passeata dos Cem Mil", que reuniu estudantes, artistas e intelectuais em um protesto contra a ditadura militar. "Bom Tempo", considerada por muitos uma composição em descompasso com o clima político de então, fica em segundo lugar na Bienal do Samba. A canção "Benvinda", a despeito das vaias, vence o IV Festival da MPB da Record. Um comando do CCC - Comando de Caça aos Comunistas - invade o teatro Galpão, em São Paulo, depreda as instalações e espanca atores e técnicos da montagem de "Roda Viva". Sob as vaias do público do Maracanãzinho, vence o Festival Internacional da Canção, com "Sabiá", feita em parceria com Tom Jobim, com quem compõe, no mesmo ano, "Pois É" e "Retrato em Branco e Preto". A imprensa publica notícias sobre o confronto de idéias entre Chico e os tropicalistas, cuja linguagem musical propunha, de certa forma, um rompimento estético com o belo. Para Caetano Veloso, Chico continuava fazendo "só o que era bonito, enquanto nós queríamos também uma coisa que fosse, de algum modo, feia". Em dezembro, publica na Última Hora, de São Paulo, o artigo intitulado "Nem toda loucura é genial, nem toda lucidez é velha", respondendo às críticas que lhe eram feitas por seu apego ao samba tradicional.
Chico em Copacabana
Dias após a decretação do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro, é detido em sua própria casa e levado ao Ministério do Exército para prestar depoimento sobre a sua participação na "Passeata dos Cem Mil" e sobre as cenas exibidas na peça "Roda Viva", consideradas subversivas. Com autorização de um certo coronel Átila, a quem deveria solicitar permissão sempre que saísse da cidade, deixa o Brasil em janeiro de 1969 e se apresenta na grande Feira da Indústria Fonográfica, em Cannes, na França. Parte depois para um auto-exílio na Itália. Apesar de "A Banda" estar nas paradas de sucesso na voz da cantora popular italiana Mina, Chico lança na Itália, com pouco sucesso, dois LPs. Depois de uma temporada de dificuldades financeiras, fecha, no final do ano, um contrato com a Philips para o lançamento de um novo disco, o que lhe rende 90 mil cruzeiros novos (o equivalente a 21.400 dólares da época) e lhe garante a sobrevivência no exílio. Convida Toquinho para acompanhá-lo em shows na Itália, fazendo a parte inicial do show que abria os espetáculos da turnê da veterana Josephine Baker. E "nessa temporada de duração um tanto forçada" (versos de Vinicius vetados pela censura), coloca letra em "Samba de Orly" ,que Toquinho lhe mostra como uma espécie de bilhete de despedida no dia em que decidiu retornar ao Brasil. O contato com Garrincha, além do prazer de poder falar sobre música e futebol com um craque, lhe confere popularidade e respeito no bar próximo de sua casa em Roma. Escreve artigos esporádicos para o semanário político-satírico "O Pasquim", um dos marcos do jornalismo brasileiro da época. Seu retorno ao Brasil em 1971 é marcado pelo "barulho" organizado por recomendação de Vinicius de Moraes: muita gente o esperando no aeroporto, manifestações de amigos, entrevistas à imprensa e um show marcado na boate Sucata para lançar seu quarto LP, um disco de transição, gravado em circunstâncias complicadas. Afasta-se do samba tradicional, variando mais a linha das composições e revelando novas influências como a toada, em "Rosa dos Ventos", até o iê-iê-iê italiano em "Cara a Cara". A mudança se reflete também nas letras, nas quais ele parece desvencilhar-se explicitamente do lirismo nostálgico e descompromissado que antes parecia identificá-lo. Compõe "Apesar de Você", uma resposta crítica ao regime ditatorial no qual o país ainda estava imerso. Surpreendentemente, a música passaria incólume pela censura prévia e se tornaria uma espécie de hino da resistência à ditadura. Depois de vender cerca de 100 mil cópias, a canção é censurada, o disco é retirado das lojas e até a fábrica da gravadora é fechada. Para o público, não havia dúvidas: o "você" da música era o general Emílio Garrastazu Médici, então presidente da República, em cujo governo foram cometidas as maiores atrocidades contra os opositores do regime. Ao ser interrogado sobre quem era o "você" da canção, Chico responde: "É uma mulher muito autoritária". Após este episódio, o cerco às suas composições endurece. Participa do Circuito Universitário, com shows promovidos pelos centros acadêmicos das universidades por artistas com dificuldades em mostrar seu trabalho nos meios de comunicação. Ao lado, entre outros nomes, do arquiteto Oscar Niemeyer, do editor Ênio Silveira e de seu próprio pai, participa do Conselho do Cebrade - Centro Brasil Democrático - organização de intelectuais publicamente comprometidos com a luta contra a ditadura. A aproximação com o Cebrade lhe valeria, durante bom tempo, o rótulo de membro da "linha auxiliar" de um dos dois partidos comunistas brasileiros, o PCB, pró-Moscou. Em abril de 1971, é vetado integralmente pela censura, seu samba "Bolsa de Amores", composto como brincadeira para Mário Reis, um aplicador contumaz das Bolsas de Valores. A alegação: a letra era ofensiva à mulher brasileira. O LP sai com uma faixa a menos que as doze habituais.
Dois gênios da MPB, Chico e Tom Jobim
Rompe com a TV Globo e cancela sua inscrição, junto com outros convidados, no VI Festival Internacional da Canção, em sinal de protesto contra a censura e a tentativa de se utilizar o festival como veículo de propaganda a serviço da ditadura. Desafia mais uma vez seu lado ator no filme "Quando o Carnaval Chegar", de Cacá Diegues, vivendo o protagonista, ao lado de Nara Leão e Maria Bethânia, em 1972. Compõe quase todas as músicas do filme. Voltaria a fazer músicas para mais dois filmes de Cacá Diegues: "Joanna Francesa", em 1973, e "Bye Bye, Brasil", de 1979. Traduz, com Ruy Guerra, o musical "O Homem de la Mancha". São deste ano as músicas "Sonho Impossível", "Partido Alto", "Bom Conselho" e "Atrás da Porta", entre outras. Escreve, em 1973, com Ruy Guerra, a peça "Calabar", ou "O Elogio da Traição", cuja ação se passa no Brasil Colônia, onde é relativizada a posição de Domingos Fernandes Calabar que preferiu o invasor holandês ao colonizador português. Proibida pela censura, a peça somente seria liberada muito anos depois. A música "Cálice", feita em parceria com Gilberto Gil, é proibida. Desta vez não pela censura (que já havia vetado a letra), mas pela própria Phonogram. Com medo de represálias, a gravadora desliga os microfones do palco e impede Chico e Gil até mesmo de tocarem a melodia sem letra. O episódio contribuiria, mais tarde, para o rompimento do compositor com a gravadora. Lança o jogo "Ludopédio" - criado durante o período que passou na Itália - uma brincadeira com times de futebol, rebatizado de "Escrete", em 1982. A censura proíbe a capa do disco "Chico Canta Calabar", com as músicas da peça. Resiste às tentativas dos que querem transformá-lo em um símbolo da luta política contra o regime militar. Faz com Maria Bethânia uma longa temporada de shows no Canecão, Rio de Janeiro. A letra de "Tanto Mar", uma saudação à Revolução dos Cravos - que depusera a ditadura salazarista em Portugal - é proibida pela censura e Chico grava um compacto em Portugal incluindo a canção aqui proibida. Anos depois a música seria liberada, mas Chico refaz a letra em função dos rumos tomados pela revolução portuguesa.
