2510 - Morre Quino, o criador da encantadora Mafalda

É bem possível que muitos dos nossos jovens não tenham a menor noção de quem seja a Mafalda, muito menos o Quino. Talvez até muita gente mais velha desconheça a contestadora personagem dos quadrinhos e o seu irrequieto criador, que tanto sucesso fizeram no mundo. Infelizmente hoje morreu o Quino, ou mais especificamente, o cultuado escritor e cartunista argentino da cidade de Mendoza, Joaquín Salvador Lavado Tejón, responsável pelos quadrinhos em língua espanhola mais traduzidos do mundo.

 
Quino formou-se pela Escola de Belas Artes de Mendoza, especializando-se em desenhos animados no campo da publicidade que acabaram se espalhando pelos jornais. Sua mais famosa criação, a menininha inteligente e perpicaz com preocupações humanitárias e sempre firme na defesa da paz mundial de nome Mafalda, começou sua trajetória a partir de um fracasso. Criada em 1962, fazia parte de um cartoon de propaganda que deveria ser publicada no diário "Clarín", mas com o rompimento do contrato, a campanha foi abortada. Somente cerca de dois anos depois é que a personagem apareceu, já em outra publicação, no semanário "Primera Plana". Após algum tempo ela passou a ser publicada diariamente no "Mundo", de Buenos Aires, e posteriormente, de forma semanal no "Siete Días Illustrados", alcançando enorme sucesso, mesmo com curta trajetória, já que deixou de ser desenhada constantemente pelo autor em 1973. Esporadicamente ele retornou aos lápis para retratar a garotinha, somente em casos especiais, uma delas para um pôster para uma campanha da UNICEF.  

A personagem Mafalda ganhou em 1994 uma praça com seu nome em Buenos Aires, no Bairro de Colegiales. No dia 1º de março de 2018, com a presença de Quino, foram inauguradas as estátuas de Mafalda, Manolito e Susanita, esculturas confeccionadas pelo artista argentino Pablo Irrgang, instaladas no Paseo Arístides na cidade de Mendoza, Argentina. 

Uma pena que o Quino se vá aos 88 anos, desanimado e pessimista com o planeta, como declarou em uma entrevista, pois vivemos tempos sombrios em que precisamos quase que desesperadamente de muito mais figuras como Mafalda neste mundo infectado de tantos espécimes de Manolitos e Susanitas.
Um grande abraço espinosense.