Espinosa, meu éden

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terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Centenário de Espinosa - Postagem 29

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

O que mais me entristece e me indigna na minha centenária Espinosa é a destruição dos nossos mananciais hídricos por parte da população, fruto da ignorância, da insensatez e da ganância. 
Nasci e fui criado bem próximo do Rio São Domingos em um tempo em que podíamos, sem medo de ser infectado, beber a água então límpida do rio, mesmo na sua porção urbana. Ali no leito e nas margens do São Domingos, vivi extraordinários momentos de minha vida, brincando, comendo frutas, praticando esportes, divertindo-me lavando carros ou simplesmente tomando banho e me refrescando do calor imenso que caracteriza nossa terra. O rio era também utilizado pelas mulheres para a lavagem de roupas e de utensílios domésticos. Pena que as imagens deste tempo e lugar são raras e em meu poder só tenho esta que publico abaixo, muito mais antiga, onde aparecem adultos e crianças no leito do rio, na ocasião bem raso.




Mesmo no passado já distante, o Rio São Domingos ficava seco boa parte do ano, retornando ao seu curso natural apenas no tempo das chuvas, em um período aproximado de uns três a seis meses, de setembro a março, com variações anuais. Enquanto a água estava desaparecida, utilizávamos o leito arenoso para jogar futebol e brincar de dupla, divertimento este que consistia em uma disputa de chutes de média distância em uma única e larga trave de bambu retirado ali mesmo na margem do rio. A vegetação marginal também era utilizada para a construção de "cabanas", onde simulávamos as aventuras dos indígenas e dos conquistadores do Oeste americanos que assistíamos encantados na tela do cinema nos filmes de faroeste. Como tudo na vida, esses momentos passaram e se eternizaram apenas nas mentes dos que os viveram intensamente. As coisas sim devem mudar, é a necessária evolução. Mas evoluir definitivamente não é plausível com a destruição da Natureza nesta nossa casa presenteada por Deus, o lindo, azul e esférico planeta Terra.    
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

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