Fica nove anos sem encarar profissionalmente um palco, limitando-se a participar de eventos em benefício de causas sociais, como os shows de 1º de Maio, promovidos pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade). Escreve, em parceria com Paulo Pontes, a tragédia "greco-carioca" "Gota d'Água", uma releitura de Medéia, de Eurípedes, baseada em adaptação que Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, havia feito para a televisão. A peça se torna um dos maiores sucessos de crítica e público. Ganha o Prêmio Molière como melhor autor teatral pelo seu trabalho em "Gota d´Água". Em protesto contra a censura, que proibira peças de vários autores, não comparece à cerimônia de entrega dos prêmios. Compõe "Vai Trabalhar, Vagabundo" para o filme homônimo, dirigido por Hugo Carvana. Em 1976, compõe "O Que Será", para o filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Bruno Barreto. Por tê-la composto, depois de ver uma coleção de fotos de Cuba, feitas pelo jornalista e escritor Fernando Morais, diz que a música é um "cubaião", mistura de Cuba com baião. Sai o disco "Meus Caros Amigos". Após seis anos distante de qualquer tipo de programação realizada nos estúdios da TV Globo, sua canção "Maninha", é incluída na trilha sonora da novela "Espelho Mágico" em 1977. A partir de então, várias outras músicas suas seriam utilizadas como temas de novelas da Globo. Compõe "Feijoada Completa" para o filme "Se Segura, Malandro", de Hugo Carvana. Escreve o texto e compõe as canções da peça "Ópera do Malandro", dirigida por Luis Antônio Martinez Corrêa. Em fevereiro de 1978, vai à Cuba pela primeira vez, como jurado do Prêmio Literário da Casa de las Américas. Faz uma versão para a música "Canción por la Unidad Latinoamericana", de Pablo Milanés. Entra em contato com Pablo Milanés, Silvio Rodriguez e outros nomes da "Nueva Trova" cubana, iniciando um processo de aproximação cultural entre os dois países que redundaria no reatamento das relações diplomáticas em 1986. Ao voltar ao Brasil, é detido pelo DOPS junto a mulher, Marieta. O mesmo aconteceria com Antonio Callado e Fernando Morais, seus colegas de júri em Cuba. Todos são obrigados a prestar depoimentos sobre a viagem à ilha. Estréia a peça "Ópera do Malandro". Inaugura o "Centro Recreativo Vinicius de Moraes", no Rio de Janeiro, local onde joga regularmente suas peladas e disputa campeonatos pelo Politheama.
Lança o disco "Chico Buarque" em 1978. Em 1979, compõe diversas músicas para cinema (para "República dos Assassinos", de Miguel Faria Jr., faz "Sob Medida" e "Não Sonho Mais"; para "Bye Bye, Brasil", de Cacá Diegues, a música de mesmo nome) e teatro ("Dueto", para a peça "O Rei de Ramos", de Dias Gomes). Lança "Chapeuzinho Amarelo", o primeiro livro infantil de sua autoria, ilustrado por Donatella Berlendis. "Calabar" é finalmente liberada pela censura e estréia em São Paulo em 1980. É lançado o álbum duplo "Ópera do Malandro". Em 1980, fecha contrato com a gravadora Ariola, após doze anos de Polygram. Por ironia do destino, a própria Polygram compraria a Ariola no ano seguinte.
A pedido da bailarina Marilena Ansaldi, faz as músicas para a peça "Geni". Participa da festa do Avante, órgão oficial do Partido Comunista Português, e do projeto Kalunga, em Angola, onde se apresenta, com mais 64 artistas brasileiros, por todo o país. A renda dos shows é destinada à construção de um hospital. O cineasta argentino Maurício Berú realiza o documentário "Certas Palavras", sobre Chico Buarque, com participação - em números especiais ou depoimentos - de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Vinícius de Moraes (que é filmado pela última vez), Toquinho, Francis Hime, Ruy Guerra, Miúcha, Sérgio Buarque de Hollanda e outros amigos e familiares. Ainda em 1980, faz duas músicas para a peça "O Último dos Nukupirus", de Ziraldo e Gugu Olimecha. Lança o disco "Vida", que traz, entre outras, a música "Eu te Amo", feita especialmente para o filme homônimo de Arnaldo Jabor. Em 1981, participa, juntamente com Sérgio Bardotti, Antônio Pedro e Teresa Trautman, do roteiro de uma produção milionária: o filme "Saltimbancos Trapalhões", estrelado pelos Trapalhões. Após 17 anos na gaveta, o livro "A Bordo do Rui Barbosa", poema escrito entre 63 e 64, é publicado com ilustrações do amigo Valandro Keating.
