O futebol é um esporte dos mais apaixonantes, todos sabemos. Mas o futebol é apenas um jogo. Um jogo que gera bilhões de dólares e euros e mexe com a emoção de milhões de apaixonados pelo mundo inteiro. Como disse certa vez o técnico italiano Arrigo Sacchi: "O futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes". Perfeita a declaração do treinador tido como o melhor de todos os tempos da Itália.
Mas este esporte tão apaixonante e adorado por grande número de pessoas em todo o mundo, que deveria gerar somente resultados positivos dentro e fora de campo, infelizmente é causa de ódio, de violência e do maldito racismo. Torcedores desequilibrados, ignorantes, radicais e violentos sempre se envolvem em confusões, brigas e atitudes racistas, algumas tão extremistas que resultam até em perdas de vidas humanas.
Acabei de assistir, na Netflix, um documentário muito interessante sobre a invasão violenta e os atos escandalosos e inaceitáveis de racismo contra jovens craques negros da Seleção de Futebol da Inglaterra na partida final da Eurocopa de 2021 no mítico Wembley Stadium.
A data era 11 de julho de 2021, um domingo de festa e alegria em Londres. Entusiasmados com a possibilidade da conquista de um novo título internacional de futebol, os torcedores da Inglaterra saíram às ruas de Londres para se divertirem, beberem e comemorarem um fato histórico tão expressivo como o de 55 anos atrás, quando a Seleção Inglesa bateu a Seleção Alemã e se tornou Campeã na Copa do Mundo de Seleções da FIFA em 1966 sob o comando dos craques Gordon Banks, Bobby Charlton e Bobby Moore.
O que seria um momento ímpar de alegria e celebração dos ingleses, acabou se tornando uma situação de tensão, medo, violência e decepção. Antes de a partida se iniciar, as imediações do Estádio de Wembley estavam completamente tomadas pelos apaixonados torcedores ingleses que, influenciados pela bebida consumida em larga escala, começaram a arremessar garrafas e latas de cerveja para cima enquanto alguns se penduravam em ônibus, placas, postes e semáforos, vandalizando o patrimônio público e causando ferimentos em pessoas presentes. Mais tarde, mais próximo do horário da partida, uma turba quase incontrolável que não possuía ingressos para assistir ao jogo, dirigiu-se para a frente do estádio forçando a segurança a abrir caminho para invadir o local, com uso de violência. Milagrosamente, e com decisões rápidas e acertadas dos responsáveis pelo funcionamento do estádio e da segurança pública, não aconteceu uma tragédia. Depois de os ânimos terem se acalmado, em campo a Seleção Inglesa não conseguiu realizar a façanha de se tornar novamente Campeã, desiludindo a massa nas arquibancadas, sendo derrotada nos pênaltis pela Bicampeã Europeia Itália, após empate sem gols no tempo regulamentar e na prorrogação.
O documentário, denominado "The Final: Attack on Wembley" ("A Final: Caos em Wembley"), tem 1h21 de duração e a direção de Kwabena Oppong e Robert Miller. O filme está disponível no catálogo da Netflix.
Infelizmente, não só no âmbito do futebol, mas na nossa completa vida cotidiana, temos muitas pessoas ainda pouco evoluídas, adeptas do obscurantismo, da arrogância, do ódio e da violência. Uma das melhores lições do esporte é exatamente a da humildade de respeitar os adversários e aceitar serenamente os infortúnios, as derrotas, os fracassos, valorizando e admitindo a superioridade do oponente de forma justa, serena e civilizada. Temos muito o que aprender e evoluir.
Um grande abraço espinosense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário