Mais um evento cultural será realizado em Espinosa, motivo de muita alegria e elogios. A partir das 19h30 do dia 3 de novembro próximo, sexta-feira, acontecerá mais uma Feira Artesanal na Praça Antonino Neves (Praça da Liberdade).
Como nas edições anteriores, haverá apresentação de música ao vivo com artistas locais, barraquinhas com comidas típicas e venda de produtos de artesanato.
Aos espinosenses, um chamado. Não deixem de prestigiar essas iniciativas elogiáveis da administração municipal que favorecem a cultura municipal, os artistas, artesãos e cozinheiros locais e a própria comunidade.
Como o nosso país é lindo! Talvez muitos de vocês jamais ouviram falar de uma cidadezinha da Bahia de nome São Desidério. Pois é, nesta cidade de 33.661 habitantes (IBGE-2017) localizada no Oeste Baiano, a 87 km de Barreiras, sobram belezas naturais. Com seus 15.157.005 km², é o segundo maior município do estado, atrás apenas de Formosa do Rio Preto. A cidade é nova, com sua criação ocorrendo em 22 de fevereiro de 1962, quando se emancipou de Barreiras. O acesso a ela se dá pelas rodovias BR 242 (Salvador), BR 020 (Brasília) e BR 135 (Piauí). Salvador está a 869 km de distância e Brasília a 580 km. O município, que tem como cidades limítrofes Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Catolândia, Baianópolis, Santa Maria da Vitória e o estado do Tocantins, se destaca na produção agrícola, possuindo uma das mais ricas bacias hidrográficas do Brasil, com enorme potencial para o turismo. Na sua área central a atração maior fica por conta da barragem, que é ponto de encontro da população e excelente espaço para a prática de exercícios como uma boa caminhada em seu entorno. Lá existem nada menos que 146 grutas catalogadas, entre elas o Buraco do Inferno, com 4 km de extensão e uma depressão de cerca de 60 metros e 300 de diâmetro, nove sítios arqueológicos e cavernas com inscrições e pinturas rupestres. Lá está também o maior lago subterrâneo do Brasil, denominado Lago do Cruzeiro. A sua bacia hidrográfica é fantástica, com 24 rios perenes, entre estes, a nascente do Rio Grande, o principal afluente da margem esquerda do rio São Francisco. São estes os muitos rios do município: Rio São Desidério, Rio Grande, Rio das Fêmeas, Rio Roda Velha. Rio Galheirão, Rio Pratinha, Rio Pau do Óleo, Rio Veredinha, Rio Veredão, Rio Ribeirão dos Bois, Rio Cacheado, Rio Guará, Rio dos Porcos, Rio Gado Bravo, Rio Riacho do Mato, Rio Estiva, Rio João Rodrigues, Rio Triste e Feio, Rio Mosquito, Rio Fervedouro, Rio Riacho Galho Grande, Rio Porto Alegre, Rio Ribeirão Pindaíba e Rio Cabeceira Grande. Outra atração singular é o Sumidouro, espécie de piscina natural na qual a água sobe e desce num ritmo marcado pela própria Natureza, denominado sifão.
Os mais conhecidos atrativos naturais são a Gruta do Catão e a belíssima Lagoa Azul, que se localizam dentro do Parque Municipal da Lagoa Azul, criado em julho de 2005. A Gruta do Catão é uma enorme cavidade na montanha de mais de 10 metros de altura, com estalactites escamosas e um rio subterrâneo de águas límpidas. O nome homenageia Agostinho José de Lima Filho, conhecido como Catão, frequentador assíduo do lugar com os familiares e que em certo dia sentiu-se mal e ali mesmo morreu. Atualmente uma placa registra os anos de nascimento (19-12-1919) e morte do morador (17-07-1957).
Ali perto fica a maravilhosa Lagoa Azul, parte de um rio subterrâneo e incrustada entre enormes paredões de rocha. A água cristalina em certos pontos pode chegar a 40 metros de profundidade. Ali naquele pedaço do paraíso de Natureza inteiramente preservada, ouvem-se apenas o cantar dos pássaros e o barulho dos bichos e do vento. É chegar ali, se encantar com a beleza ímpar do lugar e ter a vontade de ficar ali por horas e horas só contemplando a beleza magnífica da Natureza.