Lança os discos "Almanaque" e "Saltimbancos Trapalhões". Em parceria com Edu Lobo, no ano de 1982, compõe as canções para o balé "O Grande Circo Místico", que seria lançado em disco no ano seguinte. Morre Sérgio Buarque de Hollanda, aos 79 anos de idade. Entre 1983 e 1984, faz, com o cineasta Miguel Faria Jr., a adaptação e o roteiro para o filme "Para Viver um Grande Amor" e participa ativamente da campanha pelas "Diretas Já", para presidente da República. Trabalha na elaboração do roteiro e compõe novas canções para o filme "Ópera do Malandro", de Ruy Guerra, baseado em sua peça, em 1985. Com Edu Lobo, compõe as músicas para a peça "O Corsário do Rei", de Augusto Boal. Comanda em 1986, ao lado de Caetano Veloso, o programa de televisão "Chico e Caetano", que permaneceu por sete meses na programação da Rede Globo, reunindo nomes expressivos da Música Popular Brasileira, além de estrelas internacionais. Compõe "As Minhas Meninas" para a peça "As Quatro Meninas" e, finalmente, coloca letra na canção "Anos Dourados", uma parceria com Tom Jobim, encomendada pela Globo para ser o tema musical da minissérie de mesmo nome. A minissérie havia ido ao ar com a canção sem a letra porque Chico demorou a escrevê-la, ou como disse numa entrevista "a minissérie é que foi precipitada". Em 1987 lança o disco "Francisco" e volta aos palcos dirigido por Naum Alves de Souza. Em 1988, compõe com Edu Lobo as canções para o balé "Dança da Meia-lua". Compõe "Trapaças", para o filme "Amor Vagabundo", de Hugo Carvana, em 1989, onde faz uma ponta interpretando sua própria criação, "Julinho da Adelaide". A editora Companhia das Letras publica o songbook "Chico Buarque Letra e Música", com prefácios de Tom Jobim e Eric Nepomuceno, e o texto "Gol de Letras", de Humberto Werneck. Lança o disco "Chico Buarque". Lança seu primeiro romance em 1991, "Estorvo", publicado pela Companhia das Letras, com o qual ganha o "Prêmio Jabuti de Literatura". Os direitos de publicação de "Estorvo" são rapidamente vendidos para sete países: França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Portugal. Neste último, a venda atingiu 7.500 exemplares em apenas três dias, surpreendendo a Editora Dom Quixote. Sobe aos palcos, em janeiro de 94, para fazer o show do disco "Paratodos", lançado no final de 93 e que é recebido com grande expectativa depois de um jejum de quatro anos sem gravar. Participa da "Campanha Nacional Contra a Fome e Pela Cidadania", do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Escreve o segundo romance, "Benjamim", que, lançado em 1995, recebe críticas desfavoráveis de parte da crítica literária, não obstante o sucesso de vendas e os elogios de grandes nomes da literatura.
Nasce, no dia 24 de agosto de 1996, no Rio de Janeiro, o neto Francisco Buarque de Freitas, filho de sua filha Helena Buarque e do músico baiano Carlinhos Brown. Participa da "Campanha pela Paz no Futebol". Participa, em 1997, do disco "Chico Buarque de Mangueira", com regravações de clássicos dos compositores da escola e com uma composição inédita sua, em parceria com Hermínio Bello de Carvalho: "Chão de Esmeraldas". Com duas canções inéditas ("Levantados do Chão" e "Assentamento") e duas regravações ("Brejo da Cruz" e "Fantasia"), grava um CD para o livro "Terra", do fotógrafo Sebastião Salgado, publicado com texto do escritor português José Saramago. O trabalho foi lançado no dia 17 de abril, véspera do aniversário do massacre de trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás, região Norte do Brasil. É o homenageado no desfile em que a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval de 1998. De Paris, escreve artigos para os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo durante a Copa do Mundo. O álbum "As Cidades", com sete canções inéditas e quatro regravações, chega às lojas cinco anos depois de "Paratodos". É seu primeiro trabalho lançado na Internet. Durante um ano, em 1999, percorre o Brasil com o show "As Cidades". Segue em turnê pelo exterior, apresentando-se na Argentina, Uruguai, Portugal, França, Inglaterra e Itália. O espetáculo é um sucesso absoluto de público e crítica. Chico canta e toca dez das onze músicas do disco homônimo, além de canções consagradas como "Vai Passar", "O Meu Amor" e "Construção". Encerra a temporada de "As Cidades" empolgado com o resultado e a qualidade dos shows. Decide, então, lançar "Chico ao Vivo", um álbum duplo com 29 músicas. O trabalho é o seu quarto CD ao vivo. Os quatro anteriores foram: "Caetano e Chico Juntos e ao Vivo"; "Chico Buarque e Maria Bethânia ao Vivo"; "Melhores Momentos de Chico e Caetano"; e "Chico ao Vivo - Paris Le Zenith".
No ano de 2000, o filme "Estorvo", de Ruy Guerra, concorre à Palma de Ouro do 53º Festival Internacional de Cinema de Cannes. Baseado em romance homônimo de Chico, é uma co-produção de Brasil-Cuba-Portugal. Traz no elenco o cubano Jorge Perugorría e os brasileiros Bianca Byington, Leonor Arocha e Tonico Oliveira. A versão cinematográfica de "Estorvo" marca mais uma parceria de Ruy Guerra e Chico. Eles já haviam trabalhado juntos na peça "Calabar" e na adaptação para o cinema do musical "A Ópera do Malandro". Em 2001 faz as letras para as canções de Edu Lobo para a peça "Cambaio", de Adriana e João Falcão. Sai em 2002, pela BMG o disco "Duetos", que reúne 14 das mais de 200 participações de Chico cantando com outros artistas. Neste disco participam Elza Soares, Mestre Marçal, Ana Belém, Nara Leão, Zeca Pagodinho, Sergio Endrigo, Nana Caymmi, Johnny Alf, Pablo Milanés, João do Vale, Dionne Warwick, Miúcha, Tom Jobim e Elba Ramalho. É lançada também a caixa "Construção", que reúne em CD os álbuns publicados entre 1966 e 1985 e traz de bônus um CD com 19 outras canções, em sua maior parte, duetos com outros artistas (Elis Regina, Fagner, Toquinho, Nara Leão, Milton Nascimento, Djavan, MPB 4, Pablo Milanés, Trio Esperança, Quarteto em Cy e Zizi Possi). Em 2003, chega aos cinemas o filme "Benjamim", dirigido por Monique Gardenberg, e que tem no elenco Paulo José, Cléo Pires, Danton Mello e Chico Diaz. A Cia. das Letras publica "Budapeste", seu terceiro romance. O livro fica na lista dos mais vendidos por diversos meses e, na seqüência, é traduzido para mais de 6 idiomas. O documentário "Chico" ou "O País da Delicadeza Perdida", do selo Videofilmes Produções Artísticas, com direção de Walter Salles e Nelson Motta, sai em DVD.
O mais recente disco: "Chico"
Em seu mais recente disco, intitulado "Chico", lançado em 22 de julho deste ano, ele apresenta dez canções delicadas e suaves, entre blues, valsa, baião e samba, que mostram a sua poesia e as suas crônicas sobre as suas inquietudes e os relacionamentos amorosos. São elas: Querido diário, Rubato, Essa pequena, Tipo um baião, Se eu soubesse, Sem você 2, Sou eu, Nina, Barafunda e Sinhá.
Desde 2006 sem se apresentar ao vivo, Chico finalmente volta aos palcos na turnê do seu mais novo disco, iniciando por Belo Horizonte, onde se apresentou no Palácio das Artes, nos dias 5 a 9 de novembro. Depois segue para Porto Alegre (Teatro Sesi, 28 e 29 de novembro), Curitiba (Teatro Guaíra, de 15 a 18 de dezembro), Rio de Janeiro (Vivo Rio, datas a confirmar entre 5 e 29 de janeiro) e São Paulo (HSBC Brasil, datas a confirmar entre 1 e 25 de março). Outras cidades deverão ser acrescentadas ao roteiro. Informações sobre datas e ingressos serão divulgadas em breve. A banda que acompanha o cantor é capitaneada pelo maestro, arranjador e violonista Luiz Cláudio Ramos e conta ainda com João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Hélder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros).
Fonte: chicobuarque.com.br


Eu gostaria muito de publicar aqui uma dezena de vídeos de clássicos da obra de Chico Buarque para o conhecimento dos que ainda não conhecem o seu trabalho, mas infelizmente é inviável. Publicarei então apenas algumas músicas do seu mais recente álbum, simplesmente intitulado "Chico". 






