Espinosa, meu éden

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sábado, 3 de fevereiro de 2024

Centenário de Espinosa - Postagem 51

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Sei não, mas acredito que muita gente da nossa centenária Espinosa desconhece que, em uma das muitas praças que existem na nossa cidade, existe uma homenagem à Bíblia. A conhecida "Praça de Paulo Cruz", ou "Praça do Alto do Grupo", ou ainda seu nome correto, Praça José Osvaldo Tolentino, tem em sua parte central um pequeno monumento ao Livro Sagrado. Sobre uma base de tijolos e concreto, paira aberto um simulacro de um livro com as inscrições bíblicas "O Senhor é meu pastor, nada me faltará" (Salmo 23) e "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6).
O homenageado com o nome da praça é o jovem José Osvaldo Tolentino, professor e vereador que foi assassinado por um aluno seu de nome Juarez em plena sala de aula, fato trágico, covarde e violento que comoveu a cidade no final dos anos 60. Infelizmente, foi mais um dos casos de violência extrema ocorridos em nosso município.
José Osvaldo nasceu em Espinosa aos 14 de dezembro de 1941, filho do casal Durvalino Silveira Tolentino e Noemi Caldeira Tolentino. Em 1966 formou-se Contabilista na Escola Técnica de Comércio Minas Gerais em Belo Horizonte. Retornando a Espinosa, foi eleito vereador e atuou como professor de Português e Inglês no então Colégio Estadual Dom Lúcio Antunes de Souza, hoje Joaquim de Freitas. Foi durante uma aula de Português no dia 23 de setembro de 1969 que o jovem e inteligente professor de 27 anos foi atacado por um aluno, recebendo tiros de revólver que lhe tiraram a vida tragicamente.    







O assassinato do professor José Osvaldo chocou a sociedade espinosense. Como um jovem aluno pôde matar friamente um professor em plena sala de aula? Hoje se discute muito o limite da liberdade dos estudantes nas escolas. Antigamente, os abusos eram cometidos por alguns professores, com punições pesadas aos alunos rebeldes, como o de ajoelhar em grãos de milho, pancadas com réguas de madeira, puxões de orelhas e o uso da temida palmatória. Com a evolução necessária, essas práticas violentas foram abolidas das escolas e os estudantes ganharam mais liberdade e espaço de reivindicação e opinião. Infelizmente essas prerrogativas resultaram em excesso e abusos cometidos por alunos insubmissos, radicais e desequilibrados, que passaram até a agredir professores e auxiliares da educação. Nem 8 nem 80! O que deve sempre prevalecer é o equilíbrio de liberdade e controle entre mestres e alunos, com as discordâncias sendo resolvidas com sensatez, respeito e diálogo, para que a aquisição de conhecimentos, razão maior da existência da escola, se dê de forma pacífica, harmoniosa e bem-sucedida, nunca com intolerância, ódio e violência.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

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