O Parque Municipal da Lagoa Azul foi criado para funcionar como uma unidade de conservação de proteção integral ao ecossistemas da região, abrangendo 16 hectares. A sua estrutura de acolhimento e apoio aos turistas fica a 17 km da cidade, alcançada através da estrada que liga São Desidério a Correntina, este percurso em estrada de terra de bom estado de conservação. Nas trilhas na mata existem placas identificando os locais e as árvores nativas ali existentes.
É visualizando cenários assim tão fascinantes que a gente confirma a nossa pequenez e a necessidade de agradecermos aos céus a divina oportunidade de poder estar vivo e poder apreciá-las.
Ela é a atual capital do nosso estado, Minas Gerais, e está perto de comemorar seus 120 anos de existência. Foi idealizada e projetada para isso em 1893, quando se percebeu que a então capital, Ouro Preto, não mais comportaria o crescimento próprio de uma capital administrativa do estado. O planejamento urbano para sua construção ficou sob a responsabilidade do chefe da Comissão de Construção da Nova Capital, o engenheiro Aarão Reis. Assim, o pequeno Arraial Curral del Rei, fundado em 1701 pelo bandeirante João Leite da Silva Ortiz e que passou a ser chamado de Cidade de Minas em 1897, tornou-se a cidade de Belo Horizonte, em 1901.
Brasão da cidade
Mapa do planejamento da cidade
Dia da inauguração da cidade
Praça Sete de Setembro antigamente
Daquela época, apenas a sede da Fazenda do Leitão, hoje o Museu Histórico Abílio Barreto, onde moravam o Sr. Cândido Lúcio da Silveira e sua esposa Dona Rita Maria, guarda a memória dos primeiros tempos da cidade, ainda preservada. Durante as décadas posteriores, a cidade de Belo Horizonte experimentou um enorme crescimento, indo além das fronteiras delimitadas na Avenida do Contorno, onde moram hoje apenas 3% da população da capital. Sobretudo nos anos 40, a cidade teve grande transformação no seu panorama, na dinâmica administração do então prefeito Juscelino Kubitschek, com a implantação de vários projetos assinados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, entre eles o Complexo Arquitetônico da Pampulha.
É esta cidade maravilhosa, berço dos clubes de futebol América, Atlético e Cruzeiro, dos grupos de teatro Galpão e Giramundo e de inúmeros artistas de renome, tais quais Vander Lee e Lô Borges; que completará seus 120 anos de vida no próximo dia 12 de dezembro.
Belo Horizonte é uma cidade linda e acolhedora, sem mar, é verdade, mas repleta de verde e de barzinhos os mais diversos e aconchegantes. Andar pelas entranhas de Belo Horizonte é uma viagem deveras aprazível. São ruas bem arborizadas, são parques propícios para apreciar a Natureza, são museus recheados de belas artes, são lugares interessantíssimos para passear e se divertir, são bares e mais bares para se descontrair, enfim, uma cidade de belo e maravilhoso horizonte social e cultural.
Mesmo sem conhecê-la profundamente como gostaria, eu tenho por ela um carinho imenso. Há pouco tempo, tive a grata satisfação de visitá-la novamente. E mais satisfação ainda ao reencontrar grandes amigos que nos acolheram com a maior atenção e gentileza possíveis. A alegria e o prazer de conviver por alguns agradabilíssimos momentos com os meus queridos amigos José Carlos Sepúlveda, o Mangabinha, Ivone Ladeia, a Cotinha, e seu filho Víctor, não tem preço. Fica aqui registrado o sincero agradecimento a eles pela maravilhosa acolhida que nos foi presenteada. Que Deus os abençoe!
Aconteceu nesta terça-feira, 24 de outubro, no auditório JK, em Belo Horizonte, o lançamento da nova campanha de mobilização, controle e enfrentamento ao mosquito Aedes Aegypti, que aconteceu no Seminário do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes. A campanha #ComOAedesNãoSeBrinca, da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, tem como objetivo mobilizar a população para as ações de prevenção e controle do vetor transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Conforme dados da SES-MG, no estado, cerca de 90% dos criadouros do mosquito transmissor estão dentro dos domicílios, o que exige uma campanha firme no sentido de fazer a população se engajar nos hábitos de prevenção e eliminação dos focos do mosquito. Para atingir o objetivo com maior sucesso, foi elaborada uma campanha com a participação ativa das crianças, para estimular os adultos na tarefa. A campanha será veiculada de 25 de outubro a 13 de novembro de 2017 por meio de outdoors, backbus, redes sociais da SES-MG, na TV aberta e em todas as emissoras de rádio AM e FM do estado, além da distribuição de material gráfico para as cidades do interior.