quinta-feira, 24 de novembro de 2011

268 - A Escolinha de Futebol Projeto Tatu

Ainda bastante triste e abalado pelo prematuro desaparecimento de Deca, de forma tão trágica, temos que continuar a tocar a nossa vida, nunca nos esquecendo de mantê-lo sempre vivo em nossa memória e nas nossas orações. Para homenageá-lo, publico hoje essa postagem que conta a história da Escolinha de Futebol Projeto Tatu, um pequeno empreendimento idealizado por Mílton Barbosa e que teve o relevante apoio e patrocínio de Deca, entre outros.
Há alguns anos atrás, Mílton Barbosa me procurou com a ideia de instalar uma escolinha de futebol na cidade de Espinosa, com o objetivo de incentivar os garotos à prática do esporte, no caso específico, o futebol, como também descobrir algum novo talento como o craque Tatuzinho, além de afastá-los do ócio e das drogas. Ele até já tinha em mente o nome da escolinha: Projeto Tatu, em homenagem ao nosso maior craque do futebol de todos os tempos. Pois bem. Concordei imediatamente e passei a auxiliá-lo nesta tarefa. Saímos pela cidade, contactando os pais e colhendo inscrições dos meninos. Fomos muito bem recebidos pelos pais, que prontamente apoiaram a ideia e inscreveram os seus filhos. Estabelecemos o valor da mensalidade em R$ 5,00, apenas para cobrir as despesas de compra de bolas, apitos etc. Conseguimos, com a Fenabb, Federação Nacional das AABB, uma boa quantidade de camisetas amarelas(com desenho da Turma da Mônica) e mandamos confeccionar outro tanto de camisetas azuis, para uso dos garotos nos treinos. Conseguimos ainda patrocínios de algumas pessoas da cidade para o pagamento do salário do treinador Tatuzinho. Com muita boa vontade e desprendimento, Flori (Empório Rocha), Maurício (Banco do Brasil), Edmar (Drogaria União) e Deca (Dejan Gráfica) encamparam o projeto e nos apoiaram o tempo inteiro. Por algum tempo as coisas andaram bem, até que resolvemos nos afastar (devido à falta de tempo) e deixar a administração da escolinha com o Tatuzinho. Doamos todo o material disponível para que Tatu pudesse continuar o trabalho. Infelizmente, por razões pessoais, ele teve que encerrar as atividades, mas espero que todos aqueles garotos que participaram da Escolinha de Futebol Projeto Tatu se lembrem com saudade e alegria daqueles tempos.
Percebo, revendo essas fotografias, que nenhum dos nossos alunos se transformou em um grande craque do futebol, mas é gratificante notar que todos eles se transformaram em bons profissionais e, o mais importante, homens de bem. Então, a missão foi cumprida com êxito, e só nos resta comemorar com bastante alegria.
Tatuzinho com os seus alunos da Escolinha.
Na foto acima, confesso que alguns eu consegui identificar, outros não. Alguns eu sei de quem são filhos, mas o nome eu não consegui lembrar. Os que eu consegui identificar: Neylor, Juninho Rocha, Tiago, Renato, Aristides, Danilo, Diogo, Lucas, Cléber, Samuel, Bill, Marcone, Bruno e Éverton. Ajudem-me a identificá-los enviando e-mail ou clicando em "comentários" logo abaixo da postagem.
Essa meninada toda está hoje espalhada por vários
lugares do nosso país, já homens feitos.
A propósito, gostaria de salientar a grande ajuda que Deca (e também Flori) sempre deram à AABB-Espinosa. Eles sempre estiveram ao nosso lado, apoiando todas as nossas campanhas. Quando estive na presidência do clube, mesmo que por pouco tempo, tive a colaboração ativa deles e de muitos outros que tem enorme carinho pela nossa associação. O meu muito obrigado em nome da Associação Atlética Banco do Brasil de Espinosa. Seremos eternamente gratos.
Obs: Só para constar, eu e Mílton não tínhamos qualquer remuneração neste trabalho, apenas prazer e alegria. Outra coisa, muitos desses meninos são hoje grandes amigos nossos, o que nos enche ainda mais de orgulho e felicidade.
Os garotos da Escolinha de Futebol Projeto Tatu.
Em pé, os adultos Mílton Barbosa, Tatuzinho, Tim de Disson,
Geraldo, Ivan, Maurílio e Edmar.

O professor Tatuzinho com Daniel