Para o período de 2017/2018, está previsto pela SES-MG o investimento total de R$ 89.581.290,00 em todas as atividades de enfrentamento do Aedes.
Para maiores informações, é só acessar o site saude.mg.gov.br/aedes.
Vamos todos juntos colaborar com a saúde pública, pois afinal de contas todos poderemos ser vítimas desse terrível mosquito. Prevenir é melhor que remediar, diz o sábio ditado popular. Faça a sua parte.
As boas notícias no campo do conhecimento, que haviam dado um breve tempo, felizmente estão de volta, trazendo grande alegria pelas conquistas educacionais das jovens filhas dos amigos.
Há poucos dias tomei ciência das formaturas das jovens Keyla Caroline Antunes Barbosa e Paola Stéphanie Azevedo de Sá.
A primeira é filha dos meus amigos Carlos Eustáquio Barbosa Lima (Carlinhos) e Ormezinda Antunes dos Santos Lima (Meza) e está-se formando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença, do Rio de Janeiro.
A outra garota é filha do meu amigo e colega de trabalho Paulo Tito Cotrim de Sá e de Célia Márcia Malheiros de Azevedo e está-se formando também em Medicina pela mesma Faculdade de Medicina de Valença.
Aos pais das jovens profissionais da Medicina, os meus sinceros parabéns pela conquista das suas filhas que certamente tem muito de suas dedicações e apoios. Às nossas novas médicas, além dos parabéns pela vitória de grande valor, fica o desejo de que sejam extremamente felizes atuando no cuidados dos pacientes, prezando sempre por muita ética, respeito, humildade, carinho e responsabilidade. E que tenham muito sucesso nas suas vidas pessoais e profissionais e que Deus as abençoe nas suas trajetórias.
Reconheço que era uma vergonha, pois desde que me mudei para Montes Claros há mais de 15 anos, nunca havia prestigiado qualquer evento realizado no Ginásio Poliesportivo. Sempre aparecia um imprevisto ou mesmo a enrolação de deixar sempre para uma próxima oportunidade. Até que neste sábado de manhã, resolvi prestigiar o nosso time de vôlei, o Montes Claros, no seu segundo compromisso pela Superliga 2017/2018. Foi a primeira apresentação da equipe em seu ginásio pela competição desta temporada, tendo como adversário a equipe do Juiz de Fora Vôlei. E valeu a pena!
Além de ter a chance de assistir pela primeira vez ao vivo o desempenho do time de vôlei da cidade, havia a oportunidade de poder ajudar as famílias das vítimas da tragédia de Janaúba, pois metade da renda seria a eles destinada. Infelizmente poucos torcedores compareceram ao ginásio para apoiar o time e esta causa justa.
Surpreendi-me positivamente com a boa estrutura do local e a amplidão das suas instalações. E me empolguei decididamente com a performance do time, que, em uma disputa até equilibrada, venceu com competência o adversário. Após vencer os dois primeiros sets por 25 a 22, o Montes Claros Vôlei, comandado pelo técnico interino Sérgio Luís Cunha, acabou perdendo o terceiro set pelo placar de 25 a 23. Mas a equipe montes-clarense reagiu muito tranquilamente ao insucesso e voltou a mostrar sua força, com mais uma vitória no quarto set por 25 a 19.
Pelo bom desempenho na quadra, o levantador e capitão do time, Sandro Carvalho, foi eleito o melhor jogador da partida e ganhou o troféu Viva Vôlei. O próximo compromisso do "Pequi Atômico", como o time é chamado carinhosamente, será contra o Minas Tênis Clube, fora de casa, na Arena Minas, em Belo Horizonte, no próximo dia 28, às 21h30, pela terceira rodada da Superliga.
A experiência foi muito prazerosa, sobretudo pela garra, humildade e gentileza dos jogadores, em especial do ídolo da torcida local, o Lorena, que gentilmente nos atendeu. Certamente voltarei ao ginásio em breve para apoiar o time em futuros desafios no campeonato.
Em mais um clássico no Mineirão, desta vez valendo pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro 2017, o Atlético venceu o Cruzeiro pelo placar de 3 x 1, afastando, pelo menos temporariamente, a crise de péssimo desempenho na competição. Os gols da partida foram marcados por Otero e Robinho (dois gols) para o Atlético e Thiago Neves para o Cruzeiro.
Na primeira etapa a partida foi um tanto equilibrada em boa parte do tempo, com o Cruzeiro apresentando melhor domínio do jogo em alguns momentos, criando boas chances de gol. E em uma dessas chances, em boa jogada de velocidade e troca de passes no contra-ataque, aos 30 minutos de jogo, Thiago Neves bateu de perna direita após bola ajeitada por Rafinha, para passar pelo goleiro Victor e balançar as redes alvinegras. Cruzeiro 1 x 0, para delírio da torcida cruzeirense, em maior número nas dependências do Mineirão.
No início do segundo tempo, o Cruzeiro continuou confirmando o seu melhor equilíbrio em campo. Ao contrário da equipe atleticana, que marcava com extrema dificuldade, errava muitos passes e saía com imensa lentidão para o ataque, o Cruzeiro usava o ótimo entrosamento da equipe, a boa qualidade técnica, a intensa troca de passes e a velocidade dos seus jogadores para criar enorme problemas para o adversário, dando trabalho para o goleiro Víctor. Até que aos 15 minutos o Atlético conseguiu o empate através de Otero. O pequenino, talentoso e aguerrido jogador alvinegro aproveitou uma bola desviada por Fred, após cruzamento de Fábio Santos, e fulminou o gol de Fábio com uma bela cabeçada, deixando tudo igual no placar. Seis minutos depois, apareceu a genialidade do atacante Robinho. Após bola recuperada por Fábio Santos e tocada para ele, Robinho entrou na área, deu um corte seco na defesa e bateu com categoria no canto esquerdo de Fábio, virando o placar para o Atlético. A pequena torcida atleticana no Mineirão foi à loucura. E viria mais alegria ainda aos 35 minutos. Depois de ótima jogada do habilidoso Cazares, Robinho recebeu a bola pela esquerda, ajeitou na frente de Ezequiel e colocou com extrema categoria no mesmo canto esquerdo de Fábio, que nada pode fazer para impedir mais um gol atleticano. A Massa Atleticana não cabia em si de felicidade, especialmente Dona Ana Cândida de Oliveira Marques, a apaixonada vovó atleticana. E assim terminou a partida, com uma bela vitória do Atlético sobre o Cruzeiro.
Um grande abraço espinosense.
Cruzeiro 1 x 3 Atlético
Mineirão
Domingo, 22 de outubro de 2017
29ª rodada do Brasileirão 2017
Arbitragem: Wagner do Nascimento Magalhães (FIFA).
Auxiliares: Rodrigo Henrique Correa e Thiago Henrique Neto Correa (RJ).
Gols: Thiago Neves (Cruzeiro) e Otero e Robinho 2 vezes (Atlético)
Cartões amarelos: Alisson e Henrique (Cruzeiro) e Leonardo Silva, Robinho e Gabriel (Atlético)
Cartão vermelho:
Cruzeiro: Fábio, Ezequiel, Manoel, Murilo e Diogo Barbosa; Hudson, Henrique (Rafael Marques), Thiago Neves e Rafinha (Rafael Sóbis); Alisson (Élber) e Arrascaeta.
Técnico: Mano Menezes.
Atlético: Víctor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gabriel e Fábio Santos; Roger Bernardo (Yago), Adílson, Robinho e Otero (Clayton); Valdívia (Cazares) e Fred.
Mais um sonho realizado! Mais uma alegria incontida na velha e cansada alma beatlemaníaca. É mesmo uma felicidade inestimável poder ter tido a oportunidade e viver a experiência de presenciar aquele elegante e talentoso senhor septuagenário empunhando seus instrumentos musicais com tamanha competência e jovialidade, a ponto de fazer vibrar de emoção e alegria escancaradas, mais de 50 mil pessoas entrincheiradas no estádio Mineirão numa noite de terça-feira.
Paul McCartney é ícone. Paul McCartney é lenda. Paul McCartney é imortal. Paul McCartney é Sir. Paul McCartney é Rock and Roll. Paul McCartney é Pop. Paul McCartney é um pacifista. Paul McCartney é um gentleman. Paul McCartney é espirituoso. Paul McCartney é bem humorado. Paul McCartney é carismático. Paul McCartney é simpaticíssimo. Paul McCartney é gênio. Paul McCartney é um Beatle. E que coisa maravilhosa: Deus me permitiu ver, ao vivo e a cores, mesmo de longe, lá na arquibancada, um beatle tocar e cantar! E foi o Paul! Yes, man! O Paul!
Desculpem-me a impetuosa infantilidade, mas é uma coisa muito pessoal e extraordinária esse negócio de um menino pobre, nascido em uma cidadezinha do Sertão Norte-Mineiro, com acesso quase nulo a qualquer tipo de cultura na infância e juventude, ter descoberto um dia (tardio, é verdade), a existência de quatro cabeludos de uma cidade longínqua de nome Liverpool, que tocavam um tal de Rock and Roll e fizeram uma revolução de paz, amor e transformações na música e na forma de o mundo inteiro encarar a vida. Era a rapaziada de uma tal banda chamada Beatles.
Realizar sonhos não são tarefas simples, muito pelo contrário. A tarefa começa com bastante antecedência. Inicia-se na compra dos ingressos, de preços elevados, mesmo sem saber se naquela data futura estaríamos disponíveis. Passa-se pela compra das passagens, na procura diária por preços mais acessíveis. Depois vem a procura por acomodações no local do evento. Continua na ansiedade da preparação e percurso da viagem. Até que chega o grande dia! Mais ansiedade. As horas passam lentas. A chegada ao estádio com grande antecedência, para não perder absolutamente nada da festa, a espera na fila sentado no chão, debaixo de um sol escaldante na Avenida Coronel Oscar Paschoal. Ainda bem que uma nuvenzinha aparecia no céu de vez em quando para diminuir o nosso calvário. A interação com outros companheiros de jornada e sonho, muitos jovens, adultos e idosos, vestidos com suas camisas dos Beatles e do grande Paul, também nos aliviava o sofrimento. Podia-se ver gente de todo o país, até um rapaz com uma camisa do Papão da Curuzu, o Paysandu de Belém do Pará.
Aí veio, finalmente, a abertura dos portões e a correria para a tradicional revista da segurança. Outra fila para o acesso ao setor correspondente ao ingresso. Mas ninguém reclamava do sol, do tempo de espera, do sofrimento ou do cansaço. Paul vale tudo isso e muito mais. O acesso finalmente foi liberado. Agora era hora de ser rápido e escolher assentos com boa visualização do palco. A vantagem de estar em número de três é a de poder sair para ir ao banheiro sem o temor de perder a tão valorizada posição de assento. E as horas iam se arrastando. Os portões da esplanada foram abertos às 17h20 e o acesso ao estádio logo em seguida, às 17h41. O show só iria começar às 21h30, ou seja, 4 horas mais tarde. E isso dava algum desânimo? Nenhum, zero. Animação total. Os ambulantes passavam a todo momento vendendo cerveja, água e refrigerante. Nada na lata, tudo servido no copo, por medida de segurança. E os preços? Exorbitantes! Um copinho de água a R$ 5,00, uma latinha de refrigerante a R$ 8,00 e uma latinha de cerveja Heineken a incríveis R$ 12,00. E com o passar do tempo, tudo quente pra danar. Intragáveis. E a galera se importava com isso? Que nada! A turma se empanturrava de cerveja e de tropeiro à espera do ídolo.
Enquanto o sol desaparecia no belo horizonte e a escuridão da noite se apresentava nada sombria, a pista no gramado e as arquibancadas do Mineirão iam se enchendo aos poucos até que, exatamente às 21 horas e 40 minutos, o êxtase da multidão se manifestou com a entrada no palco de Sir Paul McCartney empunhando seu inseparável baixo Hofner. Cerca de 50 mil pessoas soltaram em uníssono gritos de prazer, enquanto Paul tocava "A Hard Day’s Night", abrindo a apresentação da sua segunda turnê pela capital mineira, desta vez a "One on One". Em seguida, vieram "Save Us", "Can’t Buy Me Love", "Letting Go" e "Drive My Car". O ídolo conquistou o público com palavras em português com seu charmoso sotaque. "É bom estar de volta", "Olá, BH", "Tudo bem com vocês?", "Ei BH! Boa noite, gente! Tudo bem?" foram algumas das muitas interações com o público na primeira metade do show.
E em série vieram grandes sucessos dos Beatles, da sua carreira solo ou dos tempos de Wings. Paul trocava de instrumentos de tempos em tempos durante a apresentação. Com o baixo, tocava as músicas mais efervescentes, mais roqueiras. Com a guitarra, outras idem. Ao piano, interpretava canções mais românticas, como as que homenageia sua atual esposa Nancy, "My Valentine", e a saudosa ex-esposa Linda McCartney, "Maybe, I'm Amazed". Em certo momento, Paul pegou o violão e tocou "In Spite of All the Danger", a primeira canção autoral gravada pelos Quarrymen, a banda inicial dos garotos de Liverpool que mais tarde se transformaria na maior e mais famosa banda de Rock de todos os tempos, The Beatles. Mais adiante tocou a linda "Blackbird" e confirmou a sua defesa firme dos direitos humanos universais. Logo em seguida, cantou sua música "Here Today" em homenagem ao grande parceiro John Lennon, mostrado em imagens no telão. George Harrison também recebeu igual homenagem, com a execução da música "Something", de George, desta vez com o uso do ukulele.
Here Today (Aqui, Hoje)
De Paul McCartney em homenagem a John Lennon
And if I said (E se eu disser que)
I really knew you well (Realmente te conhecia bem)
What would your answer be? (Qual seria sua resposta?)
If you were here today (Se você estivesse aqui hoje)
Here today (Aqui, hoje)
Well knowing you (Te conhecendo bem)
You'd probably laugh and say (Você provavelmente iria rir e diria)
That we were worlds apart (Que estávamos muito distantes)
If you were here today (Se você estivesse aqui hoje)
Here today (Aqui, hoje)
But as for me (Mas, quanto a mim)
I still remember how it was before (Eu continuo lembrando como era antigamente)
And I am holding back the tears no more (E não estou mais segurando as lágrimas)
I love you, oh (Eu te amo, oh)
What about the time we met? (E sobre quando nos conhecemos?)
Well I suppose that you could say that (Bem, eu acho que você diria que)
We were playing hard to get (Nós trabalhamos duro para conseguir)
Didn't understand a thing (Não entendíamos nada)
But we could always sing (Mas nós sempre podíamos cantar)
What about the night we cried? (E sobre a noite em que choramos?)
Because there wasn't any reason left (Porque não havia razões)
To keep it all inside (Para manter tudo aquilo)
Never understood a word (Nunca entendia uma palavra)
But you were always there with a smile (Mas você estava sempre lá com um sorriso)
And if I say I really loved you (E se eu disser que eu realmente te amei)
And was glad you came along (E fiquei feliz, por você vir junto)
Then you were here today (Se você estivesse aqui hoje)
For you were in my song (Por você estar em minha música)
Here today (Aqui, hoje)
O público alternava momentos em pé e sentados, dependendo do ritmo da canções. Cantava junto as músicas mais conhecidas e ouvia com atenção as mais recentes e menos famosas. O ponto culminante do espetáculo aconteceu nas performances consecutivas das músicas "Let it Be", "Live and Let Die" e "Hey Jude", quando o público, maravilhado, cantou junto o refrão da primeira, viu canhões de fogo explodirem no palco com um barulho ensurdecedor na segunda e, na última canção, entoou em coro o antológico "na na na na na, na na na na" empunhando balões coloridos e cartazes escritos com o refrão, disponibilizados pela produção. Maravilhoso! Aí, como já esperado, Paul se despediu do público para retornar em breve para o tradicional bis, para delírio da multidão beatlemaníaca.
Paul retornou ao palco portando uma enorme bandeira do Brasil, enquanto dois de seus músicos seguravam uma bandeira da Grã-Bretanha e outra do orgulho LGBT, o que sinalizava o seu amor pelo seu país e pelo nosso, além da sua posição resoluta contra a homofobia. Para encerrar o espetáculo de som, luzes e cores que jamais sairá da minha mente, ele tocou e cantou nada menos que sete músicas: "Yesterday", "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band", "Helter Skelter", "Birthday", "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End". Esta última, como o nome já diz, colocou fim ao maravilhoso show de 2 horas e 40 minutos de magia, com a gente já se deslocando ao ponto de saída. Paul então se despediu da terra mineira com as suas tradicionais jovialidade e simpatia: "Está na hora de partir. Obrigado à melhor equipe do mundo. Obrigado à minha banda fantástica. E obrigado a vocês. Até a próxima!"
Ainda extasiado pela divina música do gênio inglês, era hora de sair apressado do estádio para conseguir um táxi que nos levasse de volta ao hotel. E com passos largos chegamos logo à avenida C e, aleluia!, conseguimos fácil um táxi. A volta para casa era o que mais me preocupava, pois o show iria terminar muito tarde, no início da madrugada, e imaginava como seria complicado não conseguir transporte no meio daquela multidão. Mas graças a Deus, deu tudo certo. O taxista, um senhor idoso e ranheta que reclamou de tudo a corrida inteira, nos deixou sãos e salvos no hotel. Aí foi só procurar descansar para acordar cedo no dia seguinte e pegar o avião de volta para a nossa verdadeira, humilde e aconchegante moradia, cansados, mas com o coração batendo forte de alegria e felicidade pela realização de um grande sonho.
Seria eu um canalha se não registrasse aqui a acolhida maravilhosa dos meus amigos do coração José
Carlos Sepúlveda (o Mangabinha), sua esposa Ivone (Cotinha) e seu filho Vítor, que nos receberam com todo o carinho, atenção e consideração. A eles, o nosso amor e reconhecimento eternos.
Nesta nova turnê iniciada em 13 de abril de 2016, intitulada "One on One", Paul se apresentará em 78 datas, passando por várias cidades de 17 países (49 shows na América do Norte, 10 na Europa, 8 na América do Sul, 7 na Oceania e 4 na Ásia). No Brasil ele já se apresentou em Porto Alegre (Beira-Rio, dia 13 de outubro), São Paulo (Allianz Parque, dia 15 de outubro), Belo Horizonte (Mineirão, dia 17 de outubro) e em Salvador (Itaipava Arena Fonte Nova, dia 20 de outubro), quem sabe realizando sonhos iguais ao meu, de outros aficionados pelos Beatles e pela música encantadora do Sir Paul McCartney.
Após a passagem pelo Brasil, a turnê prossegue seguindo para a Colômbia, passando por México, Austrália e se encerrando em 16 de dezembro de 2017no Mount Smart Stadium, na cidade de Auckland, na Nova Zelândia.
Que Deus conceda muita saúde ao velho Paul para que ele possa continuar nos inebriando com suas maravilhosas canções. Vida longa, Paul!
Um grande abraço espinosense.
Turnê "One on One" - Músicos:
Abe Laboriel, Jr. - Bateria, percussão e vocais de apoio.
Brian Ray - Guitarra, violão, baixo e vocais de apoio.
Rusty Anderson - Guitarra, violão e vocais de apoio.
Paul Wickens - Teclados, acordeão, harmônica, bongo, percussão, guitarra, violão e vocais de apoio.
Paul McCartney - Vocais, baixo, piano, guitarra, violão e ukulele.
Repertório: 25 Beatles, 9 carreira solo, 3 Wings, 1 Quarrymen.
1) A Hard Day’s Night (Beatles)
2) Save Us
3) Can’t Buy Me Love (Beatles)
4) Letting Go (Wings)
5) Drive My Car (Beatles)
6) Let Me Roll It (Wings)
7) I’ve Got a Feeling (Beatles)
8) My Valentine
9) Nineteen Hundred and Eighty-Five (1985) (Wings)
10) Maybe I’m Amazed
11) I’ve Just Seen a Face (Beatles)
12) In Spite of All the Danger (Quarrymen)
13) Love Me Do (Beatles)
14) And I Love Her (Beatles)
15) Blackbird (Beatles)
16) Here Today
17) Queenie Eye
18) New
19) Lady Madonna (Beatles)
20) FourFiveSeconds
21) Eleanor Rigby (Beatles)
22) I Wanna Be Your Man (Beatles)
23) Being for the Benefit of Mr. Kite! (Beatles)
24) Something (Beatles)
25) A Day in the Life (Beatles)
26) Ob-La-Di, Ob-La-Da (Beatles)
27) Band on the Run
28) Back in the U.S.S.R. (Beatles)
29) Let It Be (Beatles)
30) Live and Let Die
31) Hey Jude (Beatles)
BIS
32) Yesterday (Beatles)
33) Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise) (Beatles)
34) Helter Skelter (Beatles)
35) Birthday (Beatles)
36) Golden Slumbers (Beatles)
37) Carry That Weight (Beatles)
38) The End (Beatles)